segunda-feira, agosto 03, 2009

As outras vozes da Nação também devem falar… do estado da Nação


Debater o estado da Nação numa altura em que o mundo vive a maior crise económica, pois não há dúvida nenhuma de que as principais economias do Mundo estão hoje em recessão - contrariamente ao nosso Cabo Verde calejado porque eternamente em crise desde o seu povoamento – requer aqui nas ilhas, as vozes todas da Nação.
As vozes todas porque está provado que não pode haver um debate sério sobre o estado da Nação, enquanto os partidos políticos continuam formatados para defender em primeiro lugar os interesses próprios, eleitoralistas… e utilizando óculos programados pelo oito/oitenta, pelo está tudo bem/nada está bem… resumidamente, que pintam sempre o mesmo retrato negro versus paraíso
É tempo de pôr de lado as fáceis demagogias mil, e debater frontal e esclarecidamente a partir da análise real do realizado ou adiado, e não fazer mera propaganda por um lado, e o discurso fácil e lamuriento do ‘bota-abaixo’.
A oposição e a situação precisam reconhecer que lhes falta o empurrão e o olhar esclarecido das outras vozes da Nação, pois torna-se urgente apostar na credibilização da política, depois de a reconhecer como um problema real que todos temos de enfrentar. E aqui a sociedade civil também precisa do ‘puxão de orelhas’ para reconhecer e assumir a sua parte…
No Parlamento, com os retratos monocromáticos pintados por cada um dos actores, e pela sua repetição sistemática, leva-nos a desaguar na máxima crioula para o ‘nem bem, nem mal’: o eterno e recorrente ‘mais ou menos’…
Mudar as mentalidades é preciso, pois fica a nítida sensação de que não há uma massa crítica visível e ou interessada, no seio da população, por um lado; e mais doloroso de dizer, o mesmo para a maioria dos que pululam à volta dos partidos políticos.
Ademais, falta um rumo ao país, um rumo que nasça do conhecimento da realidade, da análise e discussão dessa realidade, por parte de todos… e da subsequente aposta em projectos prioritários mobilizadores. (A título de exemplo… a nossa convicção de que os principais problemas do país estão relacionados com a qualificação profissional… e a mentalidade consentânea com a mesma)

Mais sobre este tema, no blogjoint:
Ku frontalidadi
Bianda
Cafe Margoso
geração20j73
Blog di Nhu Naxu
Tempo de lobos
Passageiro em trânsito
Pedrabika
O jornal da hiena
Nos blogue
Amilcar Tavares
Emílio Rodrigues

6 comentários:

Unknown disse...

Amigo F.Soares,
Infelizmente, discutir o Estado da Nação, seja qual for o merediano, é sempre o mesmo espectáculo: os governos pintam o paraíso, as oposições pintam o inferno...Estas estratégias fazem parte da própria essência dos partidos e, infelizmente, creio que jámais se conseguirá atingir qualquer outro cenário. Cada um tem a sua verdade mas ninguém, jámais, recorrerá à verdade cósmica pois isso é coisa que, em política, já não existe, morreu com a morte da democracia participativa...
Paz à alma dos democratas que falavam verdade!
Zito Azevedo

Fonseca Soares disse...

Embora estando de acordo consigo - Zito Azevedo - não quero acreditar que tem que ser assim!
Abraço

Unknown disse...

Pois é, meu amigo: no íntimo, todos nós desejamos que, um dia, tudo possa ser diferente...Esse dia chegará, eventualmente, quando o sentido de justiça dos políticos for superior ao seu próprio egoísmo!
Zito Azevedo

Fonseca Soares disse...

Nem mais! '...quando o sentido de justiça dos políticos for superior ao seu próprio egoísmo!'
Nem mais!!!

Djoy Amado disse...

Tenho a impressão que acabamos sempre por nos preocuparmos mais com o Estado do Debate da Nação do que com o Debate sobre o Estado da Nação.

Fonseca Soares disse...

Também é verdade, Djoy... mas é a parte mais visível, e depois já temos 'idade' para termos um 'Estado do debate da Nação' mais elevado, não?