segunda-feira, abril 09, 2007

Henrik Ibsen


TEATRO – HENRIK IBSEN
(dramaturgo norueguês)

Um dos "pais do teatro moderno", Henrik Ibsen nasceu em 1828 na Noruega, e bem cedo começou a sua actividade de dramaturgo, escrevendo várias peças sempre com cariz crítico, de que se pode destacar “O inimigo do povo”.
Aliás, este texto suscitou "acesa polémica e muito escândalo" à data da estreia, em 1883, e centra-se nas reacções suscitadas pelas declarações de um médico das termas de uma pequena cidade norueguesa quando se apercebe que as águas do estabelecimento estão poluídas.
Inicialmente, os conterrâneos do médico dispensam-lhe rasgados elogios pela sua dedicação à saúde pública, mas, ao sentirem os interesses económicos ameaçados, depressa passam a olhá-lo como "um inimigo do povo".
"Esta peça, que já foi descrita como uma obra-prima sobre as contradições humanas, desfere uma impiedosa crítica às elites, aos governos e ao pensamento único, através da apresentação do conflito entre um indivíduo honesto e uma comunidade mesquinha e cega para com as evidências".
A hostilidade da crítica do seu país levou Henrik Ibsen para um exílio voluntário, de 27 anos, na Itália e na Alemanha, deixando de assinar peças de temática histórica para se dedicar às questões sociais, como a condição feminina.
No entanto, em compensação à má recepção crítica das suas peças, Ibsen acaba sendo nomeado director do teatro Christiania, em Oslo.
Considerado por muitos o "pai do teatro moderno", Henrik Ibsen é apontado pelo encenador brasileiro António Mercado como "fundamental na moldagem da consciência europeia e mundial".
Henrik Ibsen nasceu duma família de comerciantes abastados, base para uma formação sólida e independente, apesar da conjuntura político-económica da altura apontar para outras orientações.
Um dos textos mais famosos de Henrik Ibsen, "Um Inimigo do Povo" integra-se num ciclo de peças de temática social do autor norueguês, de que fazem parte também "Casa de Bonecas" (1879) e "Fantasmas" (1881).
Referimo-nos a esta peça, pelo facto de ter sido apresentada, com entrada gratuita, em Portugal, no dia mundial do Teatro. E… ainda, alimentando uma ténue esperança de vê-la ‘crioulizada’ nos palcos de Cabo Verde.

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