A insegurança que tem tomado conta das (outrora) ‘Ilhas da Morabeza’ nos últimos anos, é já um assunto recorrente, mas nunca é demais retomá-lo, pois continua sem soluções mais ou menos duradoiras. E mais, não se vislumbra ainda sequer, que se tenha eleito o tema como sendo Tarefa Prioritária, ou no mínimo, decidido que é um problema nacional que clama por medidas urgentes e um projecto-programa dotado de investimentos e ideias concretas de procura de soluções a serem implementadas.
E só de pensar na sua imposição no dia-a-dia do cabo-verdiano ainda não preparado para esses novos tempos… faz-nos, sem querer, viajar no tempo – nem precisamos descer muitos anos – chegar de novo aos tempos em que se podia até dormir com as janelas e portas abertas, porque a única preocupação era com o vento… ou num determinado período, com os representantes armados da Metrópole.
Impensável hoje, mas um hábito salutar de antanho, o de andar a pé, desfrutar das noites de luar ou não, depois de festas/encontros em que parte fosse da cidade e arredores, aqui no Mindelo ou na Praia, para nem sequer referir a segurança e pacatez de outras ilhas ou ribeiras, vales, becos e bairros… que felicidade, que segurança, que qualidade de vida! A era da morabeza crioula no seu esplendor!
Hoje… um Tchá di Rua Korvu a deambular pelo Plateau, descendo pela rampa de Ponta Belém, Taiti, Avenida Cidade de Lisboa, Rampa de Terra Branca, mais adiante e após a rotunda a entrada na Achada pelo Di Nôs, Meio da Achada, em plena madrugada… já não será mais, sequer, pensável. As pessoas ripostam que os tempos são outros. E são, mesmo! Mas criou mesmo uma certa paranóia…a ponto de me quererem dar boleia nas noites hodiernas, imagine-se, no percurso de um Poeta até um hotel a pouco mais de cem metros adiante…
Naturalmente que o fenómeno emerge de problemas sociais não resolvidos e, antes pelo contrário, deixados engrossar e fermentar ao longo dos anos, até chegar a extremos de completa perda de valores. Porque, para nós, se trata sobretudo, de uma má gestão e fixação/reprodução dos valores pessoais e culturais de cada um e de todos, na Nação cabo-verdiana, com a Família no epicentro… mas com a classe política como catalisadora dos desajustes, que desaguam numa injusta distribuição dos parcos recursos e oportunidades de vida ou apenas sobrevivência.
O próprio conceito de Liberdade não entendido e reproduzido na sociedade de forma enviesada – preterindo a parte que garante a liberdade dos outros, como limite… - terá contribuído e muito para a perda de valores fundamentais como o respeito, a amizade, o amor… que abrem portas, sobretudo à violência e banditismos atentadores ao valor máximo Vida.
(In)Segurança. Tem sido um tema recorrente, periodicamente muito falado e no centro das atenções, mas não encarado com a devida urgência. Situação diagnosticada mas não encarada com a energia e meios necessários, com o seu crescente degradar, a tal ponto que hoje o Governo perdeu a capacidade de poder garantir a segurança para a sociedade cabo-verdiana. Falar de segurança hoje, é quase que algo surreal, pois o conceito de segurança, sobretudo nos centros populacionais, ou d’alguma movimentação económica – estamos a falar da Praia, Mindelo, Assomada, Sal, Boavista - é algo quase utópico e irreal. A insegurança leva ao medo que, de tão crescente, quase que entrega as ruas aos bandidos que ameaçam, pois continuam soltos e impunes. Ainda esta noite, aqui no Mindelo - contrariamente ao que é habitual em período de festas em que os meliantes quase que entram de férias – houve sessão de banditismo em plena via pública, à volta da Praça Nova, com desacatos e arremesso de pedras contra a Polícia, com alguns agentes a ficarem feridos. ‘Police and thieves in the street’… insegurança a reinar! As pessoas de bem fogem, auto-prendem-se em casas cada vez mais parecidas com prisões… pois de todas as nossas necessidades básicas – incompreensivelmente - a segurança é aquela que mais tem sido esquecida, chegando-se ao extremo de não haver mais espaço para uma vida em comunidade.
Apraz-nos realçar a preparação de propostas de mexidas a nível da revisão da Constituição nesta matéria, com o objectivo de canalizar recursos e forças (mesmo que tornando possível o contributo das nossas FA’s) para essa luta.
Mas os maiores meios e energias devem convergir, parece-nos, para a prevenção nos dois sentidos dessa palavra, neste enfrentar da maior ameaça à sociedade cabo-verdiana: Prevenção na acção policial por um lado, e mais e maior prevenção, sobretudo, na implementação e prática de políticas no âmbito desse pilar da justiça social… que irá repôr a equidade social na nossa sociedade. Afinal a base do equilíbrio de qualquer sociedade.
