terça-feira, outubro 13, 2009

Manel Património...


O Homem era uma estrela maior no firmamento dos artistas cabo-verdianos… mas no entanto, no dia-a-dia, mantinha com todos um relacionamento salutar e simpático de mero conterrâneo apaixonado pelas Ilhas.
Amor não disfarçado pela ‘terrinha’, que culminava com a forma como encarava a vida nessas ilhas infortunadas: com muito e constante humor. No seu dizer, era a melhor forma de viver com as limitações constantes do Cabo Verde de nôs tude.
Paradoxalmente a despertar interesse e alguma notoriedade no início da sua carreira como autor-compositor-intérprete… mais pelas suas coladeras gostosas, sarcásticas, e bem humoradas… é no entanto na composição da morna que Manel d’Novas deposita o seu melhor, desde o tempo, atenção, carinho, habilidade, perfecionismo… até à sua própria alma.
Pesquisar, estudar, reter e disponibilisar toda a gigantesca e rica obra do nosso trovador-mór… deve ser prioridade e certeza de realização dos dirigentes centrais e locais do país. Não de S.Vicente que o ‘encantou’, nem de S.Antão que o viu nascer, mas do Cabo Verde total que o ‘formatou e preencheu’ ao mesmo tempo que ele descobria/interpretava/ retia/derramava na composição a essência da alma creoula desta Nação.
Ouvir falar em homenagear Manel d’Novas com a candidatura da Morna a Património Imaterial da Humanidade, nos enche de uma felicidade estonteante que nasce do conhecimento e contacto de muitos anos com o Artista, pela certeza de que seria algo que lhe era muito caro…
E infelizmente, colada a essa felicidade, a apreensão/medo de que não passe de ‘fogo de palha’ bem ao estilo do cabo-verdiano dos seculos XX/XXI: Falar/falar/falar… e esquecer!

“Ah Manel… ke bom vin no ta fka ta enviób sempre boas novas, ta brindá a bo memoria… ke bo muzka na kuraçon” (sms de VM)

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