sexta-feira, junho 25, 2010

Mendes Brothers - Reconhecimento do PORTON DE REGRESSO 1

Aí está uma notícia que recebemos com muito orgulho
Os Mendes Brothers receberam reconhecimentos vários (Já!) com o seu mais recente trabalho em CD, Porton de Regresso 1. Por sinal, um trabalho que ainda não chegou às Ilhas – o que achamos no mínimo estranho… até pelo facto de as notícias sobre esse trabalho discográfico nos terem chegado sempre, desde o lançamento há já alguns meses atrás. Muito bem. Vários prémios pelo álbum ‘The Gate of Return 1’, reconhecimentos Municipal, Estadual e do Congresso Americano. Um ‘Porton de Regresso 1’ que foi concebido e lançado no ambito das comemorações dos 550 anos das Ilhas de Cabo Verde e 35 de Independência.
                                                                 Photo by: Bobby Holland, Copyright: ©2009 Bobby Holland 

Beverly Hills, California, USA, 25 de Junho de  2010 – O premiado grupo musical Mendes Brothers foi galardoado com Certificados de Reconhecimento da cidade de Los Angeles, do estado da Califórnia e do Congresso Americano pelo seu novo álbum Porton de Regresso 1 (The Gate of Return 1), em comemoração do 550° Aniversário das Ilhas de Cabo Verde. 

O grupo foi agraciado com  um Certificado de Reconhecimento do Congresso dos Estados Unidos, conferido pelo Senador Howard L. Berman, um Certificado de Reconhecimento da Assembéia Legislativa do estado da California, atribuído pelo Deputado Bob Blumenfield e um Certificado de Menção Honrosa da cidade de Los Angeles, outorgado pela Vereadora do 9° distrito da cidade, Jan Perry.



Os certificados foram entregues ao grupo durante o nono evento de lançamento do seu álbum na cidade de Los Angeles, que foi realizado no prestigioso Museu da Tolerança, um Centro Simon Wiesenthal, como reconhecimento dos esforços que o grupo tem envidado no mundo inteiro para promover a união, paz e inovação na indústria musical.
Parabéns aos irmãos Mendes!!!
(Ficamos à espera do lançamento aqui nas Ilhas)

quinta-feira, junho 24, 2010

Mais um Sanjon a ser 'vivido' nas Ilhas...

O ‘rufar’ dos tambores, num estilo bem próprio e crioulo, afinal nada mais é do que ‘mais uma das costelas’ do cabo-verdiano…

Não terá sido por acaso que, na hora da tomada da independência do país, os tambores foram os instrumentos que mais ‘celebraram’ esse momento histórico único!


foto: Alex Tsafas

sexta-feira, junho 18, 2010

Corvdzeme



Bento Oliveira e a sua obra… (as suas criações) em exposição passou, há já algum tempo, a ser um acontecimento a que o público no geral não ignora, e a que um outro público – mais virado para a arte moderna – considera de momentos marcantes da Arte contemporânea das Ilhas…
Corvdzeme” não foge à regra e a ‘vernissage’ acaba de acontecer – na bem simpática sala de exposições ZeroGalery da Galeria ZeroPointArt - em sessão bem concorrida com um público a demonstrar satisfação e reconhecimento pela obra do ‘menino estranho de Santo Antão’.
Xilogravura é a técnica, mais uma vez, utilizada por Bento Oliveira que demonstra estar completamente apaixonado pela ‘ligação mais próxima da natureza’ que pode ser atribuída às obras. Santo Antão, rochas negras, terra, seca, animais (e em especial o corvo que dá a cor base do trabalho exposto) mas também a caboverdianidade, são os ingredientes que contribuíram para a inspiração do ser criador, com o seu ser claramente moldado pela beleza e dureza da natureza nossa… guiando-nos através do seu olhar e numa linguagem que sintetisa quanto a mim, a compreensão das formas e da paisagem das Ilhas.
Adorei, Bento!
Exposição a não perder, também pelas energias positivas e a paz de espírito que cola no couro do espectador… (ver e rever, até porque continuará aberta  ao publico  até ao dia 18 de Julho próximo.)
Bento Oliveira no seu estilo peculiar… e no seu melhor!

terça-feira, junho 01, 2010

Ben Kingsley - entrevista



Um actor extraordinário!

Bem Kingsley marcou-me desde o primeiro contacto – via grande ecrã, claro! – e se tornou para mim num dos meus actores preferidos. À medida das possibilidades de um residente num país do ‘resto do Mundo’, fui acompanhando os trabalhos do excelente intérprete… e gostando, cada vez mais!

Aqui em Teatrakácia, com a devida vénia, repomos esta excelente entrevista concedida a Paulo Portugal (in i):

Ben Kingsley: "Vou adaptar o 'Primo Basílio'. É magnífico"

por Paulo Portugal,

Depois de "Príncipe da Pérsia", que estreou a 27 de Maio passado, o actor inglês vai dedicar-se ao romance de Eça de Queirós. Faça-se uma vénia, porque estamos a falar com um cavaleiro

Nas entrevistas, Ben Kingsley está como peixe na água. É o seu meio. Gosta de ser o centro das atenções. Meticuloso e ponderado, Ben é um dos actores britânicos mais disciplinados.

Krishna Pandit Bhanji nasceu no último dia do ano de 1943, na pequena cidade de Snainton, no Yorkshire, filho de um médico e de uma actriz e modelo. No final dos anos 70 viria a ocidentalizar o nome, quando já beneficiava de algum prestígio como actor de teatro e televisão. Em 1982 espantou o mundo com a interpretação de Gandhi, que lhe valeu um Óscar.

