segunda-feira, março 30, 2009

Vida e Morte


  • O Dr. Aníbal marcou estas duas Ilhas, sobretudo: S.Antâo e S.Vicente. Um filho da terra que 'vertia amor e suor' quotidianamente ao serviço de Cabo Verde. Conseguia depois de 10/12 horas de trabalho profissional, inventar quase por magia, mais tempo para viver a cultura da sua terra... e muitas vezes assumindo responsabilidades em projectos, como foi o caso da Rádio Barlavento, de que foi o Director durante bons anos. Muito profissionalismo... e sobretudo um homem de afectos, de relações especiais... e um benemérito a vida inteira. Durante muitos e muitos anos, era a referência para a medicina bocal/dentária. Dentes? Dr.Aníbal! Que descanse em paz!

  • Quando comecei a me interessar por música de filmes, na qualidade de ‘estudante atrevido’ que dava as suas horas de lazer à Rádio Barlavento, em part-time, como ajudante de discoteca e de estúdio… descobri um mestre, de seu nome Maurice Jarre.
    Poucos anos mais tarde, vim a me apaixonar pelo som, pela estrutura musical do filho desse mestre, Jean-Michel Jarre.
    Hoje, a notícia da morte desse compositor veterano, especializado em música para filmes, Maurice Jarre, me chocou. Assim, de repente, a notícia me fez parar a respiração.
    Mais uma grande perda. Mas enfim… é a Vida!
Com a devida vénia, este texto da Lusa: 'O compositor francês Maurice Jarre, de 84 anos, morreu ontem de madrugada em Los Angeles, no Estado norte-americano da Califórnia, anunciou o agente do seu filho, Jean-Michel Jarre, confirmando uma informação do site Purepeople.
A carreira de Maurice Jarre, nascido em 1924 em Lyon, no sudeste de França, começou nos anos 1950, com a composição de música para filmes. O êxito da banda sonora original de "Lawrence d'Arábia", em 1962, içou-o ao pódio de Hollywood e cimentou a sua colaboração com o realizador britânico David Lean, com quem formou igualmente equipa em "Doutor Jivago" (1965) e "Passagem para a Índia" (1984).
Pela música destes três filmes, Maurice Jarre foi recompensado com um Óscar da academia cinematográfica norte-americana.
Jarre participou em mais de 150 bandas sonoras para filmes, de grandes realizadores como John Frankenheimer, Alfred Hitchcock, John Huston, Luchino Visconti e Peter Weir.

Lusophonies/Lusofonias

Integrada num ciclo dedicado à arte de produção lusófona, esta exposição – aberta a 26 de Março - conta com dois pólos de apresentação, um em Lisboa na Perve Galeria e outro itinerante, em África, cuja primeira apresentação decorrerá na Galeria Nacional em Dakar, Senegal, deslocando-se depois a Luanda, Angola e, espera-se, aos outros países de onde são originários os artistas envolvidos nesta mostra - como é o caso de Cabo Verde.
Com curadoria e direcção artística de Carlos Cabral Nunes, a mostra é composta por um conjunto de centena e meia de obras de artistas angolanos, brasileiros, cabo-verdianos, moçambicanos e portugueses, de distintas gerações.
O projecto “Lusofonias Lusophonies” surge de um convénio entre a Perve Galeria e a Embaixada de Portugal em Dakar, e propõe, através da cedência de obras de arte que fazem parte da colecção da galeria situada em Alfama, a divulgação de um espólio artístico que permite várias leituras sobre a obra dos artistas participantes e, consequentemente, sobre a partilha de identidades no espaço da lusofonia.
A exposição, agora patente na Perve Galeria, introduz a arte da lusofonia fazendo a separação entre a produção realizada antes das independências nos PALOP e o desenvolvimento artístico após a instalação dos regimes soberanos naqueles países, estabelecendo-se a ponte para as novas gerações de artistas lusófonos.
Assim, na produção artística realizada antes de 1975, estão representados artistas tais como António Quadros (Pt), Cruzeiro Seixas (Pt), Malangatana (Mz), Manuel Figueira (Cv), Mário Cesariny (Pt), Pancho Guedes (Pt) e Shikhani (Mz). Na criação posterior, podem ser vistas obras Abílio Nhate (Mz), Albino Moura (Pt), Luisa Queirós (Cv), Márcia Matonse (Mz), Miro (Mz), Paulo Kapela (Ao), Pedro Wrede (Br) e Reinata Sadimba (Mz). Por sua vez, os novos autores lusófonos são Ana Silva (Ao), Cabral Nunes (Mz), Gabriel Garcia (Pt), Idasse (Mz), Isabella Carvalho (Br) e João Garcia Miguel (Pt).
Todos as obras expostas abordam a temática da lusofonia numa perspectiva de enquadramento da sua matriz miscigenada e os autores participantes têm em comum a sua ligação, seja vivencial, seja estético-formal, às raízes africanas e/ou brasileiras. Dos autores presentes na inauguração, destaca-se o artista plástico e arquitecto (Pancho) Miranda Guedes, recentemente doutorado Honoris Causa pela Universidade Técnica de Lisboa.
Na Perve Galeria, o pólo português dessa exposição, patente até ao dia 25 de Abril, é visitável de 2ª a Sábado, das 14h às 20h. O catálogo tem uma versão on-line disponível no site www.pervegaleria.eu.

