Os ensaios vão decorrendo, com o stress próprio da montagem de nova peça, mas na tranquilidade... e sob a direcção do recém regressado à terra Dirce.
A estreia absoluta vai acontecer no ambito de Março - mês do Teatro, nos dias 16, 17 e 18 de Março, no Centro Cultural do Mindelo.
Muita expectativa à volta do regresso do Atelier Teatrakácia, com nova peça!
Muita Merda! Que os deuses do Teatro estejam sempre presentes nos ensaios... para uma montagem/construção no mínimo Boa!
Força pessoal!!!
As primeiras actividades vão decorrendo na normalidade, com boa afluência, e com as crianças a responderem em força na assistência na primeira peça deste mês do Teatro - A Invasão do Lixo.
A propósito, deixamos aqui uma entrevista sobre o conceito "Março - mês do Teatro", com o Presidente do Mindelact, João Branco, ao jornal 'Expresso das Ilhas"... com a devida vénia.
O «Março - Mês de Teatro», institucionalizado em 2000, é hoje o segundo catalizador anual de actividades cénicas em Cabo Verde. João Branco, presidente da Associação Mindelact, fala-nos nesta entrevista conduzida pelo jornalista António Monteiro, do espírito e do conceito deste mês dedicado à promoção das artes cénicas. Uma entrevista gentilmente cedida pelo semanário «Expresso das Ilhas».
Entrevista conduzida por António Monteiro
P: Março, Mês do Teatro, que vai ainda na sua primeira semana, tem correspondido às suas expectativas?
João Branco – Olhe, eu tenho sempre a preocupação de definir o espírito do Março, mês do Teatro, antes de começar a falar especificamente do que é que está a acontecer. E tenho a preocupação de informar as pessoas de que o Março, Mês do Teatro, não é um festival de teatro, mas antes um mês de promoção às artes cénicas de uma forma geral. E, ao contrário do festival, que é organizado por uma única associação, neste caso, a Associação Mindelact, o Março - Mês do Teatro, do Mindelact, recebeu, por assim dizer, apenas o conceito. E o conceito é exactamente, esse: um mês de promoção às artes cénicas. O que tem acontecido, nos últimos anos, o que para nós é extraordinário, é que os grupos de teatro e outras instituições ligadas ao desenvolvimento de actividades culturais ou educativas têm pegado nesta ideia e desenvolvido actividades ligadas ao teatro precisamente no mês de Março, solicitando inclusive à Associação Mindelact para que essas actividades sejam inclusas numa programação global chamada Março - Mês do Teatro.
Isso é que é muito interessante: os grupos, nos seus locais, as instituições, nos locais onde desenvolvem as suas actividades, programam iniciativas relacionadas ao teatro para poderem contribuir para este mês dedicado à promoção. A promoção faz-se obviamente fazendo teatro, mas faz-se também promovendo o teatro nas escolas, em conferências, ciclos de documentários, fazendo teatro de rua, promovendo acções de formação, etc. E tudo isto está acontecendo um pouco por todo o país neste momento.
P: Portanto no Março, Mês de Teatro, não há grupos convidados.
JB – Não, no Março - Mês de Teatro, não há grupos convidados. O que há são grupos que preparam as suas actividades para o mês de Março. A produção de cada espectáculo é independente da Associação Mindelact, é da responsabilidade do próprio grupo de teatro que faz o espectáculo. A única coisa que acontece e aconteceu aqui no Mindelo e sei também que aconteceu na Praia, foi que os agentes teatrais se reuniram para de alguma forma coordenar uma programação conjunta de maneira que não houvesse coincidência de data ou grupos a apresentarem-se no mesmo dia. Foi a única coisa que foi feita em termos de coordenação.
Mas cada grupo é responsável pela sua própria produção e vai fazer os seus espectáculos, alguns em estreia aqui no Mindelo, vão também acontecer espectáculos na cidade da Praia, na ilha do Maio, em São Nicolau , no Sal e na Brava. Mas cada um dos espectáculos e cada um dos grupos que está em actividade, está em actividade por sua própria iniciativa. Por isso que eu considero tão interessante o conceito e o espírito do Março - Mês do Teatro que é totalmente diferente do Festival Mindelact que se realiza em Setembro, onde, aí sim, há uma direcção artística e há uma selecção de grupos e espectáculos.
