terça-feira, dezembro 30, 2008

Felicidades mil...

No novo Ano que já está aí à espreita, algo nervoso, com não dissimulada vontade de tomar conta de nós, dos Homens, da Vida, do Mundo... para marcar (carimbar) com selo próprio… os nossos votos de boa sorte, fazendo (trabalhando) por merecer a Vida… e muuuuito AMOR.

Sim. De acordo com este conselho sábio do pensador Vinicius de Moraes:
“Amar, porque nada melhor para a saúde que um amor correspondido”



Eu não existo sem você

Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim

Que nada nesse mundo levará você de mim

Eu sei e você sabe que a distância não existe

Que todo grande amor

Só é bem grande se for triste

Por isso, meu amor

Não tenha medo de sofrer

Que todos os caminhos

Me encaminham pra você

Assim como o oceano

Só é belo com luar

Assim como a canção

Só tem razão se se cantar

Assim como uma nuvem

Só acontece se chover

Assim como o poeta

Só é grande se sofrer

Assim como viver

Sem ter amor não é viver

Não há você sem mim

Eu não existo sem você


Vinícius de Moraes

Felicidades mil, para todos...

sábado, dezembro 27, 2008

Teatro: mais uma perda neste Natal

Eartha Kitt, a boa actriz de teatro, depois cinema e televisão, mas popularizada como a versátil cantora americana cuja sensualidade e voz provocante fizeram dela uma estrela internacional com mais de meio século de carreira, morreu no dia de Natal, aos 81 anos, informou o seu amigo e agente, Andrew Freedman.

Teatrakácia faz questão de realçar que Eartha Kitt foi uma das poucas artistas a ser nomeada para os Tony, os Grammy e os Emmy Awards, que recompensam anualmente os artistas do teatro, música e televisão, respectivamente. (ela ganhou dois Emmy Awards)
Kitt morreu vítima de cancro do cólon, disse Freedman. Ela morava no estado de Connecticut e estava em tratamento num hospital de Nova York.
Filha de mãe afro-americana e pai branco, Kitty ficou conhecida como actriz nos anos 60, após participar de três episódios da série de TV - Batman, como a sexy "Mulher Gato".
“Era indubitavelmente uma artista lendária e mesmo que pudessem ter havido várias imitações, ela era o original”, declarou Freedman.


"I Want to Be Evil" e "Santa Baby", uma música indispensável no período do Natal, foram duas de suas canções mais famosas.
Chamada de 'a mulher mais sexy do mundo' por Orson Welles, Kitty actuou em filmes vários de que destacamos a sua prestação em "St. Louis Blues" (1958), ao lado desse outro 'monstro' Nat King Cole.
Criada nos campos de algodão da Carolina do Sul, Kitty entrou para a "lista negra" do governo americano após criticar a guerra do Vietname num almoço em plena Casa Branca.
Devido ao incidente, Kitty foi obrigada a viver no exílio tendo actuado fora do país de origem durante vários anos, até ao seu regresso triunfal à Broadway, em 1974, antes de ser indicada, quatro anos depois, para o prémio Tony, pela sua interpretação no musical "Timbuktu".
Voltou à Casa Branca em dezembro de 2006, para acender as luzes da árvore de Natal, ao lado do presidente George W. Bush.
Após cantar em mais de 100 países, Kitty era capaz de fazê-lo em dez idiomas.
Como dançarina, Kitty começou em Paris, na famosa companhia de Katherine Dunham, e percorreu o mundo antes de fazer 20 anos.
"Paris foi uma de suas paixões", disse Freedman. "Um de seus primeiros sucessos (como cantora) foi 'La Vie en Rose'", de Edith Piaf.
"Desde esse período, nos anos 40 e 50, a Europa sempre teve um lugar especial no seu coração, particularmente Paris". (com AFP)

sexta-feira, dezembro 26, 2008

Morreu um Grande Homem do Teatro - Harold Pinter


Morreu o Nobel da Literatura. Mas... Morreu muito mais! Morreu esse homem que se preocupava com o Homem, as suas gentes e as gentes do mundo… e sobretudo para nós aqui no Teatrakácia, esse dramaturgo marcante, esse Homem que escrevia a pensar mesmo nas artes cénicas, na representação em ‘carne e osso’ frente-a-frente com o destinatário: o público. Aliás começou por ser actor (com nome artístico: David Baron) vivenciando no palco onde terá sentido essas ‘correntes’ todas que passam ou não. Essa 'magia' que faz com que aconteça Teatro, com as mil e uma dificuldades a se esvanecerem na hora ‘sagrada’…
Portanto, um Homem (também) do Teatro.
Harold Pinter morreu ontem, aos 78 anos de uma vida engajada – a escrever - mas também a viver e a sonhar melhores dias para este mundo. Viveu uma vida que cada vez menos temos neste mundo globalizado e que se resume em duas palavras: intelectual engajado (ou se se preferir comprometido)!


E intelectual duma humildade incrível: ‘Não sei resumir nenhuma das minhas peças. Não sei descrever nenhuma. Só sei dizer foi isto o que aconteceu, foi isto o que disseram, foi isto o que fizeram’.

quarta-feira, dezembro 24, 2008

Um Bom Natal para Todos


O Natal deve ser visto com outros olhos, olhos de dentro, do coração, virado para o amor pelo outro... a começar pela Família...
Feliz Natal para todos!

terça-feira, dezembro 23, 2008

Mais TEATRO - Juventude em Marcha no Mindelo, depois de fim-de-semana passado na capital


O grupo teatral Juventude em Marcha de Santo Antão actua neste fiml de semana no Mindelo, no quadro de uma digressão nacional iniciada no passado 1º de Dezembro. No Auditório do Centro Cultural do Mindelo, a 27 e 28 próximos Sábado e Domingo, com início dos espectáculos aprazado para as 21horas. A entrada custa 500$00. Em palco, o grande sucesso do grupo santantonense, a peça "a Deus o que é de Deus, ao diabo o que é do diabo", uma produção do grupo, que em Março de 2009 assinala os 25 anos de carreira.