domingo, março 29, 2009

Ecos de 'Crioulo' no CCB


Esta chega-nos de uma colega Jornalista que vive em Portugal:

"Oi Soares, para ti e para os outros que vão brilhar logo à noite, muita merde! Quem me dera estar aí! Só não digo que vou morrer de inveja porque o que vi ontem foi simplesmente extraordinário! A Opera do Tony e do Vasco foi fenomenal! O CCB esteve cheio, muitos vips, entre os quais José Maria Neves, José Sócrates, alguns cabo-verdianos, menos do que eu estava à espera, mas foi mesmo fantástico! Adorei tudo, mas a música foi diviiii...na! O público também adorou porque foram longos os minutos a aplaudir de pé. Depois, foi só ver o frenesim das pessoas para cumprimentarem o Vasco e o Tony. Eles bem merecem!

Abração,
F. Rocha"

sexta-feira, março 27, 2009

Mensagem 27 de Março - Dia Mundial do Teatro

Instituto Internacional do Teatro
International Theatre Institute / Institut International du Théâtre ITI
iti@iti-worldwide.org / http://www.iti-worldwide.org/

Somos todos actores

Todas as sociedades humanas são espectaculares no seu quotidiano, e produzem espectáculos em momentos especiais. São espectaculares como forma de organização social, e produzem espectáculos como este que vocês vieram ver.

Mesmo quando inconscientes, as relações humanas são estruturadas em forma teatral: o uso do espaço, a linguagem do corpo, a escolha das palavras e a modulação das vozes, o confronto de ideias e paixões, tudo que fazemos no palco fazemos sempre em nossas vidas: nós somos teatro!

Não só casamentos e funerais são espectáculos, mas também os rituais quotidianos que, por sua familiaridade, não nos chegam à consciência. Não só pompas, mas também o café da manhã e os bons-dias, tímidos namoros e grandes conflitos passionais, uma sessão do Senado ou uma reunião diplomática – tudo é teatro.

Uma das principais funções da nossa arte é tornar conscientes esses espectáculos da vida diária onde os actores são os próprios espectadores, o palco é a plateia e a plateia, palco. Somos todos artistas: fazendo teatro, aprendemos a ver aquilo que nos salta aos olhos, mas que somos incapazes de ver tão habituados estamos apenas a olhar. O que nos é familiar torna-se invisível: fazer teatro, ao contrário, ilumina o palco da nossa vida quotidiana.

Em Setembro do ano passado fomos surpreendidos por uma revelação teatral: nós, que pensávamos viver num mundo seguro apesar das guerras, genocídios, hecatombes e torturas que aconteciam, sim, mas longe de nós em países distantes e selvagens, nós vivíamos seguros com nosso dinheiro guardado num banco respeitável ou nas mãos de um honesto corrector da Bolsa - nós fomos informados de que esse dinheiro não existia, era virtual, feia ficção de alguns economistas que não eram ficção, nem eram seguros, nem respeitáveis. Tudo não passava de mau teatro com triste enredo, onde poucos ganhavam muito e muitos perdiam tudo. Políticos dos países ricos fecharam-se em reuniões secretas e de lá saíram com soluções mágicas. Nós, vítimas de suas decisões, continuamos espectadores sentados na última fila das galerias.

Vinte anos atrás, eu dirigi Fedra de Racine, no Rio de Janeiro. O cenário era pobre; no chão, peles de vaca; em volta, bambus. Antes de começar o espectáculo, eu dizia aos meus actores: “Agora acabou a ficção que fazemos no dia-a-dia. Quando cruzarem esses bambus, lá no palco, nenhum de vocês tem o direito de mentir. Teatro é a Verdade Escondida”.

Vendo o mundo além das aparências, vemos opressores e oprimidos em todas as sociedades, etnias, géneros, classes e castas, vemos o mundo injusto e cruel. Temos a obrigação de inventar outro mundo porque sabemos que outro mundo é possível. Mas cabe a nós construí-lo com nossas mãos entrando em cena, no palco e na vida.
Assistam ao espectáculo que vai começar; depois, em suas casas com seus amigos, façam suas peças vocês mesmos e vejam o que jamais puderam ver: aquilo que salta aos olhos. Teatro não pode ser apenas um evento - é forma de vida!

