quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Morna... e beleza das crioulas

Força di Cretcheu

Ca tem nada na es bida
Más grande que amor
Se Deus ca tem medida
Amor inda ê maior
Maior que mar, que céu
Mas, entre tudo cretcheu
De meu inda é maior.

Cretcheu más sabe,
É quel que é di meu
Ele é que é tchabe
Que abrim nha céu.

Cretcheu más sabe
É quel qui crem
Ai sim perdel
Morte dja bem.

Ó força de chetcheu,
Que abrim nha asa em flôr
Dixam bá alcança céu
Pa’n bá odja
Nôs Senhor.
Pa’n bá pedil semente
De amor cuma ês di meu
Pa’n bem dá tudo djente
Pa tudo bá conché céu.

Eugénio Tavares

É do Claridoso Manuel Lopes esta definição do poeta na sua forma de ser e estar... sobretudo na hora de compôr as mornas eternas:
« Eugénio desaprecia as formalidades e a pragmática. É homem da intimidade, dos ditos que sabem a mel. Uma graça contagiosa. Alegria sob a qual flutua uma tristeza orgânica; mas nele tudo é expontâneo e sincero. Nem ambições, nem grandezas, nem exibicionismo: moderação.
Eugénio compunha as suas mornas entre raparigas e rapazes. Espírito novo, côr-de-rosa, Eugénio era um inverno primaveril, sem neve, mas com flôres e sol. Na verdade costuma dizer-se, os poetas não envelhecem. Compunha as suas mornas entre a alegria e o Sol da mocidade. A Brava é a terra de raparigas e flôres, as flôres e as raparigas mais bonitas de Cabo Verde. Era ali entre tão belos modelos, que vivia e cantava o belo poeta, o velho-môço sultão.»

2 comentários:

Anônimo disse...

Cretcheu más sabe, nha sôdade, nha terra... ;o)
http://www.lettere.eremita.it/lettere/ferro.htm

moreia

Fonseca Soares disse...

Moreia... fui ver e adorei a tua carta ao teu e nosso "Mon Cap Vert".
Um brasa