Entretanto, antes do Juventude em Marcha, no dia do Natal, 25 de Dezembro, a reposição na mesma sala – CCM – da peça “o gato malhado e andorinha sinhá” pelo grupo de teatro do Centro Cultural Português. Duas sessões no mesmo dia: 17:00 e 19:00 horas, a não perder essa magnífica peça para todos, uma adaptação crioula da bela história de amor impossível de Jorge Amado.

sexta-feira, dezembro 19, 2008

BLOG JOINT


Eu ACREDITO.
Teatrakácia também está ‘in’ neste projecto que acredita numa possível força ‘mais do que virtual’ dos blogs berdianos. Ninguém pode negar que já existe um espaço. Aperfeiçoá-lo, com o desejo/determinação de melhorar sempre(!) e no ‘joint’ juntar os possíveis frutos e dividí-los por toda a nação cabo-verdiana. Escusado será dizer: dentro e fora do país! E tudo isto em termos de ideias/carácter/crítica/formação/debate pensando num Cabo Verde cada vez mais próximo do ideal.
A utopia fomenta o sonho; e a determinação, o trabalho e a união contribuem para a realização dos sonhos…
Teatrakácia está in neste Blog Joint.

quarta-feira, dezembro 17, 2008

TIM NO SAL


‘Mal d’Amor’ – Uma das várias peças do TIM que mais se têm aguentado ‘na estrada’, foi o mote para mais uma viagem inter-ilhas do Teatro Infantil do Mindelo. Estão no Sal, onde hoje 17 e amanhã 18 de Dezembro, nesta época especial de olhos ‘domitadamente’ mais virados para as crianças, irão tudo fazer para ‘encantar e fazer brilhar os olhos' dos mais pequenos.

Hoje em Santa Maria, e amanhã nos Espargos.

terça-feira, dezembro 16, 2008

O Gato Malhado e Andorinha Sinhá - Reloaded2008

É verdade! Apraz-nos relevar isso. E ainda bem que assim continua a ser!

Aqui no Mindelo, os homens e mulheres ligados ao teatro, fazem das tripas coração, arregaçam as mangas, conciliam horários de trabalho, escolares e familiares e reinventam tempo para os compromissos mil com essa 'paixão para a vida'.

Neste fim-de-semana, vamos ter mais teatro. Um Teatro para todos, ou não estamos nesse período de Festas e bem especial para as crianças?

Uma peça que já tinha sido trabalhada no ambito de exercício cénico de fim-de-curso. Agora, com os experientes actores do Grupo de Teatro do Centro Cultural Português, em espectáculo a não perder!



O Gato Malhado e Andorinha Sinhá - de Jorge Amado

Vejamos a Ficha Artística:

Coordenação Geral e Direcção Artistica
João Branco

Coordenação Geral e Direcção Plástica
Elisabete Gonçalves

Adaptação e Dramaturgia
Airton Ramos e João Branco

Música Original e Ambientes Sonoros
Neu Lopes

Desenho de Luz
Anselmo Fortes

Concepção de Máscaras
Elisabete Gonçalves

Elenco
Grupo de Teatro do CCP - IC

E mais, sobre o Espectáculo, na pena do encenador JB:

Uma parábola contemporânea

Desde há muito que desejava colocar no palco uma adaptação teatral deste conto exemplar de Jorge Amado, certamente um dos maiores criadores literários do século XX. A história, aparentemente elementar e singela, fala-nos de uma paixão proibida entre dois seres que foram, por natureza, feitos para serem inimigos mortais. É uma poderosa parábola contemporânea, que nos mostra como o preconceito impede tantos seres humanos de serem felizes, pelo simples facto de se apaixonarem por alguém que o mundo próximo e social, considera «inadequado». Pode ser por causa da cor da pele, da conta bancária, do credo religioso, da nacionalidade de origem, da afeição clubista ou da filiação partidária. Apesar de tantos exemplos diários, parece que ainda não aprendemos que o amor é a grande arma para lutar contra uma sociedade alheia, triste, global, receosa, egoísta e tantas vezes hipócrita, como é esta em que vivemos hoje em dia.

Por isso esta adaptação teatral cumpre um desígnio que considero fundamental nesta forma de expressão artística única e essencial: servir de espelho da Humanidade e, seja pela emoção que induz, seja pela reflexão que provoca, conseguir, através dessa vivência partilhada, tornar-nos um pouco melhores seres humanos e mais conscientes das nossas forças e das nossas fraquezas.

Também por isso, e ao contrário do que possa parecer à primeira vista, não considero esta uma peça «infantil». É uma peça para todas as idades, porque o amor não tem fronteiras e nunca é tarde para apreender a poderosa influência que este pode exercer na nossa curta passagem pelo mundo dos vivos.

Dito isto, uma palavra aos 15 actores e actrizes do grupo de teatro do Centro Cultural Português - IC, que consegue juntar num mesmo palco imensa experiência e talento, como há muito tempo não se via na nossa companhia. Quisemos muito reencontrar esta história pelo ensinamento profundo que nos transmite. Quisemos dar a nós próprios uma demonstração da nossa capacidade de mobilização enquanto colectivo teatral. Quanto mais não seja, porque cada vez é mais certo que estar no palco e habitar outras vidas, é paradoxalmente incompatível com um estado de espírito egocêntrico, leviano e hipócrita que tantas vezes nos barra o caminho da felicidade.
João Branco Director Artístico do GTCCP Mindelo / IC


Sábado dia 20 - 17:00 horas

Domingo dia 21 - 18:00 horas
E mais duas sessões no dia do Natal (Dia 25 de Dezembro) - 17:00 e 19:00 horas

Sempre no Auditório do Centro Cultural do Mindelo

quarta-feira, dezembro 10, 2008

Sementes crioulas do Teatro espalhadas pelo mundo fora

Paulo Miranda

O rapaz – Paulo Miranda - começou a fazer maravilhas no Grupo de Teatro do Centro Cultural Português do Mindelo. A título de exemplo, Paulo fez o papel de Mercúrio Crioulo na versão GTCCPM do clássico de Shakespeare – Romeu e Julieta.
Ainda antes da partida para estudos, assessorava o JB nas criações cénicas do grupo. E o friorento Guarda (Portugal) foi o destino. Por lá estudou, arranjou ‘calores’ até integrando grupo musical de crioulos, mas sempre ancorado na paixão de sempre: o Teatro.
E Teatrakácia, ao ler a informação sobre a próxima estreia do mais recente trabalho do Aquilo Teatro, abriu as portas para a retoma aqui, para partilha no nosso pequeno espaço de apaixonados pelas artes cénicas… naturalmente:


