(imagem: Hiena)
Nas nossas Rádios, o creoulo sempre esteve presente, a meias com o português oficial. As introduções, os lançamentos, as apresentações sempre em português… as explicações, os problemas, o dia-a-dia, os pormenores… em creoulo. Mas, muitas vezes, uma espécie de ‘creoulo inchado’ porque sempre condimentado com intromissões do português… Um creoulo omni-presente mas ao mesmo tempo, estranhamente escondido.
Por outro lado, da oralidade ao escrito… as coisas mudam de figura. Por exemplo, o Teatro: desde sempre, obrigou a quem está ligado à área… a, no mínimo, tentar escrever em ‘kriol’… E, ironia do destino, a tradução, a partir do português. A coisa é pensada em creoulo, escrita em português… e depois traduzida para o creoulo. Que coisa mais estranha!
E, escusado será dizer que, os leitores tinham que ter calma e tempo para tentar ler. Soletrando, não entendendo, voltando para trás as vezes que forem necessárias… até que, de repente(!), poxa(!) era isso? Como não vi logo à primeira… E gargalhadas! F…das que a coisa é difícil! Escrever em creoulo é difícil! E mais difícil ainda, é ler!
Resumindo, o kriol língua-mãe sempre presente e sempre adiado… a manter-se sempre um problema eterno.
Este preâmbulo para dizer e mostrar como, sempre simpatizei com a ideia/projecto Alupec. Faz todo o sentido! É uma necessidade premente! Depois… a chamada tirania do K… o ‘c’ que desaparece… mas continua sempre presente: nas nossas mentes de acostumados com o português; e também bem presente na palavra-chave – alupec.
Depois, a confusão instalada: Que creoulo para a oficialização? Todas as variantes... ou uma só – a com mais falantes? Bairrismo instalado, conotação do Alupec ao ‘badiu di Praia’. Emperramentos ao creoulo por uns, despejar de razões mil para a escrita por outros, Barlavento por um lado, Sotavento por outro, badiu ou sampadjudo… equívocos mil!!!
Alfabeto Unificado para a Escrita do Creoulo, para mim, diz tudo: alfabeto para a escrita, de forma unificada para que todos possam saber escrever... e sobretudo saber ler. Não pode ser outra coisa! Não pode ser ‘matar’ uma ou todas em detrimento de uma especial. Daqui a quinhentos anos, pode até ser, que já só exista uma única (variante) com o enriquecimento de palavras e conceitos de todas as outras. Hoje, a situação é outra. A realidade mostra que existem várias variantes da nossa língua materna. E o Alupec é só uma coisa: a tentativa de unificar a forma de escrita para todos os ‘creoulos’ existentes nestas nossas Ilhas.
E o Português, com a oficialização do nosso creoulo, manterá o seu papel de língua oficial, ao lado do creoulo, para durar o tempo que for necessário. Em relação a ela, precisamos mesmo é ter muito mais cuidados no seu ensino/aprendizagem para garantir uma melhor utilização desse utensílio importante.
Por outro lado, da oralidade ao escrito… as coisas mudam de figura. Por exemplo, o Teatro: desde sempre, obrigou a quem está ligado à área… a, no mínimo, tentar escrever em ‘kriol’… E, ironia do destino, a tradução, a partir do português. A coisa é pensada em creoulo, escrita em português… e depois traduzida para o creoulo. Que coisa mais estranha!
E, escusado será dizer que, os leitores tinham que ter calma e tempo para tentar ler. Soletrando, não entendendo, voltando para trás as vezes que forem necessárias… até que, de repente(!), poxa(!) era isso? Como não vi logo à primeira… E gargalhadas! F…das que a coisa é difícil! Escrever em creoulo é difícil! E mais difícil ainda, é ler!
Resumindo, o kriol língua-mãe sempre presente e sempre adiado… a manter-se sempre um problema eterno.
Este preâmbulo para dizer e mostrar como, sempre simpatizei com a ideia/projecto Alupec. Faz todo o sentido! É uma necessidade premente! Depois… a chamada tirania do K… o ‘c’ que desaparece… mas continua sempre presente: nas nossas mentes de acostumados com o português; e também bem presente na palavra-chave – alupec.
Depois, a confusão instalada: Que creoulo para a oficialização? Todas as variantes... ou uma só – a com mais falantes? Bairrismo instalado, conotação do Alupec ao ‘badiu di Praia’. Emperramentos ao creoulo por uns, despejar de razões mil para a escrita por outros, Barlavento por um lado, Sotavento por outro, badiu ou sampadjudo… equívocos mil!!!
Alfabeto Unificado para a Escrita do Creoulo, para mim, diz tudo: alfabeto para a escrita, de forma unificada para que todos possam saber escrever... e sobretudo saber ler. Não pode ser outra coisa! Não pode ser ‘matar’ uma ou todas em detrimento de uma especial. Daqui a quinhentos anos, pode até ser, que já só exista uma única (variante) com o enriquecimento de palavras e conceitos de todas as outras. Hoje, a situação é outra. A realidade mostra que existem várias variantes da nossa língua materna. E o Alupec é só uma coisa: a tentativa de unificar a forma de escrita para todos os ‘creoulos’ existentes nestas nossas Ilhas.
E o Português, com a oficialização do nosso creoulo, manterá o seu papel de língua oficial, ao lado do creoulo, para durar o tempo que for necessário. Em relação a ela, precisamos mesmo é ter muito mais cuidados no seu ensino/aprendizagem para garantir uma melhor utilização desse utensílio importante.
4 comentários:
alupec sim, mas para tud criol, ahn!
Viva padronizasaun de eskrita de nos linga mai
Estou de volta, para primeiro te dizer que ja te dei mais pancada no kriol radio, e depois para te fazer um elogio sobre esta tua passagem do artigo que cito:
"Soletrando, não entendendo, voltando para trás as vezes que forem necessárias… até que, de repente(!), poxa(!) era isso? Como não vi logo à primeira… E gargalhadas! F…das que a coisa é difícil! Escrever em creoulo é difícil! E mais difícil ainda, é ler!"
Pois é este passo do teu discurso é de mestre! Mas ja descobriste o porquê dessas duvidas, das exclamaçoes e do gaguejar a nossa lingua materna?
Sabes, ou queres saber? Bom vou pensar que ja sabes, que estiveste a estudar um bocadinho o funcionamento da nossa maquina neuronal e neural, digamos o cérebro e as questoes linguisticas; quero crer que ja fizeste algumas leitores de ciências cognitivas.
O problema é que a esmagadora maioria nao sabe o porquê do nosso analfabetismo total na escrita da nossa lingua. Como é evidente nao me vais dizer que ja consegues escrever em crioulo na mesma velocidade que o fazes em portugues, porque nao te acreditarei e porque sei isso cientificamente falando.
Mas enquanto ficarmos aqui a enganarmo-nos uns aos outros e nao reconhecer que somos analfabetos na leitura e na escrita da nossa lingua materna, nunca mais!..
Um abraço do teu mestre
Al Binda
Muito obrigado, meu mestre!
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