sexta-feira, agosto 22, 2008

Festa do Teatro de Língua Portuguesa no Piauí


Os nossos rapazes (João Branco e Anselmo Fortes) e raparigas (Bety Gonçalves, Ludmila Évora, Sílvia Lima e Zenaida Alfama) já estão a caminho do Brasil. A equipa do Grupo de Teatro do CCP do Mindelo, actores e técnico envolvidos na peça ‘Mulheres na Laginha’, parte hoje sexta-feira em direcção ao Piauí, para levar o nosso quinhão para a festa do teatro de língua portuguesa – com duas actuações previstas para os dias 26 e 28 corrente.
Na última semana deste quente mês de Agosto, a capital Teresina será palco para espectáculos idos de Cabo Verde, Portugal, Moçambique, Angola, São Tomé e Príncipe e do Brasil, no Festival de Teatro Lusófono;
Zé Celso Martinez Corrêa e Lucélia Santos estão entre os palestrantes convidados.

Um jornalista brasileiro escreve o seguinte, a propósito dessa Festa do Teatro Lusófono:
‘Uma das vantagens mais alardeadas sobre a construção de um aeroporto internacional no litoral do Piauí é que ele tornaria a Europa mais próxima do Brasil. Seis horas de vôo, afirmam os entendidos no assunto. Mas um tradicional grupo de teatro descobriu uma maneira de aproximar Europa, África e o Brasil usando muito menos recursos do que levaria a construção de uma pista de pouso internacional no Estado que tem a menor extensão de litoral do Nordeste. Entre os dias 24 e 31 de agosto, Teresina, a capital do Piauí no Brasil recebe espetáculos vindos de Portugal, Moçambique, Angola, Cabo Verde e São e Príncipe, que se juntam aos brasileiros Bando de Teatro Olodum (Bahia) e ao músico Lirinha, do Cordel do Fogo Encantado (Paraíba) no Festival de Teatro Lusófono – o primeiro festival internacional a acontecer no Estado.
Ousado para os parâmetros das artes cênicas piauienses, o FestLuso vem sendo pensado e produzido há mais de dez anos pelo Grupo Harém de Teatro, trupe famosa por manter-se em cartaz por mais de 15 anos com a peça “Raimunda Pinto Sim, Senhor”, do dramaturgo Francisco Pereira que dedicou a trilogia da qual o texto faz parte à dama do teatro brasileiro Fernanda Montenegro.
O primeiro passo – ou estender de mãos – deu-se por volta de 1998 quando o ator e produtor Francisco Pellé mudou-se temporariamente para Portugal, no intuito de trabalhar com as companhias daquele país e construir uma ponte de parcerias com elas.
“A realização deste festival é o resultado final de um processo que começou com a minha ida para Portugal há dez anos. Em todo esse tempo, o Grupo Harém tem viajado sistematicamente àquele país no intuito de sedimentar essa relação com o teatro de língua portuguesa”, destaca o ator e produtor Francisco Pellé.
Durante esse tempo, o Harém estreitou laços com grupos como Grupo de Teatro do Centro Cultural Português do Mindelo, de Cabo Verde, do Teatro Extremo, de Almada, em Portugal, do Grupo de Teatro de Pesquisa “Serpente”, de Kixingangu, em Angola para citar algumas das companhias estrangeiras que virão ao FestLuso.
Os espetáculos dos oitos grupos – contando com o Harém, que apresenta-se com “Raimunda Pinto Sim, Senhor” – vão ocupar o Theatro 4 de Setembro, casa de espetáculos que fica no centro de Teresina e é a mais tradicional do Estado, e o Teatro Municipal João Paulo II, construído há três anos na periferia da cidade. A programação também conta com oficinas para artistas ministradas por profissionais como a coreógrafa Lenora Lobo, a dramaturga Gisela Cañamero e o diretor Joaquim Paulo Nogueira, esses últimos portugueses.
A riqueza e a diversidade do teatro de língua portuguesa no Festival de Teatro Lusófono atraiu gente famosa como o diretor de teatro José Celso Martinez Corrêa que ligou pessoalmente para Arimatan Martins, diretor do Harém para comunicar sua vinda. Ele aproveita a visita à Teresina para ministrar uma aula show sobre os 50 anos do Teatro Oficina.
Outra presença marcante no FestLuso será a da atriz Lucélia Santos. A artista participa de mesa-redonda sobre o resgate e a preservação da língua portuguesa no mundo. O convite da atriz foi reforçado pelo trabalho que ela vem realizando ao longo dos anos na Ásia, em especial no Timor Leste onde filmou e dirigiu o documentário 'Timor Lorosae - O Massacre que o Mundo Não Viu'.
“O objetivo do Festival Internacional de Teatro Lusófono é a integração entre os grupos teatrais falantes da língua. O critério de escolha dos convidados levou em conta exatamente o trabalho que elas desenvolvem para divulgar a língua portuguesa em todo o mundo”, explica Pellé.
Muuuuuita Meeeeeerda!!!

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