quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Ti Goy

Com o lançamento, pela Cesária Évora do seu mais recente CD, Rádio Mindelo – este não de originais mas sim de velhos sucessos mindelenses dos anos 50/60 - um foco especial de luz recaiu sobre esse trovador da época: Ti Goy.

Gregório Gonçalves, mais conhecido por Ti Goy, na realidade, escreveu uma parte importante da nossa música e teatro da época, marcando a história cultural de Mindelo e de Cabo Verde, sobretudo na côr e novo estilo que deu à nossa coladera.
Ti Goy nasceu aqui no Mindelo, no ano de 1921. Na época em que o ‘Lombo’ era uma espécie de pulmão da cidade.
Menino de Lombo que enchia as noites do seu bairro com o som do seu violão e captava as mais sórdidas situações ‘coladeráveis’… na maior parte das vezes ‘colhidas’ nos bares populares e bem concorridos da época de muito movimento no Porto Grande e de muitos marinheiros do mundo nas noites mindelenses…
Autor, compositor e intérprete, Ti Goy tinha o seu próprio conjunto, o BeniTómica, onde pr’além da guitarra, também tocava ‘jazz’ como se chamava na altura a bateria, aqui no país. BeniTómica que o acompanhava na escrita musical desse período, com actuações em bailes por bares e festas privadas, mas também nas nascentes rádios do Mindelo - Rádio Club Mindelo e Rádio Barlavento.
Ti Goy, homem de mil e uma actividades e conhecido pelo seu humor constante, acabou por ser uma figura marcante da sua cidade, pois por ela se tornou mesmo, num autêntico animador cultural.
Também movimentou o teatro, escrevendo e encenando ‘sketches’ sarcásticos e bem-humorados; sentiu-se impulsionado ainda, a se ligar a essa manifestação de massas bem enraizada na ilha - o Carnaval – ‘queimando pestanas’ à frente do seu Bloco Lombiano; até o futebol lhe sugou energias, dando o litro pelo seu Derby.
Conhecia como ninguém, a vida, os temores, as fofocas, as estórias, os medos, as ruas, travessas… e as gentes do Mindelo… que ficaram retratadas nas suas composições. Pelo seu humanismo, e acima de tudo pelo seu amor à cultura e à terra, também faz o papel de produtor de jovens artistas: casos vários de que se destaca a Cize, Travadinha, ou a Fantcha.
Ti Goy compôs várias dezenas de coladeras – pois era o rei da coladera! – com um ritmo pessoal, em coladeras um pouco mais lentos que os habituais da época.
Ainda um jovem jornalista da rádio, lembro-me das desculpas dele em relação a entrevistas para a RNCV: “Ná Tchá, mi entrevista ê sô escrit… kê um ka krê pa tud gent pô ta gozá k’ês nha vuginha esganisód, na rádie!”, referindo-se humoradamente à voz de falsete que tinha.
Ti Goy morreu, já um pouco afastado e esquecido pela sociedade mindelense, em 1991.
Pelas coladeras da sua autoria… fica com uma ideia mais precisa da importância desse pequeno grande da nossa música: Nutridinha, Sabine Largam, Nho Antone Escaderod, Rabonhe, Golosa, Saiko Dayo, Canetada, Vaquinha Mansa, Juvita de Praça, Saia Travada, Pé di Boi, Amor de Fantasia, Cinturão Tem Mel, Corveta, Sardinha de Ribeira Bote, Terezinha, Ingrata… e muitas outras…

19 comentários:

Anônimo disse...

Assim é que é, irmao! FALAR da nossa gente, dos nossos grandes homens, e sem favor, Ti GOY, era um deles!

Temos que propagandear gente da terra, criar e re-criar os textos que escreveram para o bem dessa juventude imberbe intelectualmente.

Ha que conhecer o nosso folclore, a nossa cultura e as nossas gentes.

Ti Goy, homem do Lombo, homem da coladêra lenta, génio das marchinhas carnavalescas, homem mundano da vida nocturna mundana mindelense, merece ser conhecido.

Conhecido pela obra imensa que deixou no campo da musica, mas também da arte cénica, compondo satiras mindelenses compondo e descompondo o humor sanvicentino.