Actores somos todos nós, e cidadão não é aquele que vive em sociedade: é aquele que a transforma!

Augusto Boal
Augusto Boal

Augusto Boal (Rio de Janeiro, 16 de Março de 1931) é encenador de teatro, dramaturgo e ensaísta brasileiro, uma das grandes figuras do teatro contemporâneo internacional. Fundador do Teatro do Oprimido, suas técnicas e práticas difundiram-se pelo mundo, notadamente nas três últimas décadas do século XX, sendo largamente empregadas não só por aqueles que entendem o teatro como instrumento de emancipação política mas também nas áreas de educação, saúde mental e no sistema prisional.
Nas palavras de Boal, "o Teatro do Oprimido é o teatro no sentido mais arcaico do termo. Todos os seres humanos são actores - porque actuam - e espectadores - porque observam. Somos todos "espectadores" .
O dramaturgo é conhecido não só por sua participação no Teatro de Arena da cidade de São Paulo (1956 a 1970), mas sobretudo por suas teses do Teatro do oprimido, inspiradas nas propostas do educador Paulo Freire.
Tem uma obra escrita expressiva, traduzida em mais de vinte línguas, e suas concepções são estudados nas principais escolas de teatro do mundo. O livro Teatro do oprimido e outras poéticas políticas trata de um sistema de exercícios ("monólogos corporais"), jogos (diálogos corporais) e técnicas de teatro-imagem, que, segundo o autor, podem ser utilizadas não só por actores mas por todas as pessoas.

fonte: Wikipedia

Dia Mundial do Teatro... dia da Mulher Cabo-Verdiana

Como já é hábito neste País... e nesta Ilha de S.Vicente, o Dia Mundial do Teatro é marcado por um mês de Março (inteiro) dedicado ao Teatro... à Festa à volta do Teatro e seus agentes - todos - e no próprio dia 27 fala-se, disserta-se, pensa-se, homenageia-se, celebra-se...
A Associação Mindelact aproveita para a entrega do Prémio de Mérito Teatral. E este ano a interpretação (os actores) está no foco das luzes...

César Lélis, do Juventude em Marcha, é o actor que vai ser homenageado neste dia Mundial do Teatro. O nome diz tudo. Dispensa considerações e elogios maiores: a própria cara do homem... representa o Teatro neste país.

Dia da Mulher Cabo-Verdiana

Bento Oliveira
À nossa escala, elas comandam porque superiores e fortes... afinal são as heroínas destas Ilhas com um ADN de gente lutadora, sofredora, mas alegre e com gosto pela vida.
Felicidades mil!

quarta-feira, março 25, 2009

Os 'deuses crioulos' do Futebol... só podem estar malucos!


Hoje de manhã cedo, a RCV falava de jogos de Cabo Verde em Futebol. Coisa mais ou menos rara… a nossa presença em disputas pelo mundo fora. E o estranho é que, desta vez não era só selecção AA… também iríamos jogar em sub-21. E pareceu-me algo deveras extraordinário. Porque sabia que em primeira jornada dos sub21, frente a Portugal, a nossa selecção perdera… (2-0) mas ainda havia mais dois jogos com conjuntos mais do nosso nível. Confirmou-se esta tarde. Ganhámos frente à Finlândia (3-2). E neste dia abençoado para o futebol dos agora conhecidos por ‘tubarões azuis’, mais uma vitória. E uma vitória mais saborosa porque de selecções maiores… e frente à organizadora do CAN – a amiga e poderosa a nível continental, Angola (1-0). Um título deste género sabe sempre bem: ‘Cabo Verde bate Angola em jogo particular no Algarve’ – escreveu a lusa. Sábado a ‘selecção de todos nós’ tem um outro compromisso (Guiné Equatorial). E os sub21 ainda podem conseguir um honroso segundo lugar do Torneio Internacional da Madeira… se ganharem à selecção da Madeira, justamente. Os deuses crioulos do futebol devem estar meio doidos… malucos de certeza!
Onde já se viu? (o que se passa?)

segunda-feira, março 23, 2009

BLOG JOINT - Tirar o máximo proveito de cada uma pas poucas infra-estruturas do país...