Em invejável forma aos 67 anos, Sir Ben tem uma impressionante lista de projectos em diversas fases de produção, não só como actor, mas também como produtor. Desde logo o épico "Taj", em que participa com a mulher, a brasileira Daniela Lavender, de 36 anos, sobre o Taj Mahal. Além disso, vai produzir a mini-série "O Primo Basílio", adaptando o romance de Eça de Queirós. Em "O Príncipe da Pérsia", dirigido pelo britânico Mike Newell, Kingsley é Nizam, no papel mais sério da fita. Impecavelmente vestido, de roupa de malha justa a acentuar a excelente forma física, com o crânio luzidio e pêra rala, Ben Kingsley apresenta-se sorridente e hirto à porta da suíte do hotel Excelsior, em Londres. A hora é dele.

Continua em grande forma. Percebe- -se que se preocupa com o bem-estar. O que faz para manter a forma?

Obrigado... Bom, como tenho piscina em casa, costumo dar umas braçadas todos os dias. Também faço alguns pesos. Mas não sou nada obcecado com o ginásio.

É vasta a lista de projectos em que deverá participar nos próximos tempos. Percebe-se que está ocupado....

Tem razão, alem do trabalho de actor, estou também a produzir. E isso dá bastante trabalho. E ainda vou entrar em três dos quatro filmes que produzirei.

Como foi filmar "O Príncipe da Pérsia" no escaldante deserto de Marrocos?

Sabe, eu tenho uma óptima relação com os realizadores. Há muitos realizadores que têm uma boa relação com os actores, mas eu sou o contrário. Estou muito habituado a ensaios, pois sou um actor shakespeariano. O Mike Newell percebeu isso depressa. O Nazin não é uma personagem tridimensional, está consumido com ambição e inveja do príncipe. Isso é um passaporte para as emoções.

Percebe-se que gosta de encontrar Shakespeare no seu trabalho.

Gosto sim senhor, porque ele é grande. Se pudermos fundir as personagens de certeza que encontramos o nosso caminho. Por exemplo, no "Sexy Beast" fui Iago, em "Shutter Island" seria Próspero, da "Tempestade". Há uma combinação de amor incondicional temperada pelo desejo de curar o seu paciente. 

E como foi a experiência de trabalhar com Martin Scorsese?

Estou quase a começar o meu novo filme com ele ("The Invention of Hugo Cabret"). Estou entusiasmado! Ele é um homem extraordinário. Faz filmes com amor, adora os actores. É um acto de amor que pode por vezes ser duro, mas não deixa de ser um acto de amor.

Já lhe ouvi dizer que gosta de trabalhar com actores jovens. É algo que se aplica a este projecto com Jake Gyllenhaal?

Very much so. O Jake tem um sotaque londrino tão imaculado que quase lhe posso dizer que colégio frequentou e em que rua mora no Noroeste de Londres. É um rapaz de classe média. Tem uma interpretação muito confiante. 

De certa forma, em "Shutter Island" também não sabemos bem se a sua personagem é positiva ou um vilão. 

O Dr. Cawley torna-se extremamente positivo, sobretudo quando temos um realizador que usa a câmara para revelar essa personagem. Acho isso mágico. 

Como definiria o seu estilo?

Não defino. Mas nesse filme é espécie de aprendizagem pela imobilidade. Deixe- -me contar um exercício que fiz com alunos de representação nos Estados Unidos. Todos estavam na sala, menos um, que se tinha atrasado. E eu sugeri-lhes que fizéssemos um acordo: "A próxima pessoa que entrar por aquele porta será um tipo completamente louco." E pouco depois lá entra o aluno, que começa por justificar o atraso. Mas perante as nossas reacções começa a ficar embaraçado. É que tudo estava pré-condicionado. Foi um exercício fascinante. 

É verdade que irá trabalhar em breve com a sua mulher (a brasileira Daniela Lavender)?

Sim, espero que sim. Não colaborei muito com ela quando estava a preparar o seu trabalho como Titânia, no "Sonho de Uma Noite de Verão", mas a Daniela foi magnífica. Iremos, espero eu, trabalhar juntos, em três dos filmes que irei produzir.

Em "Taj"?

Sim, em "Taj", mas entrará também em "O Primo Basílio", baseado na obra do português Eça de Queirós, uma mini- -série que vou produzir.

Conhece o livro?

É magnífico! Soberbo nas descrições burguesas. E Daniela entrará ainda numa outra adaptação de Shakespeare, mas que ainda não está confirmada.

E o seu português já evoluiu mais de uma palavra?

Receio bem que não... A Daniela fala um inglês imaculado. É claro que já fomos os dois ao Brasil, mas a família dela também fala bem inglês, por isso acho que o meu português não teve possibilidade de evoluir.

Como vê a eleição do novo primeiro- -ministro britânico? 

Curiosamente, como moro muito perto do David Cameron, quando fui votar os paparazzi pensavam que era ele no carro. Mas quando me viram disseram: "Não é o Cameron, é aquele actor, o Ben." Mas é uma eleição muito importante e é crucial para mostrar como nos revemos com a nossa cultura, a nossa língua e a responsabilidade com a comunidade internacional. Estão a passar-se muitas coisas e estamos sem dinheiro.

Qual é a sua relação actual com a Índia [o actor tem ascendência indiana]?

Tenho uma relação muito sentimental com a Índia. Tenho uma enorme afecto por aquele gente. É uma economia muito pujante, mas também com muito por fazer.

Acha que Sir Ben poderá ajudar nesse sentido?

Acho que já ajudei, com "Gandhi", e tornei o mundo mais atento a essa personagem, mas irei também fazer filmes que injectem algo da minha personalidade na cultura deles. É o que sucederá, espero, com "Taj".