‘Nos dias 15, 16 e 17 de Dezembro, pelas 21h30, no Auditório da Câmara Municipal da Guarda, o Aquilo Teatro irá apresentar a sua nova produção teatral “As Orelhas do Compadre”, com dramaturgia e encenação de Paulo Miranda. O texto é uma adaptação do conto tradicional português “As Orelhas do Abade”.
Trata-se da história de uma família (pai, mãe e filha) e do seu amigo compadre.
Almerinda, mulher cheia de superstições, refilona e fogosa apercebe-se através de uma história de amor da mitologia grega (Dido e Eneias) que há muito tempo o seu casamento perdeu a chama da paixão. É quando, para escutar o seu coração e os seus desejos, começa a infernizar a vida do seu marido e a dar mais atenção ao seu amigo compadre…
Entre uma caçada de perdizes, engano, desavenças, traição e muita paródia, alguém há-de ficar sem as orelhas…ou não?
Trata-se de uma comédia onde as personagens se expressam livremente esbarrando nos códigos de conduta, onde existe um eficiente jogo dramático em torno dos conceitos de aparência e realidade, onde se denota uma manifestação crítica sobre as relações inter e intra pessoais.
Os actores desta peça são provenientes do atelier de Expressão Dramática, sendo uma forma de promover novos talentos, indo de encontro a um dos aspectos primordiais na acção do “Aquilo”: a formação.

Texto: Adaptação do conto popular português “As orelhas do Abade” (São Miguel, Açores)
Dramaturgia e Encenação: Paulo Miranda

Personagens / Actores:
Almerinda / Anabela Chagas
Zé / Filipe Ruas
Compadre / Carlos Morgado
Filha / Maria Miguel Figueiredo

Concepção de Cenário e Adereços: Paulo Miranda
Concepção de Figurinos: Anabela Teixeira
Construção de Cenário, Figurinos e Adereços: Anabela Teixeira, Irene Prata e Paulo Miranda
Imagem do Cartaz: Kim Prisu
Desenho de luz, montagem e operação de luz: Luís Andrade
Produção Executiva: Anabela Teixeira
Produção: Aquilo Teatro
Apoio: Câmara Municipal da Guarda, ADM Estrela, Instituto Português da Juventude e Junta de Freguesia de São Vicente
Agradecimentos: Elisabeth Carvalho, Elisabete Fernandes, João Manso, Rosa Ramos e Teresa Oliveira.

15, 16 e 17 de Dezembro de 2008
Auditório da Câmara Municipal da Guarda
21h30
M/ 6 anos
Preço Bilhete: € 2,00
Para reservas e mais informações:
271222499, 962550825

segunda-feira, dezembro 01, 2008

Cordão Umbilical

Foto de João Barbosa

Imagem da mais recente produção do Atelier Teatrakácia: Cordão Umbilical

Para breve a reposição no Centro Cultural do Mindelo, depois da estreia absoluta na 14ª edição do Festival Internacional de Teatro do Mindelo - MINDELACT 2008

quinta-feira, novembro 27, 2008

Mindelo - Tráz d'horizonte esteve, dia 25 Novº na Mostra Audiovisual de Cabo Verde no Brasil

Iº Seminário de Estudos Cabo-verdianos no Brasil

A relevância dos laços que unem Brasil e Cabo Verde, especialmente no campo da literatura, da língua, de uma origem histórico-política irmã, aponta para a necessidade de iniciativas que ampliem e verticalizem o nosso conhecimento a respeito das realidades das ilhas crioulas. O resultado esperado deste aprofundamento será um diálogo em bases mais sólidas, permitindo, inclusive, que se desfaçam estereótipos e equívocos que o desconhecimento alimenta, tanto sobre as Áfricas (na sua riqueza plural) quanto, em especial, sobre o Arquipélago.
O extremo interesse, hoje, dos Ministérios da Cultura, das Relações Exteriores e da Educação brasileiros por Cabo Verde, como um dos países mais desenvolvidos da África na atualidade, assim como a legislação (Lei 10639/ 2003, Artigos 1º e 2º da Resolução do Conselho Nacional de Educação/ 2004 e a recente Lei Federal 11 645/ 2008) que ampara e expande o conhecimento das culturas africanas, instituída pelo Governo brasileiro, por si já evidenciam a importância do I Seminário Internacional de Estudos Cabo-verdianos para o setor cultural do nosso país.
Nossa proposta é a realização de um evento que tenha como tema os Estudos Cabo-verdianos, privilegiando as relações entre a literatura de língua portuguesa (nossa área principal de atuação na universidade brasileira) e o patrimônio imaterial crioulo, dando destaque ainda a aspectos relevantes para a interlocução texto literário/contexto como história, geografia, clima, cultura popular (tradições orais, música, culinária, artesanato), língua (oficial portuguesa e materna, crioula e discussões para o estabelecimento do crioulo padrão e do crioulo como língua nacional), pintura, cinema, fundamentais o desenvolvimento pleno das nossas atividades acadêmicas e culturais em vários níveis de atuação, da Extensão à Pós-Graduação.
Com a finalidade de traduzir-se num diálogo enriquecedor, o evento contará com a presença de pesquisadores da cultura crioula, escritores, artistas, lingüistas e historiadores cabo-verdianos radicados no Arquipélago ou no Brasil, o que significa diminuir a distância geográfica entre as informações, fortalecer a discussão em torno de problemas que são altamente significativos em nossos processos histórico-culturais e estreitar a convivência irmã.
O I Seminário Internacional de Estudos Cabo-verdianos, sob a égide do cinqüentenário da morte de um dos ícones da poesia e da música cabo-verdianas, B. Léza, tem ainda como propósito homenagear (in memoriam) personalidades precursoras da área de estudos africanos como Maria Aparecida Santilli e Benilde Caniato, professoras da Universidade de S. Paulo. E ainda, mais que merecidamente, a partir do título do evento (Contravento, pedra-a-pedra), inspirado na Antologia bilingue da poesia cabo-verdiana organizada em 1982 por Luís Romano de Madeira Melo, pretende valorizar em vida o legado deste importante intelectual, escritor e folclorista cabo-verdiano, que adotou a terra brasilis como segunda pátria, promovendo a solidificação dos traços de união indispensáveis às relações entre Cabo Verde e Brasil.