Bento Oliveira

Parece que andamos a desaprender nessa matéria: associativismo e a forma de tirar o melhor proveito do pouco que temos. Sendo no entanto cultural a nossa falta de ‘steam’ à volta da manutenção de projectos colectivos… a verdade é que já houve tempo em que conseguíamos driblar sem grandes problemas, ‘essa tendência cultural’ de não funcionar muito bem, quando as circunstâncias… e a realidade aconselham ensaiar e trabalhar para que os ‘passos sejam dados sincronizadamente’, no mesmo caminho, na mesma direcção, com os mesmos objectivos, o mesmo desiderato… para o bem e a elevação duma comunidade.
Ao longo dos quase trinta e cinco anos do país, vimos nascer ideias e projectos mil, cheios de tesão, de vontade, de dinâmica, d’objectivos bem definidos… e mesmo vontade férrea… pelo menos inicial! E muitos mais vezes do que se pudesse eventualmente aceitar… ‘nascimentos condenados à alta mortalidade infantil que impera nesse sector’.
Porque será que a nossa vontade, a nossa determinação, a nossa paixão… tem essa tendência de ‘quebrar’ (e não vergar…) aos primeiros sinais de ventos contrários?
Enquanto não estudamos convenientemente as reais razões desse mal… o Governo, as Câmaras Municipais e outros organismos públicos devem assumir essa luta. Elegê-la como prioridade das prioridades. Criar… e continuadamente ir criando as condições favoráveis – empurrando sempre que seja caso disso – para que os ‘mínimos olímpicos’ estejam garantidos…
Sem esquecer nunca que, sobretudo em países pobres como o nosso, se deve tirar o máximo proveito de toda e qualquer infra-estrutura que exista. Só assim valeu à pena os custos dispendidos na construção de cada uma das infra-estruturas erigidas neste pequeno país!

sexta-feira, março 20, 2009

Bento Oliveira IN



Mais um espaço para a Alma na blogosfera berdiana…
Bento Oliveira igual a si próprio… mas em peso, com o seu mundo (na Arte)



quinta-feira, março 19, 2009

Março - Mês do Teatro - TIM - ONDÊ KE TATI TÁ?

Teatro Infantil do Mindelo na estreia de nova peça - Ondê Ke Tati tá?


Esta é a história de uma Tartaruga Jovem e apaixonada que decide dar o sim no altar, com os olhos postos num futuro de uma novel família com centenas de tartaruguinhas… de acordo com a ordem natural das coisas.
Tati, a tartaruga crioula, está feliz e esperançada numa longa vida ao lado da sua cara-metade, e chegado o dia há muito ansiado, está já a se embelezar para o acto, com a preciosa ajuda da mãe e de vizinhos, pois nesses momentos… não há mãos nem apoios que cheguem.
Por outro lado, na aldeia piscatória é também um dia especial, pois Toy o pescador mais popular da zona, faz anos, e com certeza que este dia – que também será de trabalho na faina dura de todos os dias ‘na mei de mar’ - terminará em grande rambóia, com toda a família e amigos a comemorarem essa efeméride.
Para já o dia começou mais que bem, pois Toy e seus companheiros – após várias tentativas vãs em pleno mar fresco - chegaram em terra com o bote carregado de muito e bom peixe, para alegria de todos.
Mais uma história que se desenrola e que está semeada de surpresas e emoções, à volta da necessidade de preservação de espécies em perigo – como é o caso da Tartaruga, proibida de ser apanhada no país, durante todo o ano - mas que vai cruzar a vida dessas duas comunidades, a dos pescadores Toy, Manel e Jack e a das Tartarugas mãe e filha Tati, o noivo Tatu… e seus vizinhos Cagarra, Búzio e Craca.
Direito e luta pela vida, vista de ângulos diferentes, numa estória que pretende mostrar o valor e a necessidade actual de respeito e preservação das tartarugas no nosso país…
ONDE KE TATI TÁ?
Este fim-de-semana da programação Março - mês do Teatro: sexta, sábado e domingo, no Centro Cultural do Mindelo

segunda-feira, março 16, 2009

Elas são mais fortes... e imprescindíveis!