Como artista foi um homem completo, escrevendo para o povo mindelense e sobre o crioulo mindelense, diria mesmo a criola mindelense que ele conhecia de dentro, pois era homem de muitas mulheres. Tinha fama de grande macho e defensor das meninas de Lombo, as criolas dos marujos do Porto Grande, suas amantes e protegidas!

Por tudo isto e pela sua vida intensa e boémia pelo Lombo onde era o patrono e frequentador dos bares todos, Ti Goy, deve ser recordado, amado e quiça odiado, pois a sua pena sarcastica e a sua vozinha de feitiçeiro doente do grogue e do cigarro, criaram muitos inimigos e inimizades.

Vou espantar ao Fonseca e pupilos se disser que Ti Goy que conheci de perto nas noitadas de Lombo, é um dos meus mestres e um dos meus modelos, ja que cultivo sobretudo o seu lado corrosivo e critico demolidor. Ahh! AHH! E esta?!!! Ainda oiço os gritinhos esganados do grande Ti Goy!...

Obrigado Fonseca Soares. Tens trabalho de casa a fazer: passar para papel e publicar as peças teatrais do Ti Goy. E nao te esqueças que a ideia é minha, logo sou co-autor!

Al Binda

Fonseca Soares disse...

Hahaha! Esse Al Binda é demais! Mas numa coisa estamos de acordo: o nosso Ti Goy merece ser sempre lembrado... e homenageado!

Anônimo disse...

Explique la homem! Diga porque é que sou "demais"! Nao tenha medo de argumentar, rapaz! Nao seja laconico!Tem que fundamentar!

Mas deixa estar que crioulo é so garganta! E' so riola! Nunca està de acordo com nada, mas depois nao explica porquê?

Diz la Fonseca por miudos mas com argumentos bem fundamentados porque é que sou "demais"?

Tu nao és também demais?

Bom, depende do sentido? Demais em português e dependente de uma série de factores e de pontos de vista tem varias interpretaçoes. E se for entao em crioulo, agora é que sao elas!

Oh Fonsequinha, Ty Goy, é um patrimonio cultural, portanto nao és o unico a poder dizer x, y ou z desse grande vulto mindelense. Por exemplo, eu nao sei se é verdade que ele tenha dito ao Fonseca a frase que citou dele em crioulo.

Mas aceitei a versao que nos forneceu! Mas porque quer polémica e porque nao percebe o humor mindelense (ainda nao?!, depois de tanto tempo a viver com esses desgraçados?!) tenho que dizer ao Fonseca que eu pessoalmente conheço muitas mais citaçoes do Ti Goy, do que essa sua simples frasezita!

Ja alguma vez o Fonseca Soares teve a ideia de ouvir algumas das antigas meninas de vida de Lombo, hoje velhotas que privaram com Ty Goy?! Ja ouviu o Nhéla de Puldina? Ja ouviu esses cicerones que acompanhavam os marujos dessas meninas de Lombo e que conhecem estorias de dormir em pé de Ty Goy?

Duvido! Pois é, Fonseca, Ty (adopto este toque artistico do seu nominho) Goy era um fenomeno, um artista de varias facetas que tem de ser estudado, interpretado e conhecido! Essa faceta de homem da noite e mulherengo tem de ser pesquisado.

Despache-se la e ponha-se em campo, porque se resolvo estudar e divulgar os nossos grandes homens, inclusivé do teatro, vocês, e o vosso guru Jom Prêt vao ficar a ver navios... os navios de estrangeiros que aportavam ao Bar de Nha Plona, um dos pontos estratégicos de Ty Goy!

Al Binda

Fonseca Soares disse...

O meu 'esse AB é demais!' era simplesmente a acompanhar a gargalhada que dei em relação à proposta no primeiro comentário, em que me estavas a passar TPC: ... de publicação da obra de Ti Goy... mas com tua co-autoria garantida.
Quanto ao resto, as achegas que trouxeste em relação à way of life do Ti Goy... mesmo tendo informações sobre isso... simplesmente não me interessou publicitá-las... (nada mais, AB, não inventes mais motivos para 'estórias'... Ty Goy é o tema deste post.
Abraço

Anônimo disse...

Tas a ver que é conversando que a gente se entende! Forneces a explicaçao mas mesmo assim vais fincando alfinetadas como essa das tuas "estorias"!