- Ver mais, e outros ângulos sobre o mesmo tema, abaixo:
E só de pensar na sua imposição no dia-a-dia do cabo-verdiano ainda não preparado para esses novos tempos… faz-nos, sem querer, viajar no tempo – nem precisamos descer muitos anos – chegar de novo aos tempos em que se podia até dormir com as janelas e portas abertas, porque a única preocupação era com o vento… ou num determinado período, com os representantes armados da Metrópole.
Impensável hoje, mas um hábito salutar de antanho, o de andar a pé, desfrutar das noites de luar ou não, depois de festas/encontros em que parte fosse da cidade e arredores, aqui no Mindelo ou na Praia, para nem sequer referir a segurança e pacatez de outras ilhas ou ribeiras, vales, becos e bairros… que felicidade, que segurança, que qualidade de vida! A era da morabeza crioula no seu esplendor!
Hoje… um Tchá di Rua Korvu a deambular pelo Plateau, descendo pela rampa de Ponta Belém, Taiti, Avenida Cidade de Lisboa, Rampa de Terra Branca, mais adiante e após a rotunda a entrada na Achada pelo Di Nôs, Meio da Achada, em plena madrugada… já não será mais, sequer, pensável. As pessoas ripostam que os tempos são outros. E são, mesmo! Mas criou mesmo uma certa paranóia…a ponto de me quererem dar boleia nas noites hodiernas, imagine-se, no percurso de um Poeta até um hotel a pouco mais de cem metros adiante…
Naturalmente que o fenómeno emerge de problemas sociais não resolvidos e, antes pelo contrário, deixados engrossar e fermentar ao longo dos anos, até chegar a extremos de completa perda de valores. Porque, para nós, se trata sobretudo, de uma má gestão e fixação/reprodução dos valores pessoais e culturais de cada um e de todos, na Nação cabo-verdiana, com a Família no epicentro… mas com a classe política como catalisadora dos desajustes, que desaguam numa injusta distribuição dos parcos recursos e oportunidades de vida ou apenas sobrevivência.
O próprio conceito de Liberdade não entendido e reproduzido na sociedade de forma enviesada – preterindo a parte que garante a liberdade dos outros, como limite… - terá contribuído e muito para a perda de valores fundamentais como o respeito, a amizade, o amor… que abrem portas, sobretudo à violência e banditismos atentadores ao valor máximo Vida.
(In)Segurança. Tem sido um tema recorrente, periodicamente muito falado e no centro das atenções, mas não encarado com a devida urgência. Situação diagnosticada mas não encarada com a energia e meios necessários, com o seu crescente degradar, a tal ponto que hoje o Governo perdeu a capacidade de poder garantir a segurança para a sociedade cabo-verdiana. Falar de segurança hoje, é quase que algo surreal, pois o conceito de segurança, sobretudo nos centros populacionais, ou d’alguma movimentação económica – estamos a falar da Praia, Mindelo, Assomada, Sal, Boavista - é algo quase utópico e irreal. A insegurança leva ao medo que, de tão crescente, quase que entrega as ruas aos bandidos que ameaçam, pois continuam soltos e impunes. Ainda esta noite, aqui no Mindelo - contrariamente ao que é habitual em período de festas em que os meliantes quase que entram de férias – houve sessão de banditismo em plena via pública, à volta da Praça Nova, com desacatos e arremesso de pedras contra a Polícia, com alguns agentes a ficarem feridos. ‘Police and thieves in the street’… insegurança a reinar! As pessoas de bem fogem, auto-prendem-se em casas cada vez mais parecidas com prisões… pois de todas as nossas necessidades básicas – incompreensivelmente - a segurança é aquela que mais tem sido esquecida, chegando-se ao extremo de não haver mais espaço para uma vida em comunidade.
Apraz-nos realçar a preparação de propostas de mexidas a nível da revisão da Constituição nesta matéria, com o objectivo de canalizar recursos e forças (mesmo que tornando possível o contributo das nossas FA’s) para essa luta.
Mas os maiores meios e energias devem convergir, parece-nos, para a prevenção nos dois sentidos dessa palavra, neste enfrentar da maior ameaça à sociedade cabo-verdiana: Prevenção na acção policial por um lado, e mais e maior prevenção, sobretudo, na implementação e prática de políticas no âmbito desse pilar da justiça social… que irá repôr a equidade social na nossa sociedade. Afinal a base do equilíbrio de qualquer sociedade.
- Ver mais, e outros ângulos sobre o mesmo tema, abaixo:
2 comentários:
kenha ke tcha di rua korvu?
Um simples habitante da capital.
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