"Só quando os homens chegam a uma certa idade é que podem dizer com certeza que as mulheres são melhores do que eles em tudo – mesmo na bola, a carregar pianos, a lutar com jacarés ou nas outras coisas em que ganhávamos quando éramos mais novos e brutos e fortes. Quando se é adolescente, desconfia-se que elas são melhores. Nos vintes, fica-se com a certeza. Nos trintas, aprende-se a disfarçar. Nos quarentas, ganha-se juízo e desiste-se. Nos cinquentas, começa-se a dar graças a Deus que seja assim. Os homens que discordam são os que não foram capazes de aprender com as mulheres (por exemplo, a serem homenzinhos), por medo ou vaidade ou estupidez. Geralmente as três coisas. Desde pequenino, habituei-me que havia sempre pelo menos uma mulher melhor do que eu. Começou logo com a minha linda e maravilhosa mãe, cuja superioridade – que condescendia, por amor, em esconder de vez em quando– tem vindo a revelar-se cada vez mais. As mulheres são melhores e estão fartas de sabê-lo. Mas, como os gatos, sabem que ganham em esconder a superioridade. Os desgraçados dos cães, tal como os homens, são tão inseguros e sedentos de aprovação que se deixam treinar. Resultado: fartam-se de trabalhar e de fazer figuras tristes, nas casas e nas caças e nos circos. Os gatos, sendo muito mais inteligentes, acrobatas e jeitosos, sabem muito bem que o exibicionismo vão, leva à escravatura vil. Isto não é conversa de engate. É até um tira-tesões. Mas é a verdade. E é bonita."

Miguel Esteves Cardoso - in o Público

sábado, março 14, 2009

Março – Mês do Teatro... em S.Antão



DESTINO VIVIDO pelo grupo de teatro do Planalto Leste NOS RETRÓT… é estreado hoje Sábado na cidade do Porto Novo, S.Antão.
In asemanaonline lê-se sobre a peça e o novel grupo: “Destino Vivido”, explica Arlindo Lopes, presidente do grupo criado há cerca de um ano, aborda a violência doméstica e os maus tratos sobre crianças, drama que atinge muitas famílias cabo-verdianas e no resto do mundo.
Esta é a segunda peça de Nós Retrot, a primeira foi “Trapalhões”. O grupo, criado no ano passado e formado por 10 elementos, goza do apoio da ONG Atelier Mar. Em troca, o grupo ajuda o Atelier Mar a implementar o Projecto de Desenvolvimento Rural do Porto Novo através de pequenos sketches e peças teatrais de sensibilização.

sexta-feira, março 13, 2009

MARÇO – MÊS DO TEATRO prossegue…

Este fim-de-semana, com duas peças:

  • Esta noite, pelas 21.30 no Centro Cultural do Mindelo, a reposição de peça estreada no Centro Social de Ribeira de Craquinha, pelo Grupo Kracotchód:

'GrinheCim'

  • Sábado e Domingo – no Jotamonte:
    A estreia de '10 Segundos', pela Companhia Teatral Sarrom.com

Dez Segundos… tudo se passa em dez segundos. Toda a nossa vida, espelhada à nossa frente.Horácio Palhares é um homem que teve várias oportunidades mas que, tal com qualquer ser humano, teve que fazer as escolhas dele. A vida para ele foi sempre madrasta e viveu entre vários tropeções, amores e desamores, aventuras e desventuras, trapaças e mentiras, até que conhece o verdadeiro amor.Será que isso acontece a tempo de se redimir de todos seus erros e viver uma vida que nem sequer fazia parte dos seus planos?10 Segundos é uma comovente história prenhe de emoções, que podia acontecer a qualquer homem. Para rir, chorar e, sobretudo, reflectir sobre nossas atitudes e comportamentos.


FICHA TÉCNICA:Dramaturgia, Encenação e Direcção de Cena - Neu Lopes; Interpretação -
Neu Lopes e Karina Lizardo; Cenografia, Figurinos e Adereços - Neu Lopes e Karina Lizardo; Músicas:Prelúdio Fragmentos (2, 12) – RICARDO DE DEUS - Assobio do avô… Laura – RICARDO DE DEUS, Wedding march – LONDON PHILHARMONICA ORCHESTRA, Let’s face the music and dance – DIANA KRALL, Black cat white cat soundtrack – EMIR KUSTURIKA, Lover man – CHRIS BOTI feat. GLADYS KNIGHTCrime of the century – SUPERTRAMP, Plenty – GURU feat. ERYKAH BADU, Fanfarra – SÉRGIO MENDES, Messages – VANGELIS, Prelude – VANGELIS, Maquilhagem - Self makeup, Sonoplastia - Neu Lopes, Operação de Som - Odair Varela, Luz - Faísca Luminotecnia

Subjectividade...

A propósito desta frase…

"O jornalista 'puro' não deveria, segundo tal ordem de ideias, militar num partido, ser associado ou adepto de um clube desportivo, sócio de um sindicato, ter interesses ou opinião sobre o que quer que seja, ou mesmo votar, isto é, haveria de ser um extraterrestre, ou um 'castrado'".