Sabes meu caro, a lingua portuguesa é muito dificil?! Basta uma entonaçao, uma virgula ou um mas.. para dar azo a incompreensoes.

Volta a ler a tua frase e has-de ver: "Esse Al Binda é demais! Mas numa coisa estamos de acordo:"

O FUNDAMENTAL da tua frase é o "mas.."

Exacto meu caro, quando colocas o mas, isto quer dizer que estàs a reduzir a força da tua anterior afirmaçao ou que estàs a opor-te à mesma; tanto mais que o que segue depois do "mas" é claro como agua; "mas.... numa coisa estamos de acordo":

Isto quer dizer que nao estavas de acordo com a anterior frase; esta tua frase que começa com o mas é uma frase que desmente a primeira frase.

Isto é interpretaçao de texto de base, Fonseca! Uma frase afirmativa, positiva, que é desmentida por uma asserçao negativa.

Se traduzirmos as duas asserçoes para as linguagens da logica ou da filosofia o meu caro Fonseca teria uma nota negativa, nao porque nao se pode escrever as duas frases como as escreveste, mas por causa da explicaçao que agora vieste dar, querendo dizer que interpretei mal a tua intençao.

Mas nao quero, "estorias" pois eu até que estava numa de empatia!

Quero ajudar, brincar, mas sempre com o rigor intelectual. E' so assim que avançaremos. Até porque estou à espera de mais! E ja nao oferecerei mais a minha co-autoria. Tu és aqui o homem de cultura, de teatro, logo ao trabalho, mas com rigor!... porque Ty Goy, o outro corcunda, também ele musico e grande satirico, Caraca, merecem!

Al Binda

Caboverdiano disse...

Obrigado pelo texto,Tchá.
A parte que me fez rir foi quando o tentavas entrevistar, hahahaha.
Convém sempre relembrar personalidades como o ele. É muito importante para as geraçoes que nao conviveram de perto com pessoas semelhantes ao nosso Ti Goy. Pertenço a uma dessas geraçoes e se nao fossem textos como este e livros, por exemplo o do Carlos Felipe Gonçalves(Kab Verd Band) ficavamos desfalcados sem essas memórias. Mais uma vez, obrigado.

Anônimo disse...

Merci por este post. A saudade fica mais suave.

Obrigada por passares no meu blog, Tchá.

Fechei a vitrine para melhor me dedicar à outros imperativos mas voltarei aqui e acolá para ter noticias vossas.

Abraços

moreia

Fonseca Soares disse...

Al Binda, adversativa não é o mesmo que negativa. Pareceu-me ter ficado patente a ideia, na tua análise de conteúdo do meu texto, que afirmei e logo neguei com o mas... Mas não. Não neguei. Era mesmo um mas na adversativa. Do tipo, 'este gajo é um crítico corrosivo, mas (no tema em questão)estou de acordo com ele'. Não estava a negar, com a segunda oração que 'esse gajo é um crítico...' Entendeste a nuance? E é por isso que acrescentei, depois, que não havia espaço para inventar 'estórias'. O 'rigor' do Al Binda, cansa!
Caboverdiano, nunca é demais falar e enaltecer os maiores protagonistas da história da nossa cultura, como é o caso deste Ti Goy. Abraço
Moreia, je t'en prie, il y a pas de raison... je passe souvent chez toi. Bisous

Anônimo disse...

Buscando o silêncio...e criando as asas da creatividade...Uma folguinha... mas voltarei com mais palavras moldadas e imagens.
Sinto-me lisongeada com a tua gentileza. Obrigada amigo.
Bises.

moreia

Anônimo disse...

O quê, o Fonseca ja està a ficar "cansado"? Mas com quem é que Fonseca aprendeu a disciplina de Filosofia?

Se foi com esses revolucionarios do PAIGC que interromperam os seus cursos em PORTUGAL para virem leccionar em 1974/75 entao percebo esse seu "cansaço".

De certeza que nao foi com Pintinho nos seus tempos aureos; sim, porque Pintinho, era um Socrates crioulo, um eximio da maiêutica, era um autêntico "parideiro" das palavras, como ensinava a argumentativa socratica.

Com que entao o Fonseca que ja nao consegue parir palavras quer trocar-me as voltas com a gramatica de base?