MOSTRA AUDIOVISUAL Sessões decorrem na CINUSP
Mindelo - traz d' horizonte - aconteceu pelas 19:00 do dia 25 passado

Produção: CRIOULA – EUROSTUDIO

O documentário longa-metragem é um filme que tenta experimentar pelos sentidos, a alma da cidade de Mindelo e a cultura crioula pela vida contemporânea do seu povo.
Realização: Alexis Tsafas.
Diretor artístico: Fonseca Soares
Fotografia: Yannis Fotou
Música: Vasco Martins

Para amanhã, 28 de Novembro:
16:00 - Os Rebelados no fim dos tempos
Sinopse: “Filmado na Ilha de Santiago, em Cabo Verde, o documentário acompanha o quotidiano e as expectativas de três rebelados que esperam o fim do mundo, anunciado pelos mais velhos para o termo do milénio. Durante um ciclo agrícola, a câmara percorre o dia a dia de três personagens, um pai e dois filhos, nos trabalhos do campo, no vai vem aos centros urbanos ou durante as noites da ladainha.”
Realização: Jorge Murteira.
Duração: 51’.
17:00 - Áreas protegidas de Cabo Verde
Sinopse:
Um dos maiores recursos em prol do ambiente em Cabo Verde foi a criação e a promoção das chamadas áreas protegidas. Adoptadas pelo estado cabo-verdiano como zonas de reserva ecológica, estas áreas estão delimitadas por lei, e resguardam os elementos da biodiversidade e da paisagem ambiental das ilhas.
Realização: Margarida Fontes.
Duração: 21’31’’.
17:30 - A crítica ao Lócus Claridoso
Sinopse:
A Claridade, como movimento complexo, produziu também os seus questionamentos, alguns, inclusive, em contraponto. É a geração dos nacionalistas que lhe impõe a primeira análise crítica.
Realização: Margarida Fontes.
Duração: 26’12’’.
18:15 - Mais alma
Sinopse:
Durante um Verão, o filme segue, em duas ilhas do arquipélago de Cabo Verde, o processo de criação dos espectáculos que serão apresentados no festival de teatro do Mindelo.Um olhar também sobre a vida fora do palco, acompanhando de perto pessoas que querem encontrar formas de exprimir uma identidade nova, “uma África…”.Os ensaios e bastidores, o nascimento e a discussão das ideias dos grupos de dança Raiz di Polon e Terra a Terra, do grupo de teatro Otaca e dos Acrobatas da Pedra Rolada.
O uso do corpo como instrumento de criação. E um músico, Orlando Pantera que nos indica o caminho da inspiração: mais alma…
Realização: Catarina Alves Costa.
Duração: 56’.

Atenção:A programação será repetida na semana seguinte, no CINUSP, sem os debates.

terça-feira, novembro 25, 2008

Mais Teatro - Máscaras é já neste fim-de-semana


Depois do sucesso que foi a estreia na capital do país… depois da estreia absoluta no âmbito do Festival Internacional de Teatro de Cabo Verde… é chegada a vez de uma mini-temporada aqui no Mindelo, no Auditório do Centro Cultural do Mindelo.
Sexta e Sábado pelas 21:30; e Domingo às 20:30.
Máscaras, para além de tudo o mais – o espectáculo da beleza, da poesia, da palavra – tem o outro trunfo de ter juntado em co-produção, pela primeira vez, os internacionais Raiz di Polon e Grupo de Teatro do Centro Cultural Português do Mindelo, respectivamente da Praia e do Mindelo…
A arte dos movimentos se alia à arte da interpretação e da palavra, num espectáculo que contou ainda com o concurso do artista plástico Bento Oliveira…
‘Muita poesia no ar, a palavra no centro das atenções, com as nuances a chamar-nos a atenção como pontuais de luzes fortes... e mais uma componente plástica a envolver-nos e a embrulhar-nos numa magia estonteante de tão belo...’Muuuuita Meeeerda!!!
A não perder!

quarta-feira, novembro 19, 2008

“Máscaras” no Auditório Jorge Barbosa

Dois colectivos que trabalham muito e têm representado o país por este mundo fora, juntaram-se, uniram esforços e ‘especialidades’ para fazer um trabalho quanto a nós, infinitamente belo… e sempre à volta dos vários ‘eus’ da vida d’alguém.
Muita poesia no ar, a palavra e os movimentos no centro das atenções, com as nuances/pausas a chamar-nos a atenção, como pontuais de luzes fortes e coloridas... e mais uma componente plástica a envolver-nos e a embrulhar-nos numa magia estonteante de tão belo...
É já esta noite no Auditório Jorge Barbosa, na capital do país.Muuuuita Meeeerda!!! Mais pormenores com este texto do asemanaonline:

'O Grupo de Teatro do Centro Cultural Português do Mindelo – Instituto Camões e a Companhia de Dança Raiz di Polon apresentam hoje, 19, o espectáculo “Máscaras”, no Auditório Jorge Barbosa (cidade da Praia). Esta peça, a 41ª do GTCCPM/IC, foi produzida a partir de um poema de Menotti del Picchia.

