Aqui no Teatrakácia, apraz-nos falar desse homem do teatro que, na nossa óptica, representa bem a essência do Teatro: Partilhar!
Porque, no Teatro tudo se faz a partir da necessidade de partilhar, começando pelo dramaturgo que, mais não faz do que atender a essa vontade de partilha de uma história que lhe povoa a mente. É verdade, para que aconteça Teatro, muita gente ‘apaixonada’ tem que partilhar tudo até chegar ao espectador…
Mas voltando à origem deste post. Estreia em Portugal da peça do sueco Henning Mankell, “Os Antílopes” que conta a história quase sempre problemática da relação dos brancos com África.
Com a devida vénia, o ‘papel’ da Lusa aqui no Teatrakácia:
“A Companhia de Teatro de Almada estreia quinta-feira a comédia absurda “Os Antílopes”, do escritor sueco Henning Mankell, no Teatro Municipal de Almada, numa encenação de Solveig Nordlund.
“[A peça] conta a última noite em África de um casal de cooperantes que está à espera do substituto do marido num projecto do Banco Mundial para abrir poços… e o substituto acaba por chegar”, disse à Lusa a encenadora sueca naturalizada portuguesa.
Os actores Isabel Muñoz Cardoso, José Airosa e Rogério Vieira vestem a pele das três personagens desta comédia, que a encenadora escolheu para apresentar este escritor e argumentista sueco de 60 anos, que há muito tempo vive entre a Suécia e Moçambique e cuja obra nunca foi representada em Portugal.
“Ele diz que os negros são as personagens principais da peça, mas são invisíveis. Portanto, os actores da peça são os brancos, a peça é sobre a relação dos brancos com África”, explicou Solveig Nordlund, uma relação que Mankell “conhece bem”, porque vive e trabalha em Maputo, como director do Teatro Avenida, para o qual escreve e encena.
“São dois mundos - é isso que ele sublinha - que não se conhecem e, de facto, não se compreendem”, observou.
Sobre a sua ida para África, o escritor explica, citado no comunicado do TMA, que não foi “por motivos românticos”.
“Aqui não há nada de paradisíaco - bem pelo contrário. Mas desde a infância sabia que um dia havia de vir para cá”, afirma Mankell, que nasceu numa pequena cidade do nordeste da Suécia, se casou com a filha do cineasta Ingmar Bergman e foi, durante anos, dramaturgo e encenador, até publicar, em 1973 o seu primeiro romance, e se celebrizar com o policial “Assassino sem Rosto”, a que se seguiram outros (publicados em Portugal pela Presença).
“Fico colérico quando oiço a forma como se fala de África [na Europa]. Sabemos tudo acerca de como os africanos morrem, e nada sobre a forma como eles vivem! Chegou a altura de África invadir a Europa com as suas histórias, tal como fez a América Latina nos anos sessenta”, defende.
Henning Mankell mantém a sua ligação à Suécia, através da editora que fundou, a Leopard, na qual utiliza os lucros das vendas dos seus romances policiais para publicar autores africanos.
Fundou igualmente uma oficina de escrita, a que chamou Memory Books, para que pessoas infectadas com o vírus da sida possam deixar aos filhos um testemunho das suas vidas. “Os Antílopes” estará em cena na sala experimental do Teatro Municipal de Almada (TMA) até 30 de Novembro, de quarta-feira a sábado às 21:30 e ao domingo às 16:00.
Na quinta-feira, depois da estreia da peça, pelas 23:30, será inaugurada na galeria do teatro uma exposição de pintura da autoria da encenadora, realizadora e pintora Solveig Nordlund, de 64 anos, à qual o TMA dedica o mês de Novembro.
A completar o programa, decorrerá ainda um ciclo de cinema, em que serão exibidos quatro filmes por ela realizados, o primeiro dos quais será, no dia 04, “Comédia Infantil” (2003), uma adaptação de um livro de Mankell com o mesmo nome, editado em Portugal pela Asa.
“É uma história sobre crianças de rua em África, crianças na guerra, é uma história mágica e muito bonita”, referiu.
A 13 de Novembro, será projectado o filme “Aparelho Voador a Baixa Altitude” (2002), dia 15 será a vez de “Uma História Imortal” (1992) e, a 19, “Uma História Imortal” (2003).”
Enfim, com isso, levanta-se o véu da paixão de vida de um branco que do contacto com África, saiu (ou nunca mais de cá saiu!, pois vive em Moçambique, e é encenador do grupo de teatro daquele país irmão - Mutumbela Gogo - por sinal grupo que já esteve no nosso MINDELACT) apaixonado, e com uma missão particular: ajudar a melhorar um pouco que seja, a vida do Africano.