P: Portanto o projecto “Mais Março, Mais Teatro” que surgiu recentemente na Praia e que pretende relançar o teatro na capital vai dentro do mesmo espírito.
JB – Está precisamente dentro do mesmo espírito. Os próprios organizadores fizeram referência ao Março - Mês do Teatro, na altura em que apresentaram esse programa. E nós só podemos aplaudir; anunciamos a programação no nosso site oficial e estamos absolutamente em sintonia com os agentes teatrais da Praia. Não há nenhuma razão para que haja algum tipo de distanciamento. Antes pelo contrário, as actividades que são desenvolvidas em cada local são independentes da Associação Mindelact; a única coisa que solicitamos aos grupos e instituições é que nos informem das actividades que vão decorrer, para que nós possamos fazer a sua divulgação. É só isso, e portanto obviamente aplaudimos com muito entusiasmo o que está a acontecer na capital de Cabo Verde.
P: Como aprecias a aderência, este ano, do Centro Cultural Francês, nas actividades cénicas de Março?
JB – O Centro Cultural Francês respondendo precisamente a este conceito do Março - Mês do Teatro programou dois espectáculos de teatro francófono, tanto na Praia como no Mindelo: um grupo é da França e outro do Senegal. Para nós é uma grande satisfação, porque somos apenas criadores do conceito, mais nada. O resto é da iniciativa de cada instituição e de cada grupo. O CCF poderia ter programado esses espectáculos para Abril, para Maio ou outro mês qualquer, mas fizeram-no agora precisamente, porque quiseram abraçar este conceito e contribuir para a promoção do teatro em Cabo Verde. Aliás costumo dizer, meio a sério meio a brincar, que se um dia a Associação Mindelact desaparecer é provável que o Festival Mindelact acabe também, mas o Março - Mês do Teatro nunca acabará. Justamente porque o Março - Mês do Teatro está absolutamente corporizado na dinâmica teatral de Cabo Verde. São os grupos e as instituições que já têm essa ideia de que em Março se vai fazer teatro, se vai promover teatro e se vão desenvolver actividades ligadas ao teatro.
P: A Assembleia Geral da Associação Mindelact irá reunir no dia 10 de Março, estando prevista a revisão dos actuais estatutos. Porque se tornou necessária esta medida?
JB – É uma pergunta pertinente e acho que é importante informar as pessoas. Já passaram 12 anos desde que foram feitos os estatutos da Associação Mindelact em 1995, na sua Assembleia-geral Constitutiva. O que nós verificamos, principalmente na reunião da última Assembleia-geral em Dezembro do ano passado, foi que era preciso actualizar os estatutos à realidade não só da associação mas também do nosso teatro e à realidade social; enfim, actualizar os estatutos a todas as novas realidades, porque em doze anos as coisas mudam bastante.
Então, nós sentimos a necessidade de fazer essa proposta na última AG de que os estatutos deveriam ser alterados e toda a gente, de facto, concordou. A Associação Mindelact convidou uma comissão independente de cinco pessoas, na qual apenas um dos elementos é da Direcção, que durante cerca de um mês fizeram um trabalho à volta dos estatutos e vão levar para a Assembleia Geral uma proposta de alteração de maneira que estes sejam mais flexíveis e principalmente que estejam mais adaptados à realidade actual.
P: Como tem sido a cobertura dos Órgãos da Comunicação Social às actividades cénicas em geral?
JB – É uma pergunta muito importante, principalmente no que diz respeito ao Março, Mês de Teatro. Sendo um mês de promoção, depende essencialmente de uma boa dinâmica comunicacional, ou seja, de uma comunicação forte, interessada, competente no que diz respeito às diferentes actividades que se desenvolvem. Eu diria que, fazendo um balanço do Março, Mês do Teatro desde de que ele foi institucionalizado, a Comunicação Social tem sido o eixo central do sucesso desta iniciativa: uma excelente cobertura todos os anos, uma preocupação em saber o que se passa, de contactar com os agentes teatrais, a nível dos jornais, das rádios, da televisão. Eu penso que a própria Comunicação Social pegou de uma forma muito feliz no conceito de promoção ao teatro durante esse mês e tem feito o seu trabalho e muito bem. Em relação a isso a Associação Mindelact não tem nenhuma razão de queixa, antes pelo contrário, e parabeniza os jornalistas pelo excelente trabalho desenvolvido.
Ainda falta o pedido de desculpa
Há 5 dias
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