Os actores que estarão em palco no Auditório Jorge Barbosa são Arlindo Rocha, João Branco e Romilda Silva, e ainda os bailarinos Mano Preto e Beti Fernandes. A encenação e a direcção artística é de João Branco.
O espectáculo conta ainda com participação especial de Mayra Andrade e Mário Lúcio Sousa, música de Vasco Martins e Bernardo Sasseti, enquanto as máscaras, figurinos e objectos são de Bento Oliveira, Elizabete Gonçalves e Artur Marçal.
Nessa peça, o grupo de teatro do CCP/IC procura criar ou recriar "um espectáculo impressionista, poético, quase etéreo, na qual cada um consiga ver um pedaço de si em cada um dos personagens (Arlequim, Pierrot e Columbina), que são um só, porque nenhum dos três existe sem o outro".' E mais: o espectáculo é de entrada livre. A não perder!

quinta-feira, novembro 13, 2008

Filme “Mindelo – Traz d´Horizonte” na II Mostralíngua

Após a estreia na capital do país, a 7 de Novembro, com o Auditório do Centro Cultural Português repleto de gente, e tendo como espectadores especiais o Ministro da Cultura e a Embaixadora de Portugal em Cabo Verde, Mindelo - Tráz d'Horizonte prossegue a sua primeira fase, a dos Festivais. E chega-nos a 'nova conquista': o convite para a IIª Mostra Língua, fora de concurso, pois se trata de um festival de Curtas. Deixo os pormenores da notícia para a nossa Agência de Notícias.
O filme “Mindelo – Traz d´Horizonte”, do realizador grego Alexis Tsafas, vai a Coimbra - Portugal, ainda neste Novembro, por ocasião da II edição da Mostra Internacional de Cinema de Língua Portuguesa (Mostralíngua).
Prevista para dias 20, 21 e 22 de Novembro, no Museu da Água de Coimbra, a mostra objectiva a valorização e a divulgação de curtas-metragens de ficção e documentários em língua portuguesa.
Na primeira edição da Mostralíngua, considerada “um sucesso”, concorreram 29 filmes oriundos de seis países de expressão portuguesa.
“Mindelo Traz d´Horizonte” foi considerado pela crítica como um dos filmes “mais interessantes” exibidos durante o 36º Festival de Cinema Brasileiro e Latino (Festival de Gramado, Brasil), no passado mês de Agosto.
A longa-metragem foi produzida pela empresa Crioula Produções e centra-se no pulsar da cidade do Mindelo. A partir desta cidade cosmopolita o realizador regista os diversos aspectos do povo e da cultura da ilha.
Durante 74 minutos, prescindindo de técnicas comuns ao documentário, como a entrevista ou comentário de suporte, o realizador centra a atenção do espectador na imagem e no seu poder sugestivo e narrativo para construir quadros do quotidiano.
A música, - uma banda sonora onde pontuam Vasco Martins, Manuel de Novas, Voginha e Cesária Évora – intensifica este quadro poético em que o objectivo é, conforme refere o realizador, “mostrar a cultura crioula”.
Com a dança, a música, a culinária, o teatro, os costumes religiosos, o artesanato, a arquitectura urbana, a relação com os espaços, o comércio local, Alexis Tsafas constrói pequenos quadros com os quais se conta a história da cidade.
No documentário participam ainda no enredo musical a Banda Municipal de São Vicente e Gabriela Mendes, para além dos actores Fonseca Soares, Elisabete Gonçalves, Zenaida Alfama, Sílvia Lima, Mirita Veríssimo, Anselmo Fortes e Mirtó Veríssimo.
AA/PC - Inforpress

segunda-feira, novembro 10, 2008


Apraz-nos aqui no Teatrakácia, partilhar esta ‘nova’ de um dos encenadores mais importantes do teatro do Cabo Verde independente, ou não fosse ele o fundador do Korda Kauberdi, e agora, na actualidade, o responsável pelo Tchon di Kauberdi – Francisco Fragoso.
Francisco Fragoso - Prémio de Mérito Teatral, atribuído pela Associação Mindelact há já alguns anos atrás – é um nome incontornável na ainda breve história das artes cénicas crioulas, e continua no activo, agora na diáspora, mais concretamente em Portugal.
Com a devida vénia – acrescida dum tradicional ‘muita merda!’ – retomamos aqui neste espaço, o ‘papel’ da Inforpress, com o seguinte título: Teatro: “Tchon di Kauberdi” organiza apresentações e formações na arte cénica em Lisboa



‘O grupo cénico “Tchon di Kauberdi” tem previsto para inícios de Dezembro, numa série de apresentações e formações de arte cénica, na sede da Sociedade da Língua Portuguesa (SLP) em Lisboa, soube a Inforpress.
Tchon di Kauberdi, que integra 25 elementos, entre eles, actores, cenógrafos, aderecista, músicos, bailarinos, sonoplasta, luminotécnico e assessor jurídico, foi criado há quatro anos atrás por um grupo de jovens com descendência cabo-verdiana e é orientado pelo encenador e director artístico, Francisco Fragoso.
Segundo esse responsável, a qualidade artística e cénica do grupo é fruto de um aturado e lúcido trabalho “ipso facto, et pour cause”, perseverante, que vem desde os primórdios da sua criação e edificação, cujo corolário lógico foi a sua auspiciante estreia em 2006.
“Não foi, por mero acaso, que, desde a primeira hora do seu advento que o Tchon di Kauberdi tem conseguido um importante e elevado apoio institucional e artístico da Escola Superior do Teatro e Cinema de Lisboa”, salienta Francisco Fragoso.
Segundo o encenador e director artístico do Tchon di Kauberdi, com estes apoios o grupo tem levado a cabo um trabalho de experimentação artística, teatral e estética, no sector de pesquisa, não só, no âmbito cénico e teatral, mas também, no domínio cultural.
Neste caso, por tratar-se de uma associação cultural cabo-verdiana, os trabalhos de pesquisa recaem sobre a cultura nacional, mas respeitando a famosa frase do líder Amílcar Cabral em que aconselha: “Ao mesmo tempo que liquidamos a cultura colonial e os aspectos negativos da nossa própria cultura (…), devemos criar uma outra cultura baseada sobre as nossas tradições, mas respeitando tudo o que mundo conquistou hoje para servir o homem (…)”.
PC’

terça-feira, novembro 04, 2008

Mais Teatro!!! TIM com peça nova

fotos: João Barbosa

Nôs Santa Luzia é a nova proposta do TIM, já para amanhã dia 5, com reposição no dia seguinte:
TIM - O teatro ao serviço
da sensibilização ambiental
Novembro 2008 – no CCM
Dia 5 - 20:00 e dia 6 21:00

A Conservação Marinha e Costeira

O Projecto de Conservação Marinha e Costeira (PCMC) de Cabo Verde enquadra-se no âmbito do Plano de Acção Nacional para o Ambiente (PANAII), na estratégia de conservação da WWF, e no Programa Regional de Conservação Marinha e Costeira da África do Oeste (PRCM) em particular. O projecto foi elaborado em concertação com as instituições em Cabo Verde, financiado pelo governo da Holanda, e está sob tutela da Direcção Geral do Ambiente.

