segunda-feira, maio 18, 2009

BLOG JOINT - InfoExclusão

Num país como o nosso, onde as secas marcaram dolorosamente a nossa História…com imensas vidas ceifadas em ciclos mais ou menos infernais de crises… é de louvar, de realçar, e de enaltecer o facto de, hoje, já não dependermos directamente das chuvas e das secas.
Mas a realidade, neste pequeno país de ‘ilhas espalhadas na mei di mar’ nunca antes tivera sido virtual. Era sempre realidade pura e dura de ‘luta constante para a sobrevivência’…
Quando a realidade é virtual… a maioria das nossas gentes fica de fora… e encontramos novo tipo de secas – a infoexclusão, pois no mundo globalizado de hoje, a chuva é representada por um mundo em rápida evolução com uma tecnologia cada vez mais dominadora, onde a informação é a chave mestra para a sobrevivência.
Realçando e reconhecendo os ganhos conseguidos pelo país nos últimos 15/20 anos em matéria de ‘alinhamento’ com a realidade virtual deste mundo cada vez mais globalizado, há que continuar a chamar a atenção para a necessidade de massificar e ‘democratizar o acesso’ a essa ‘chave-mestra’. Lutar contra o que pode ser chamado de apartheid digital… pela inclusão social.
Ora, em Cabo Verde, os muitos que têm acesso à informação, à internet, ao conhecimento… afinal mais não são do que uma ínfima e mui pequena minoria. Urge combater essa infoexclusão com a inclusão social, adoptando um pacote de medidas que tenham como objectivo a facilitação, a massificação do acesso… pois os preços praticados no país não permitem essas veleidades à grande maioria. No mínimo, a garantia de levar a internet (a todas) às escolas do país. Criar uma sociedade onde o digital, as tecnologias, a internet, a informação sejam parte integrante… e para todos.
É que parece estar tudo muito bonito, com as ferramentas quase todas à disposição… mas – teimosamente, e como sempre aconteceu no passado deste país… - falta a chuva!

3 comentários:

Tey Alexandre disse...

Gostei da analogia... Então seguindo a mesma, apesar de estarmos àvidos de chuva, temos um enorme guarda-chuva chamado CVTelecome que não nos deixa, dançar à chuva em condições... A Telecome... come as nossas esperanças de acabar a com a info-exclusão. E Cabo Verde também já não se pode dar ao luxo de ter decisores políticos, que não entendem nada sobre isso. Tanto a nível do Poder local, com Central, Ministérios, direcções gerais, etc... Tem que haver um boom no uso das novas tecnologias, principalmente em relação à nossas crianças. Elas têm que aprender desde a primária, a escrever conforme as regras de dactilografia, e usar todos os dedos (com um pequeno software uma criança aprende a escrever velozmente sem sequer olhar para o teclado em menos de 1 mês, isto a 15 minutos por dia de practica). Tem que se massificar o uso da internet. Explodirem novos locais de acesso gratis à Internet, escolas, centros juvenis, Centros Culturais, tem que estar sempre à mão de semear... Fala-se tanto em Desemprego em Cabo Verde, mas será que o Governo alguma vez encomendou algum estudo, sobre formas de capacitar a população a ganhar dinheiro na Internet? Não deveriamos estar a estabelecer uma meta, sei lá, almejar para em 2015 30% da população consiga auferir algum da net, seja a dactilografar documentos, digitalização de documentos, criação de sites, call center, e-comerce, administração e manutenção remota de computadores e sistemas informáticos, enfim. Existem cada vez mais formas de fazer dinheiro pela intennet, e tal como tudo na Informática, essas irão crescer exponencialmente, tanto em numero com nos valores que movimentam. Então do que estamos à espera? Se não damos aos nossos jovens as ferramentas necessárias para que desde muito cedo possam dominar as novas tecnologias, estamos, sinceramente, a hipotecar a nossa competividade como país, nação e economia viável de amanhã...

Proponho um dia de Greve, de todos os produtos da CVTELECOM, pq não 31 de Maio?... Com a ajuda de todos, do blogjoint, dos emails, dos hi5´s Facebooks e similares, Flyers, Radios, etc... Tentemos mostrar à CVTelecom que nos importamos com as mãos alheias nos nossos bolsos...

licnha.masca@gmail.com disse...

Pois é, o Estado parece que está a começar a fazer algo nesse sentido...Urge contudo fazer mais, criar mais condições para todos os cidadãos. Desde logo, introduzir nos jardins aparelhos adaptados para pequenas funções nesse campo -Caberia ao Ministério da Educação pensar que modalidade adoptar e inseri-la nos curricula. E para os mais graúdos que não apanharam a tal "massificação" poder-se-ia pensar assim: Na função pública e nos privados criar-se-ia um fundo especial, em que o empregador acordaria uma percentagem mínima do salário do funcionário e este tb uma fatiazinha para uma formação/reciclagem continua. Temos que nos responsabilizar também. Por outro lado, criar incentivos, formas de crédito especiais para que a sociedade também se assuma como potencial empreendedor na matéria. Está aí por exemplo uma boa oportunidade para se criar negócios...

Fonseca Soares disse...

Nem mais Licinha! Combater a info-exclusão é tarefa de todos. Do Estado, dos privados, de todos e de cada um dos cabo-verdianos... O comboio não pára!
Tey, sim e não... os custos são de facto, um travão para a desejada massificação. Mas antes de mais é preciso criar n condições. Sobretudo a consciência e a vontade inequívoca de todos. Os custos e os lucros devem ser também distribuídos pela 'aldeia'...