Manuel António Pina, "Jornal de Notícias"

É que… ao contrário do que na maior das vezes se pensa… a preocupação doutrinária com a objectividade do jornalista não advém da necessidade de negação da subjectividade inerente a qualquer ser humano, mas justamente do oposto: da descoberta e assunção de que, de facto, a comunicação dos factos é sempre ‘colorida’ pela percepção e ponto de vista – subjectivos – do jornalista que a selecciona, elabora e comunica…

Ora, sabendo disso, o profissional da comunicação tem a obrigação de se acautelar… ter cuidados especiais, redobrar a atenção… enfim procurar em si e encontrar métodos próprios de trabalho que vão no sentido de menor subjectividade, e isto em contínua auto-formação e treinamento, para que aquilo que comunica, e o modo como o faz, seja o menos possível ‘colorido’ - distorcido ou enviesado - pela sua normal subjectividade.

quarta-feira, março 11, 2009

O peso das Palavras...


C-A-B-O__V-E-R-D-E, dá Cabo Verde. E representa o que representa: um pequeno país arquipelágico, pobre, atlântico, africano, crioulo e… seco.
Não é, nem representa Cabo Canaveral, Cabo da Boa Esperança, Cabo das Tormentas, cabo do fim… nem tão pouco, um paraíso verde e idílico, nem um inferno. É Cabo Verde. Não é o cabo, verde, de uma faca.
É África, mas pode ser um país euro-africano se se quiser. Ou Ilhas (In)Afortunadas. Tudo bem. Mas não é um país grande e rico. Rico em cultura? Pode ser… Mas não é nem verde, nem branco ou negro, mas sim miscigenado.
As palavras têm um significado, um peso. E dizem o que representam e são. Não podem ser utilizadas ao bel-prazer de cada um. São um código que se aprende e apreende, para utilizar de acordo com as mensagens, na hora certa. Traduzem ideias e pensamentos do ser humano, para comunicar – na justa medida – com os outros. E para isso, precisam ser precisas o quanto baste. Não para distorcer, (no ‘panhá na txon pa pô’… muito ao estilo berdiano…) mas para restituir a fidelidade da mensagem.
As palavras são um dos maiores instrumentos inventados pelo Homem. Como tal devem ser estudadas, respeitadas, acarinhadas, fidelizadas, utilizadas com mestria… respeitando o peso de cada uma, as suas imagens, cores… as ideias que representam. Afinal, fazer e deixar acontecer a verdade das palavras... A ‘magia das palavras’…
(na linha de Ziquizira e Ala Marginal)

terça-feira, março 10, 2009

Proud to be

Na linha do… ‘se eu soubesse…’ do Michael Jackson, o pessoal saiu com essa: O orgulho de ser Negro!

Ah! Michael... os tempos são outros!

segunda-feira, março 09, 2009

Blog-Joint: “a auto-censura, o anonimato e as máscaras da sociedade caboverdiana”


A palavra-chave é responsabilidade. E faz a ‘massa deste bolo’ que é o tema deste blog-joint: a auto-censura, o anonimato e as máscaras da sociedade cabo-verdiana.
Responsabilidade, que leva a que se exerça o jornalismo – por exemplo - com uma certa dose de auto-censura. Pela responsabilidade e profissionalismo de só dizer e escrever o que está comprovado através de investigação.
Responsabilidade, que leva ao anonimato em determinadas frentes, como é o caso – por exemplo - dos comentários críticos e ou arrasadores.
Responsabilidade enfim, que determina a que uma sociedade ‘arranje máscaras’, na tentativa de fintar ou enfrentar certos e determinados problemas recorrentes no seu seio.
Isto pegando o ‘toiro pela frente’, e partindo do princípio de que as pessoas têm princípios. Ou dito doutra forma, numa sociedade onde os valores imperam e são respeitados, globalmente. É aqui que se pode compreender o porquê do recorrer à auto-censura, ao anonimato, às mascaras. Aqui se faz e se compreende o namoro da responsabilidade, com a sobrevivência, com o respeito, com possíveis interesses maiores dessa sociedade, como é o caso da defesa da Vida.

Mas há o outro lado, onde esse conceito de responsabilidade desaparece completamente, dando lugar a ‘desvios mil’ como a ameaça, o medo, a ganância, o puro banditismo, a parcialidade, com as atenções viradas para interesses próprios ou de grupos, em detrimento de justiça e oportunidades iguais para todos. Onde existem ameaças reais inerentes à perda de valores que abrange uma crescente franja da sociedade… com o próprio poder político a precisar ser ‘empurrado’ para a luta, em decorrência dos estragos à sociedade causadas pela falta de emprego, pelo tráfico em grande escala, o branqueamento de dinheiro e corrupção ao mais alto nível. O nascente Medo, num ambiente destes, torna-se na mãe da sobrevivência, da auto-censura, do anonimato, das tais máscaras…
Mais:

