quarta-feira, junho 03, 2009

BOUQUET DE ESTRELAS PARA ARMÉNIO VIEIRA

A felicidade por Arménio Vieira... um homem das letras que tive a felicidade de ir conhecendo desde os tempos em que morava na Rua di Korvu e estudava no Liceu Adriano Moreira... (e digo ir conhecendo, porque sempre senti no homem uma figura algo especial, complexa, para não dizer 'estranha/bizarra... ou de sangue azul' a justificar o nominho... Conde...) até o redescobrir e tentar entender nos seus belos e estonteantes poemas, mas também nos romances...


Enfim, a 'sabura' especial por Cabo Verde... Afinal, um Prémio que há muito merecíamos (a literatura cabo-verdiana merece!...)

A propósito do Prémio Camões, e com a devida vénia ao poeta José Luís Tavares e ao asemanaonline... a reposição aqui neste cantinho do “bouquet de estrelas”.


BOUQUET DE ESTRELAS PARA ARMÉNIO VIEIRA,
DITO CONDE, REI À NOSSA MANEIRA
Mais do que justa é a atribuição do prémio Camões ao poeta Arménio Vieira, senhor duma obra sólida, ainda que escassa. Em meio às pressões identitárias e à vociferação tribunícia, que tempos e circunstâncias impuseram a outros menos radicais na assumpção da condição criadora, Arménio Vieira soube abrir-se à universalidade estética e pensante, sem no entanto deixar de reflectir nas suas obras as atribulações existenciais e as particularidades antropológicas do ser-se caboverdiano.
Embora se possa tomar este prémio como uma reparação devida, ainda que tardia, à literatura caboverdiana, ele é, indubitavelmente, o coroar da obra daquele que dentre nós encarnava por excelência a figura e condição de poeta, e não nobilita, por atacado, toda a produção literária do arquipélago.
Talvez a pátria suspirasse por outros mais conformes aos ditames e cânones da monocultura identitária, a esses que de tanto fincar os pés perderam de vista o horizonte longínquo, como postula um dos meus grandes mestres, o irlandês Seamus Heaney neste verso, minha divisa e meu lema: «vai para além da segurança do que te é conhecido».
A ele, condor de largo voo, inolvidável coveiro da literatura gastronómica, nobre oficiante das horas salerosas do Cachito e Café Sofia, impoluto cobridor das fêmeas tresmalhadas, a ele nunca lhe foi horizonte o arrazoado folclórico-etnológico, mas o irredutível humano condensado na totalidade dos signos, onde a articulação entre reflexão e sentimento, aliada à discreta inteligência metapoética, são a afirmação extrema do que ainda nos sustém e poderemos chamar - no desconforto de um tempo de imundície terror e morte - beleza.
Lisboa, 3 de Junho de 3 de Junho de 2009
José Luiz Tavares (jltavares.poeta@gmail.com)

5 comentários:

Anônimo disse...

Mas afinal Fonseca Soares tu estudaste no Liceu da Praia ou foste aluno de filosofia de Pintinho em Soncente. Nao foi o que defendeste aqui ha tempos no debate que tivemos aqui. Sim aqui, por do outro lado do kiosque ando a dar pancada que se farta!

Al Binda

Fonseca Soares disse...

Em termos de estudos liceais, Ciclo Preparatório na Praia, e os cursos geral e complementar no Liceu Novo... aqui em S.Vicente. Confirma-se Filosofia com o especial Pintinho.

Anônimo disse...

Estás a ver que eu tenho uma memória do caraças?! E olha que vais ter que me pedir desculpa pois sou eu a ter razao na trapalhada das emissoes matinais das radios. Confundiste tudo e misturaste nomes que eram deste programa, que era da radio tal em vez da outra radio. Vou dar cabo de ti, rapaz! Misturas tudo!

Al Binda

Fonseca Soares disse...

Hahaha! (deve ser da idade!)

Anônimo disse...

Exactamente! Idade da razao porque tesao é para brutus!

Al Binda