Desculpa la Fonseca, mas fui um aluno brilhante na disciplina de português!

Aqui nao estamos a falar de adversativas nem de frases negativas da gramatica de Maria Relvas. Aqui estamos a falar de hermenêutica, de filosofia e de logica booliana.

Se eu disser ao Fonseca que estou a dizer verdade, estou a mentir, porque é verdade que a frase é verdadeira porque està na afirmativa mas tem uma adversativa para opor à minha primeira asserçao. Se digo que minto é porque estou a dizer verdade ou nao Fonseca?

Que tal essa logica de base? Duas frases negativas dao uma terceira afirmativa ou positiva? A negaçao da negaçao é positiva ou afirmativa? Duas correntes opostas dao um negativo e um positivo ou dao coisas diferentes?

Bom, vamos la deixar o jornalista em paz com os ângulos congruentes porque eu sei que de incongruência tem muita essa profissao de gente nula em matematica, que gagueja em português e que confunde a geometria euclidiana com aquela nao-euclidiana e cartesiana.

Deixemos pois poisar o espirito terra-a-terra e avancemos ao ilustre Fonseca que percebi a sua ideia incial. So que quer ele aceite ou nao, ele nao soube expo-la de maneira rigorosa. Nao ha "rigor" do AL Binda, senhor Fonseca. O que ha é rigor socratico, rigor matematico e rigor filosofico.

Nao é porque pensamos que é assim, que é assim; pode ser doutra forma sem que conheçamos a figura da forma! Claro que sei que uma adversativa nao é uma negativa, mas (ai! o mas?!) pode ser porque nem sempre se excluem. E no caso em analise era um mas que opunha, um mas para dizer o contrario do que ja tinha sido dito. Logo, nesse sentido uma negativa.

Uma proposiçao adversativa, Fonseca Soares, indica oposiçao, indica o contrario. E isto ja agora, nem é logica booliana nem filosofia wittgensteiniana. Mas tao somente gramatica de base, percebe ou nao, Fonseca? Uma frase negativa é uma proposiçao que recusa.

Logo se na primeira tinhamos uma que opunha, aqui nesta ultima temos outra que recusa. Ora, opor e recusar sao sinonimos. Conclusao: na guerrinha que nos opoe, a sua segunda assertiva recusou a primeira...

Ficou cansado ou quer ainda mais rigor?!....

Al Binda

PS: a proposito o Fonseca sabia que Ty Goy era um grande dialéctico, que nao era muito facil conversar com ele? Que ele dizia sempre nao para dizer sim, para depois dizer nao, and so on?...

Fonseca Soares disse...

Al Binda: o que eu quiz dizer com o tal 'rigor', na realidade é a sua apetência para perverter, desviar, polemizar, distorcer, rebaixar e até ridicularizar... que o 'amigo virtual' tem deixado como rasto na net. E faz isso - na minha opinião - propositadamente, para arranjar espaço para se exibir, atingindo orgasmos mil, sabe-se lá. Mas eu, não tendo nada contra si - antes pelo contrário - sou bem diferente, e a minha maneira de ser não coaduna com o esgrimir de argumentos, ideias, conhecimentos, citações e outras pretensões... para mostrar um background acima da média. Isso não me interessa! Na minha vida de estudante, nunca tive problemas com línguas, sobretudo com o português, Filosofia/Política, dispensei de exames... e sim, foi com esse grande Professor Pintim... (e aqui já estou a "forçar", pois considero, mesmo, que 'elogio em proveito próprio é vitupério') Acredite, falar dessas coisas, desta forma (mais ou menos chauvinista), é mesmo contra a minha maneira de ser e estar nesta 'efémera passagem pela Vida'... Interessa-me mais, partilha, amor, compreensão, amizade, conhecimento no aspecto literal de aprender, Filosofia de vida, altruísmo... e não me interessa "competir merdas" com quem quer que seja. Até porque 'não me acho', aqui no sentido de que não me considero com nada de extraordinário em termos de inteligência/conhecimento/sabedoria. E falo disso agora, para poder ficar livre de 'hipóteses futuras de respostas a coisas do género'. Uma vez, só, chega! Espero ter-me feito entender. E segue a dança. Continua a ser benvindo a este espaço. Abraço
PS: Sobre essa outra característica do Ti Goy, sabia sim. Só que para mim, é mais filosofia de vida, saber popular.