sábado, março 07, 2009

Filho de Manh'Ana homenageia a mãe

Tchalê Figueira
Nesta minha vida de ‘piratinha’, aprendi muitas e muitas coisas, que não sabia antes da minha mãe morrer. Tinha a ideia de que ninguém nesta terra, era simpático, feliz, contente, amigo… porque estava habituado a ouvir de todos a quem esticava o braço a pedir dinheiro, ajuda, ou outras coisas para levar para a minha mãe… a mesmíssima resposta:
‘Não tem nada! Outro dia! Vai dar uma volta! Vai para casa! Deixa-me em paz! Vai chatear outro! Não dou, não dou e não dou, vagabundo!’
Eu vivia bem triste, com a minha mãe doente e também triste porque abandonada pelo meu pai… Muitas vezes, até me parecia que eu e a minha mãe não éramos filhos de Deus. Aliás Deus nunca respondia aos pedidos da minha mãe, pelo que eu fui mandado tentar nas ruas.
Poucos davam-me alguma coisa para levar para casa. Uns cinco escudinhos – na maior parte das vezes –, um pedaço de pão… e nada mais. Ah, mas não me esqueço daquela senhora ‘de fora’ que me deu esta camisola bem bonita que, muitos anos depois, continuo a vestir… Quanto ao grosso das pessoas, nada! Nada, e ainda por cima… de cara mau.
Mas agora não. As coisas mudaram… ou melhor, mudei as coisas! Porque entretanto aprendi coisas que a minha mãe não me ensinara. Agora tenho tudo o quero. É só ver e pedir das pessoas. Aos poucos fui descobrindo que tudo o que é metal – quanto mais pontiagudo melhor - modifica a simpatia das pessoas.
Eu adoro ver a generosidade a nascer nas pessoas – posso dizer que acontece na hora – à minha frente. Já o presenciei muitas vezes e sei como se passa: o aço deve ter também essa qualidade junto das pessoas, e aposto que a minha mãe não sabia, pois passámos muito tempo sem nada, lá em casa. Nunca me esqueço da ‘magia da divisão’ que ela sempre conseguia… à base da regra de ouro da minha avó: ‘Quem come e guarda… arma a mesa duas vezes.’ Ah, se soubesse desta outra magia antes! Porque passávamos um bocado de fome naquela casa de lata. Ela doente, e eu inocente. Mas agora não. Eu queria ter descoberto antes, porque assim a minha Manh’Ana estaria ainda comigo, de certeza... a minha mãe ainda estaria viva.
Agora sou esperto. Aprendi essa magia. É simples. Chego junto dum antipático qualquer que vem na minha direcção, digo ‘amigo um vinte escudinho para matar a fome’. Ele nem se dá à canseira de olhar para mim, ao mesmo tempo que deixa sair, desinteressadamente: Nada! Não há nada! Ao que respondo com uma segunda abordagem, já por trás… e a coisa muda logo de figura quando lhe apresento o metal. Aí peço relógio, carteira, móvel, cordão, tudo dele que eu quiser, e a generosidade é imensa. Dá-me tudo na hora, sem resmungar, sem dizer que não tem nada. Torna-se ‘coração de manteiga’, generoso… adoro! Só que continua com aquela cara mau de antipático, e vai-se embora, cheio de pressa. Manh’Ana devia estar viva para ver como o seu filhinho aprendeu coisas…

MARÇO - MÊS DO TEATRO - Baratas no Palco do Jotamonte

É já hoje a estreia absoluta de BARATAS NO PALCO.
Peça de peças, pelo grupo de teatro mindelense Atelier Teatrakácia.
21:30 horas – No Auditório Jotamonte. A não perder!

“A peça presta uma Homenagem a todos aqueles que têm vindo a fazer o teatro do Mindelo, e têm mantido essa chama do teatro Mindelense acesa, apesar de todas as dificuldades. Também é uma Homenagem em especial ao grupo de Teatro do Centro Cultural Português do Mindelo que há largos vem fazendo teatro e mantendo essa Chama do teatro acesa e mais do que isso elevou o Nosso Teatro a novos e altos patamares. A este Grupo, uma salva de palmas” lê-se no programa de apresentação do espectáculo desta noite.

Descrição: Uma Peça. Simplesmente uma Peça das Peças.
Não… não é a melhor de todas as Peças, mas sim uma comédia feita a partir de algumas das Peças do Mindelo. Brincar e relembrar cenas, homenagear os Grupos de Teatro do Mindelo e sobretudo o Grupo do Centro Cultural Português.
Baratas... onde estão elas? Será que elas existem? Pois, não sei…

quinta-feira, março 05, 2009

Manel d'Novas

Decididamente, sexta-feira 13… é dia de (muita) sorte!
O trovador mindelense, o autor-compositor-intérprete – dos maiores de sempre de Cabo Verde – depois de um longo período longe dos palcos, regressa para ser o rei da noite de música no Tradisson & Morabeza.
Ao mesmo tempo homenagem a Manel de Novas em concerto de música da terra, ao vivo… e recheado de convidados de peso. (Bau, Voginha, Manecas Matos, Jack Monteiro… enfim, noite de estrelas com o Rei Manel.)