O projecto tem como objectivo “salvaguardar a diversidade biológica marinha e insular de Cabo Verde em benefício do desenvolvimento durável do país”. Entre outros objectivos específicos, o projecto pretende criar através de um processo participativo, duas Áreas Marinhas Protegidas (AMPs), a Baia da Murdeira na ilha do Sal e Santa Luzia, ilhéus Branco e Raso, devido à importância para a biodiversidade e ao papel que ambas representam na sustentabilidade dos recursos pesqueiros.

O processo participativo de criação das AMPs, permitirá analisar os constrangimentos de utilização dos recursos pelos actores e intervenientes na zona, assim como delinear estratégias de aproveitamento e de gestão, através dos conhecimentos e experiências tanto das instituições do domínio, como dos pescadores artesanais.

No intuito de apoiar o processo de criação e elaboração de um plano de gestão para a AMP de Santa Luzia, ilhéus Branco e Raso, visando a conservação e gestão durável dos seus recursos, o PCMC em parceria com o grupo TIM criou em 2006 a peça teatral “Linha de pesca”. Dando seguimento ao processo, foi então planeado uma segunda peça teatral “ Nhôs Santa Luzia” de forma a demonstrar os caminhos até então percorridos, reforçando os actores no processo de concertação, negociação e gestão participativa dos recursos na AMP.

Pelo WWF



As razões dum Projecto – ou o porquê dum Linha de Pesca II

Após o que pode ser considerado de ‘objectivo atingido’, com a apresentação em vários espaços e locais, e em algumas das ilhas do país, da peça escrita e montada pelo Teatro Infantil do Mindelo e a WWF – LINHA DE PESCA – e com a constante evolução nestas Ilhas e no Mundo dos problemas e necessidades de preservação ambiental, mas sobretudo tendo em conta a contínua degradação desse equilíbrio, e a necessidade de fazer mais para assegurar a biodiversidade marinha, o renovar do desafio de criar mais uma ‘estória’ à volta dos pescadores, do mar, do ambiente, das novas áreas marinhas protegidas… e o nascimento de uma nova ‘estória’ – Nôs Santa Luzia.


Inserido nessa preocupação/missão pedagógica e ambiental inerente aos objectivos do TIM, os seus actores membros, após ‘beber’ de esclarecimentos sobre a actualidade e novas mensagens a passar para a comunidade piscatória e não só, de acordo com as mesas de conversação que reúnem todos os agentes envolvidos na exploração marinha em Cabo Verde, lançam mãos à obra na construção da dramaturgia. Dramaturgia que surge com o empenho colectivo dos actores do TIM, na criação das estórias que servem de base para a mensagem de preservação e protecção do nosso meio marinho.

Em sessões próprias de improvisos e escrita continuada, nasce o enredo… Dá-se de novo, vida! E a história continua. A vida dos nossos já conhecidos três pescadores (Albertino, Djondjon e Chico, mas também da gestora de recursos marinhos pela preservação, Ana Paula, e das vendedeiras Tudinha e Juninha) personagens marcados pela vida real de uma das nossas muitas aldeias piscatórias, segue. Segue, obviamente sempre colada à faina e á vida dura dos homens do mar, e com as preocupações actuais em relação ao peixe cada vez mais escasso, e à inerente necessidade de preservar para que não falte amanhã. Aliás, a filosofia do velho pescador Albertino permite-lhe afirmar categoricamente: ‘Pésca de manhá ta dependê tcheu de pésca d’ahoje!!!’

Resumindo, nos tempos que correm, com as dificuldades acrescidas, do peixe cada vez mais longe da costa, impõe-se para todos a necessidade de gestão. Uma gestão imposta pela necessidade de preservar para poder continuar a dispôr…

Os nossos homens e mulheres da pesca e do mar, precisam se adaptar aos novos tempos, e paulatinamente, pela necessidade, pela descoberta, pelo amor lutam e lutam, procurando vencer na Vida. Mesmo que seja necessário mudar velhos e tradicionais hábitos seculares de pesca enraizados no ‘modus operandi’ da faina nas ilhas.

A palavra de ordem é ‘preservar para não faltar’. Respeitar a Natureza, ou dito de forma mais correcta: voltar a respeitar a natureza, ajudando a que se mantenha o equilíbrio natural das coisas…

Um contributo para a massificação das preocupações, consensos e soluções dos agentes da exploração marinha, saídas das permanentes mesas de concertação.

E em última instância, divulgar as medidas tomadas para proteger o património natural, pois é necessário proteger e mesmo voltar a criar esse verdadeiro tesouro marinho que ainda temos, pois a qualidade ambiental está em muito relacionada com os esforços de preservação que todos queremos que sejam enormes.

Pelo TIM

Nôs Santa Luzia - FICHA ARTÍSITCA
Dramaturgia
& Encenação
Colectivo, com coordenação de Fonseca Soares
Direcção Artística
Elisabete Gonçalves
Interpretação
Anselmo Fortes
Elisabete Gonçalves
Nuno Delgado
Fonseca Soares
Sílvia Lima
Zenaida Alfama
Design Gráfico
Roger Rocha
Produção
Elisabete Gonçalves
Mirtó Verissimo
Apoio Iluminação: CCP Apoio Som: DC SOUND

quinta-feira, outubro 30, 2008

Mais um Curso de Iniciação Teatral - Inscrições abertas

É! Aí está uma boa notícia!
Nos últimos dois anos, muita gente nos abordou a perguntar pelos famosos 'Cursos de Teatro'. 'Há dificuldades ou indisponibilidades... creio que financeiras...' Era a minha resposta aos ansiosos por saber informação sobre o próximo curso do CCP. Conjugaram-se esforços, o CCP Mindelo conseguiu o apoio CCM... Dionísio deve ter supervisionado!
E agora a resposta. Inscrições já estão abertas aí no Centro Cultural Portugês do Mindelo.
E não há dúvida nenhuma que esta é uma decisão importante, pois todos estarão de acordo que os cursos de iniciação teatral do CCP foram e continuam a ser o que podemos chamar de 'alicerces' da nova largada do teatro em S.Vicente, e no país.
Aos interessados... a hora é esta!