Anônimo disse...

Nao esteja a fugir com o traseiro à seringa! Ou prefere uma outra metáfora, Fonseca Soares?! Vejamos entao, você foi chamado à pedra, porque é uma figura pública.

Você foi director de uma Rádio Nacional! Teve e tem um poder fora do normal! Pertence ao quarto poder. Logo, você tem de ser criticado.Você não pode ter o privilégio de criticar os outros, de usar da palavra enquanto a esmagadora maioria da população não tem esse privilégio.

Você tem de merecer o seu lugar de privilegiado. Ora, a sua cultura geral mete água por todos os lados pelo que a opinião pública tem de saber. O povo tem de saber que tem gente que faz parte da elite mas que afinal nao é assim tão merecedora desse privilégio.

O mexilhão tem de ser informado de que o Fonseca Soares que tem um poder descomunal, afinal comete erros de palmatória, como por exemplo não saber conjugar correctamente o verbo "coadunar".

O correcto senhor jornalista é: não se coaduna! Percebeu?! Eu sei, eu sei, Fonseca que os crioulos têm dificuldades com os pronomes reflexos! Mas você não é um crioulo "normal"; faz parte da elite, do comando, logo tem de se comportar (viu o se?!) como deve ser.

Para alguém que teve notas de quadro de honra em português, você não está a honrar o seu lugar de privilegiado que não foi aos exames! Sabe porquê? Porque continua a ter problemas no uso das palavras. Veja o emprego fora do contexto que faz de "chauvinista".

Meu caro, Fonsequinha, chauvinismo tem a ver com patriotismo exagerado! Com o nacionalismo, com a vaidade nacional. E o exemplo paradigmático é o povo francês. Percebeu senhor director nacional?!

Infelizmente, tenho medo que não tenha percebido porque comete muitos erros de base como a conjugação, uma vez mais, do verbo querer. O correcto é senhor jornalista eu "quis" com s e não com "z", caramba!

Fiquemos por aqui porque mesmo que tenha sido um bom aluno de filosofia e política, não provou ainda nada disso aqui no debate. Isso quer dizer que os seus conhecimentos nessas disciplinas ficaram pelo geral da pequena introdução liceal o que é praticamente nada.

A prova é que não sabe interpretar os conceitos de amigo/inimigo de Schimtt, nome que viu pela primeira vez na sua vida aqui neste blogue e trazido por este seu "amigo virtual" como diz. Enfim, Fonsequinha, não me preocupa a leitura que você faz dos meus "rastos" na Net!

Não me preocupa também que as minhas intervenções sejam vistas como perversidade, exibições etc e tal. O que me alimenta é o debate maiêutico, é a dialéctica, é o poder da argumentação fundamentada no saber.

Você vai parindo algum discurso válido, mas tem muitas limitações como aliás é o panágio da esmagadora elite crioula! Isto tem de ser denunciado para que o eleitorado saiba que paga homens com poderes excepcionais mas com lacunas também excepcionais!

Você faz redacções de quarta classe, Fonseca Soares! Mais nada! E diz bem que em termos intelectuais não tem nada de especial. Mas o problema é você tem um poder que pode ser cobiçado por grande parte da população, o que diga-se de passagem é legítimo.

Tal tem pois que ser trazido para a praça pública!

Sobre o meu mestre da escola popular, Ty Goy, não é porque ele pertencia mais à vertente da sabedoria popular, que não praticava a filosfia, a dialéctica. Mas estou a ver que para o bom aluno que até se gaba é pedir demais!

Al Binda

PS: como vê, Fonseca, isto não é falar de "merdas"! Ou?!..

Anônimo disse...

Apanágio, apanágio, apanágio!!!!!! Foi apenas uma gralha de teclado. Nada de confusão!...

Al Binda

Fonseca Soares disse...

Palmas! Palmas para o 'iluminado' Al Binda! Achou motivo para demolir o parvo do limitado do Fonseca Soares que, por não estar de férias, entre uma pausa e outra, tenta ir respondendo as insinuações do AB... e, de repente, achou! 'Falha/buraco/imperdoável' para uma ideia de certo humor que, algumas vezes faço, em vez de "shouvinista"... (hahaha)... saiu "chauvinista". Falha de kriolu. Mea culpa. Grande burrice. Feliz? Continua a ser benvindo aqui neste espaço, como sempre.