Porque, no Teatro tudo se faz a partir da necessidade de partilhar, começando pelo dramaturgo que, mais não faz do que atender a essa vontade de partilha de uma história que lhe povoa a mente. É verdade, para que aconteça Teatro, muita gente ‘apaixonada’ tem que partilhar tudo até chegar ao espectador…
Mas voltando à origem deste post. Estreia em Portugal da peça do sueco Henning Mankell, “Os Antílopes” que conta a história quase sempre problemática da relação dos brancos com África.
Com a devida vénia, o ‘papel’ da Lusa aqui no Teatrakácia:
“A Companhia de Teatro de Almada estreia quinta-feira a comédia absurda “Os Antílopes”, do escritor sueco Henning Mankell, no Teatro Municipal de Almada, numa encenação de Solveig Nordlund.
“[A peça] conta a última noite em África de um casal de cooperantes que está à espera do substituto do marido num projecto do Banco Mundial para abrir poços… e o substituto acaba por chegar”, disse à Lusa a encenadora sueca naturalizada portuguesa.
Os actores Isabel Muñoz Cardoso, José Airosa e Rogério Vieira vestem a pele das três personagens desta comédia, que a encenadora escolheu para apresentar este escritor e argumentista sueco de 60 anos, que há muito tempo vive entre a Suécia e Moçambique e cuja obra nunca foi representada em Portugal.
“Ele diz que os negros são as personagens principais da peça, mas são invisíveis. Portanto, os actores da peça são os brancos, a peça é sobre a relação dos brancos com África”, explicou Solveig Nordlund, uma relação que Mankell “conhece bem”, porque vive e trabalha em Maputo, como director do Teatro Avenida, para o qual escreve e encena.
“São dois mundos - é isso que ele sublinha - que não se conhecem e, de facto, não se compreendem”, observou.
Sobre a sua ida para África, o escritor explica, citado no comunicado do TMA, que não foi “por motivos românticos”.
“Aqui não há nada de paradisíaco - bem pelo contrário. Mas desde a infância sabia que um dia havia de vir para cá”, afirma Mankell, que nasceu numa pequena cidade do nordeste da Suécia, se casou com a filha do cineasta Ingmar Bergman e foi, durante anos, dramaturgo e encenador, até publicar, em 1973 o seu primeiro romance, e se celebrizar com o policial “Assassino sem Rosto”, a que se seguiram outros (publicados em Portugal pela Presença).
“Fico colérico quando oiço a forma como se fala de África [na Europa]. Sabemos tudo acerca de como os africanos morrem, e nada sobre a forma como eles vivem! Chegou a altura de África invadir a Europa com as suas histórias, tal como fez a América Latina nos anos sessenta”, defende.
Henning Mankell mantém a sua ligação à Suécia, através da editora que fundou, a Leopard, na qual utiliza os lucros das vendas dos seus romances policiais para publicar autores africanos.
Fundou igualmente uma oficina de escrita, a que chamou Memory Books, para que pessoas infectadas com o vírus da sida possam deixar aos filhos um testemunho das suas vidas. “Os Antílopes” estará em cena na sala experimental do Teatro Municipal de Almada (TMA) até 30 de Novembro, de quarta-feira a sábado às 21:30 e ao domingo às 16:00.
Na quinta-feira, depois da estreia da peça, pelas 23:30, será inaugurada na galeria do teatro uma exposição de pintura da autoria da encenadora, realizadora e pintora Solveig Nordlund, de 64 anos, à qual o TMA dedica o mês de Novembro.
A completar o programa, decorrerá ainda um ciclo de cinema, em que serão exibidos quatro filmes por ela realizados, o primeiro dos quais será, no dia 04, “Comédia Infantil” (2003), uma adaptação de um livro de Mankell com o mesmo nome, editado em Portugal pela Asa.
“É uma história sobre crianças de rua em África, crianças na guerra, é uma história mágica e muito bonita”, referiu.
A 13 de Novembro, será projectado o filme “Aparelho Voador a Baixa Altitude” (2002), dia 15 será a vez de “Uma História Imortal” (1992) e, a 19, “Uma História Imortal” (2003).”
Enfim, com isso, levanta-se o véu da paixão de vida de um branco que do contacto com África, saiu (ou nunca mais de cá saiu!, pois vive em Moçambique, e é encenador do grupo de teatro daquele país irmão - Mutumbela Gogo - por sinal grupo que já esteve no nosso MINDELACT) apaixonado, e com uma missão particular: ajudar a melhorar um pouco que seja, a vida do Africano.
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