quarta-feira, outubro 29, 2008

Teatro: Comédia absurda "Os Antílopes", sobre "a relação dos brancos com África"


Aqui no Teatrakácia, apraz-nos falar desse homem do teatro que, na nossa óptica, representa bem a essência do Teatro: Partilhar!
Porque, no Teatro tudo se faz a partir da necessidade de partilhar, começando pelo dramaturgo que, mais não faz do que atender a essa vontade de partilha de uma história que lhe povoa a mente. É verdade, para que aconteça Teatro, muita gente ‘apaixonada’ tem que partilhar tudo até chegar ao espectador…
Mas voltando à origem deste post. Estreia em Portugal da peça do sueco Henning Mankell, “Os Antílopes” que conta a história quase sempre problemática da relação dos brancos com África.
Com a devida vénia, o ‘papel’ da Lusa aqui no Teatrakácia:
“A Companhia de Teatro de Almada estreia quinta-feira a comédia absurda “Os Antílopes”, do escritor sueco Henning Mankell, no Teatro Municipal de Almada, numa encenação de Solveig Nordlund.
“[A peça] conta a última noite em África de um casal de cooperantes que está à espera do substituto do marido num projecto do Banco Mundial para abrir poços… e o substituto acaba por chegar”, disse à Lusa a encenadora sueca naturalizada portuguesa.
Os actores Isabel Muñoz Cardoso, José Airosa e Rogério Vieira vestem a pele das três personagens desta comédia, que a encenadora escolheu para apresentar este escritor e argumentista sueco de 60 anos, que há muito tempo vive entre a Suécia e Moçambique e cuja obra nunca foi representada em Portugal.
“Ele diz que os negros são as personagens principais da peça, mas são invisíveis. Portanto, os actores da peça são os brancos, a peça é sobre a relação dos brancos com África”, explicou Solveig Nordlund, uma relação que Mankell “conhece bem”, porque vive e trabalha em Maputo, como director do Teatro Avenida, para o qual escreve e encena.
“São dois mundos - é isso que ele sublinha - que não se conhecem e, de facto, não se compreendem”, observou.
Sobre a sua ida para África, o escritor explica, citado no comunicado do TMA, que não foi “por motivos românticos”.
“Aqui não há nada de paradisíaco - bem pelo contrário. Mas desde a infância sabia que um dia havia de vir para cá”, afirma Mankell, que nasceu numa pequena cidade do nordeste da Suécia, se casou com a filha do cineasta Ingmar Bergman e foi, durante anos, dramaturgo e encenador, até publicar, em 1973 o seu primeiro romance, e se celebrizar com o policial “Assassino sem Rosto”, a que se seguiram outros (publicados em Portugal pela Presença).
“Fico colérico quando oiço a forma como se fala de África [na Europa]. Sabemos tudo acerca de como os africanos morrem, e nada sobre a forma como eles vivem! Chegou a altura de África invadir a Europa com as suas histórias, tal como fez a América Latina nos anos sessenta”, defende.
Henning Mankell mantém a sua ligação à Suécia, através da editora que fundou, a Leopard, na qual utiliza os lucros das vendas dos seus romances policiais para publicar autores africanos.
Fundou igualmente uma oficina de escrita, a que chamou Memory Books, para que pessoas infectadas com o vírus da sida possam deixar aos filhos um testemunho das suas vidas. “Os Antílopes” estará em cena na sala experimental do Teatro Municipal de Almada (TMA) até 30 de Novembro, de quarta-feira a sábado às 21:30 e ao domingo às 16:00.
Na quinta-feira, depois da estreia da peça, pelas 23:30, será inaugurada na galeria do teatro uma exposição de pintura da autoria da encenadora, realizadora e pintora Solveig Nordlund, de 64 anos, à qual o TMA dedica o mês de Novembro.
A completar o programa, decorrerá ainda um ciclo de cinema, em que serão exibidos quatro filmes por ela realizados, o primeiro dos quais será, no dia 04, “Comédia Infantil” (2003), uma adaptação de um livro de Mankell com o mesmo nome, editado em Portugal pela Asa.
“É uma história sobre crianças de rua em África, crianças na guerra, é uma história mágica e muito bonita”, referiu.
A 13 de Novembro, será projectado o filme “Aparelho Voador a Baixa Altitude” (2002), dia 15 será a vez de “Uma História Imortal” (1992) e, a 19, “Uma História Imortal” (2003).”
Enfim, com isso, levanta-se o véu da paixão de vida de um branco que do contacto com África, saiu (ou nunca mais de cá saiu!, pois vive em Moçambique, e é encenador do grupo de teatro daquele país irmão - Mutumbela Gogo - por sinal grupo que já esteve no nosso MINDELACT) apaixonado, e com uma missão particular: ajudar a melhorar um pouco que seja, a vida do Africano.

terça-feira, outubro 14, 2008

Teatro Infantil

Uma peça bem conseguida da vertente teatro infantil do Atelier Teatrakácia, é com certeza ‘A BRUXINHA QUE ERA BOA’, da dramaturga brasileira Maria Clara Machado. ‘Zum-zum-zum mi ê bruxinha… zum-zum-zum mi ê mázinha’, cantiguinha das bruxas que ficou nos lábios das nossas crianças, (e não só!) aquelas que foram ver a peça.
Uma reposição possível… a ser pensada, talvez para o Natal…