Fonseca Soares disse...

PS: E depois de ver escrito 'panágio' pela sua esclarecida pena... vi logo que só poderia ser uma gralha.

Anônimo disse...

Antecipei-me, logo a sua observação nao tinha razao de ser, pois nao?! Você nao viu que me penitenciei escrevendo três vezes a palavra apanágio,apanágio,apanágio!

Mas mesmo que eu nao tivesse corrigido o erro de teclado, você tem de estar de acordo comigo, que nao é a mesma coisa com a conjugaçao de verbos, ou nao, eminência?!

Claro, e você sabe que é assim! Tanto mais que você sabe também que sou mauzinho, mas que o que quero é o seu bem! Até porque você sabe mais do que essa média que comanda os destinos deste povo. Está a ver?!

Mas concentremo-nos agora no lado artistico do Ty Goy pois é disso que temos que falar. E' isso que importa! Saber se o Ty Goy, contribuiu de facto para elevar o lado artistico das nossas coladêras, das marchinhas carnavalescas, da boémia mindelense!

Acho que Ty Goy, conseguiu isso tudo. Acho que Ty Goy, pode ser visto como um dos monumentos culturais crioulos. Era um artista nato e multifacetado (acho que você escreveu isso!), um homem das artes cénicas que nao passou por nenhuma academia, mas que tinha um dom, o tal génio que Deus põe nalguns fidjes de pêrida do povo, so para chatear os baroes e fidalgos da cultura nobre.

Um desses bafejados da nobreza, era Nho Roque, filosofo, historiador e fintador da vida, pois ia espreitar-se la para os lados do Lombo, à procura daquilo que nao encontrou nos livros. Nho Roque, ia inspirar-se junto dos representantes do povo como Ty Goy; ia "roubar" matéria prima para pintar os seus retratos femininos literarios. E nao so!

Ia também conversar com Ty Goy!Saber como é que um homem do povo como Ty Goy trabalhava, procurava a sua inspiraçao! Ia buscar também aquela à vontade que Ty Goy tinha com as mulheres! Eu sei que Nho Roque aprendeu muito com Ty Goy e que muitas das pinceladas das suas "estorias" trazem a marca desse gigante corcunda que era Ty Goy!

Obrigado, Fonseca Soares! Continue a trabalhar, busque esse rigor que Ty Goy punha nas suas marchinhas que eram escritas e re-escritas aos berros contra este ou aquele que vinha à sua procura no seu "buraco" no Lombo entre garrafas de whisky, de cerveja e cinzeiros repletos de "tok" de cigarros, quando nao se via por entre o biombo umas pernas duma amante de uma noitada que so Lombo sabia criar!

Al Binda

PS: acabaram-se-me as férias e c'os diabos tenho que deixar respirar este irmão, Txá, que tem de merecer o meu respeito! Mas temos que ser exigentes!

Raissa de Goes disse...

Olá, estou aqui no Rio de Janeiro. Outro dia, ouvindo um disco de Cesaria Evora, encantei-me pela música de Ti Goy. Fui procurar qualquer coisa sobre ele na internet e encontrei este blog. Minha curiosidade e admiração aumentaram. Aqui no Rio existe uma festa de música africana chamada Makula, é bem interessante e nos põe em contato com a cultura do seu continente, que infelizmente me parece tão próxima e distante aqui deste meu confuso, triste e maravilhoso balneário.
Uma coisa é certa, vou arrumar um jeito de conhecer Cabo Verde. Se tiver mais dicas musicais, por favor me avise. Ah, dicas literárias seriam muito bem vindas tb.
Raïssa

Raissa de Goes disse...

Mais uma coisa. O Cacói a quem ele se refere na canção é o compositor?

Fonseca Soares disse...

Raissa de Goes... antes de mais um abraço! O autor/compositor Ty Goy foi um trovador marcante da música mindelense do seculo XX, dos tais bem colados à maneira de ser e de estar do seu povo...
Cacói era uma outra figura carismática da Ilha que se tornou conhecido pelo seu amor e entrega ao Carnaval e suas implicações na vida de S.Vicente... mas também trovador e compositor popular.
Abraço