Com a carreira iniciada nos anos 50, quando era ainda aprendiz de marinheiro, Manel d’Novas é hoje reconhecido como um dos grandes renovadores da morna, a canção nacional, e da coladeira, quer em termos de composição, quer de lírica.

"Manel é sem dúvida um dos maiores músicos da morna depois de B. Leza". (Vasco Martins)

segunda-feira, março 02, 2009

Baratas no Palco - A nova peça do Atelier Teatrakácia

Descrição: Uma Peça. Simplesmente uma Peça das Peças.
Não… não é a melhor de todas as Peças, mas sim uma comédia feita a partir de algumas das Peças do Mindelo. Brincar e relembrar cenas, homenagear os Grupos de Teatro do Mindelo e sobretudo o Grupo do Centro Cultural Português.
Baratas onde estão elas? Será que elas existem? Pois, não sei…

Produção: Atelier Teatrakácia
Local: Auditório da Academia de Música Jotamonte
Classificação: M/16


Há já algum tempo, em conversa com o Carlos e o Nuno surgiu uma ideia de fazer-se uma comédia a partir de cenas de algumas peças que pelo Palco do Mindelo já passaram. Mas optamos por escolher apenas peças de grupos do Mindelo e que estão no activo no momento.
Uma caricatura das peças. Esta ideia ficou marinando á espera do momento certo para ir ao forno e eis que chegou o momento e, como uma ideia nunca vem só, juntou-se a esta ideia um desejo de fazer uma peça apenas com actores… as actrizes, estas ficaram de fora desta vez, mas isso não quer dizer que a peça não tenha mulheres… ou coisa parecida.
Desta forma, a peça coloca em cena quatro actores, com cenas de diversas peças, um ou outro “broc dod num ó not peça”, erros que farão parte da peça e outros nem por isso, e é claro que o inesperado não faltará.
Tudo pode acontecer, tudo pode ser aproveitado, tudo pode ser belo, tudo pode ser criticado, tudo pode ser tudo. Será isto o caos ou será que o próprio caos tem organização? Serão os actores nada mais do que baratas tontas em cima daquilo a que chamamos de Palco? Talvez sim, talvez não. Pois eu não sei.
A peça presta uma Homenagem a todos aqueles tem vindo a fazer o teatro do Mindelo, e têm mantido essa chama do teatro Mindelense acesa, apesar de todas as dificuldades. Também é uma Homenagem em especial ao grupo de Teatro do Centro Cultural Português do Mindelo que há largos vem fazendo teatro e mantendo essa Chama do teatro acesa e mais do que isso elevou o Nosso Teatro a novos e altos patamares. A este Grupo, uma salva de palmas.
Não poderia terminar sem antes agradecer ao Néu Lopes que em muito nos tem ajudado ao longo de todo o processo que implica esta peça. Alguém que me tem surpreendido e muito, que tem estado, sempre que possível, disponível a ajudar e colaborar, alias alguém com quem já tive o privilegio de trabalhar. Alguém que me tem demonstrado que somos vários grupos, mas que podemos estar unidos e ajudarmo-nos uns aos outros sem qualquer tipo de rivalidades entre grupos e sem ofendermos o Trabalho dos outros. Um grande obrigado Néu.
Dircilino Gomes



domingo, março 01, 2009

Março – Mês do Teatro... (começa hoje!)

Começa hoje a Festa do Teatro. Porque de festa se trata, com o objectivo de divulgar, despertar sentires… conhecimento, conquistar mais gente para fazer… mas também para ver, apreciar, viver as Artes Cénicas.
Março - Mês do Teatro 2009, é especial, porque também comemora os 130 anos da Cidade do Mindelo... (e tem o patrocínio da Câmara Municipal de São Vicente... a parceria do Centro Cultural do Mindelo, do Centro Cultural Português – Instituto Camões, e da Alliance Française de Mindelo).
Para quem não viu, é hoje a oportunidade de descobrir ‘Gato Malhado e a Andorinha Sinhá’ na versão das actrizes e actores do CCP e seus convidados. E vai acontecer esta tarde, em espaço alternativo… desconcentrado… Pelas 16:00 - Centro Social de Ribeira de Craquinha.
Vale à pena! Serão, com certeza, bons momentos... (no mínimo!)