E isso acontece numa altura em que, do Brasil da dramaturga, chega-nos a notícia de que o ‘espectáculo infantil ( A bruxinha que era boa ) estará em cartaz neste domingo (19), em sessão única às 10h30, na sala de espectáculo do Departamento de Teatro (Av. Getulio Vargas, 128).
“A Bruxinha que era Boa”, marca a estreia da Oficina de Teatro da Secretaria da Criança e do Adolescente (SECA), em parceria com o Departamento de Teatro da Secretaria de Cultura. Citamos isto, pensando na ‘presença da Cultura – ministério – na vida, no dia-a-dia, da produção cultural do Brasil. Presença assumida, por se acreditar no papel do ministério (Secretaria) na facilitação, no criar de condições para que os agentes possam produzir… mas isso é outra ‘estória’, e não serve para menino dormir…
Regressemos à peça: ‘Se a princípio, "A bruxinha que era boa " pode ser vista como a eterna luta entre o bem e o mal, uma análise maior nos leva a reflectir sobre temas relacionados com inclusão e exclusão social. De como somos treinados a dar as mesmas respostas às mesmas perguntas.Todas as bruxas têm uma só maneira de ser, de se vestir e viver. Agem e se manifestam de forma igual. Pensam e respondem de forma igual. Mas, entre tantas, há uma bruxa diferente: a Bruxinha Ângela. Uma bruxa que dá respostas diferentes das do grupo. Seu amor à liberdade - sonho de voar por sobre as árvores maiores - repele a "iniciação" a que todas as bruxinhas são submetidas. E assim, como castigo deve ser excluída do grupo, e condenada a ficar presa na "Torre de Piche". Haverá antídoto contra essa bruxaria?Bruxo - Qual é a melhor coisa do mundo?Bruxinha Ângela - Deve ser andar de vassoura a jacto, lá por cima no céu perto das árvores maiores!Bruxo - ... tu és a pior aluna que já tive. Hoje à noite terás a última oportunidade. Se não fizeres nada, serás presa na Torre de Piche. E nunca mais sairás. Todas as bruxas terão que fazer suas primeiras maldades esta noite.

Mas a bruxinha-boa é claro que não há-de conseguir ‘ovelhizar-se’… uma ‘estória que traz de volta e ‘entrega’ às nossas crianças hoje – homens de amanhã – valores outros, dos bons, que hão-de contribuir para um Homem melhor nestes tempos modernos que cada vez mais menosprezam os bons valores humanos…




“A Bruxinha que era Boa”, montagem do Atelier Teatrakácia. Texto de Maria Clara Machado, Direcção de Janira Gomes e Herlandson . Assistência de Direção de Mariza Santos e Carlos Silva.
Elenco: Ivone Santos – a bruxinha diferente

quinta-feira, outubro 02, 2008

Dramaturgia


Aquilo que falta por cá, embora já tenhamos estado bem piores em períodos de longas pasmaceiras cénicas, faz com que estejamos sempre bem atentos a qualquer 'movimentação' nesse espaço - a dramaturgia. Pela pena da Jornalista Otília Leitão, in asemana-on-line, chega-nos esta 'lufada de ar fresco'. Um dramaturgo caboverdiano, com 'canudo' e tudo: Armindo Tavares.

É claro que queremos saber mais. Tudo!

Com a devida vénia...


Postal de Lisboa

Numa Juventude marcada por desafectos, Armindo Tavares nunca tinha lido um jornal até aos 22 anos. Hoje é, aos 48 anos, o primeiro cabo-verdiano a obter uma licenciatura em “Dramaturgia” na Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa e, publicado o seu ensaio “As Aventuras de Nhu Lobo”, prepara-se para lançar o mesmo em DVD animado. Na mão tem mais de 20 peças prontas a publicar, classificadas por “tragédias”, “comédias”, “tragicomédias”, “melodramas” e “dramas”, além de cinco obras de autores estrangeiros traduzidos em crioulo. Por: Otilia Leitão
Da janela do pequeno escritório na sua casa na Amadora, frente a um jardim verdejante, numa manhã solarenga que Armindo Martins Tavares, comparou com o calor cabo-verdiano, o autor fala-me ainda da compilação de estórias de Nhu Lobo deixadas para publicação, em 2005, no Instituto Nacional da Biblioteca e do Livro em Cabo Verde, que aguarda ainda qualquer resposta, um direito ao “sim” ou ao “não”, porque o silêncio esconde cumplicidades subjectivas.
Nas paredes da sua sala estão fotos de familiares, sobretudo dos seus filhos mas não dos seus progenitores. O desafecto do seu pai que lhe vedou o acesso ao conhecimento e lhe infligiu violências físicas e psicológicas está ostensivamente presente neste homem que já apresentou “Aventuras de Nhu Lobo” (teatro) na sua própria terra, Santa Cruz, ilha de Santiago, mas de “sala vazia”. Porquê? Perguntei-lhe, ao mesmo tempo que lhe acrescentei a metáfora da cobra que corria, corria, atrás de um pirilampo saltitante, para o matar, sem motivo... apenas porque o seu excessivo brilho a incomodava...
Armindo sublima esse facto, até porque apresentou esse ensaio, de capa ilustrada com um desenho de sua filha de onze anos, este Verão na capital cabo-verdiana, na exposição “Lusofonias, Culturas em Comunidade” no Palácio Cabral em Lisboa e este fim de semana, na Câmara Municipal da Amadora. É decididamente um homem do Teatro, que tem deferências com o actor, médico e dramaturgo, fundador do tradicional grupo ” Korda Kaoberdi, Francisco Fragoso.
Esta sua paixão desabrochou na idade madura, depois de um percurso a tentar encontrar um caminho para a sua vida, por si trabalhada, sem os pilares familiares que o harmonioso desenvolvimento humano necessita. Nasceu em Chã de Nispre. Só aos 9 anos se matriculou na escola primária. Andou 53 quilómetros a pé para fazer o exame da quarta classe e teve que vender umas calças jardineiras para pagar a matrícula do ensino secundário, em 1974. Tudo de forma intermitente entre “lambadas e palavras rancorosas” de um pai que tem quarenta filhos. No seu livro lê-se: no dia 7 de Outubro de 1974, véspera do início do ano lectivo na Praia, de sacola às costas e pronto para sair ouviu do pai: “Aonde é que o senhor vai? (palavra que significava a ausência de respeito ou estima). “Vou à Praia, as aulas começam amanhã”, explicou - “Vai mas é lá posar o saco. Tu é que mandas?” Armindo Tavares só fez o 1º ano, sete anos mais tarde, em 1982, já desmobilizado do serviço militar.
Depois do trabalho em notariado nas ilhas do Fogo, Brava e Praia e já com o 7º ano concluído, Armindo juntou-se a sua mãe, Ilda Mendes, a “Zita”, mulher, mãe de oito filhos, que emigrou de Cabo Verde, sozinha, para a Pedreira dos Húngaros, em Oeiras, um bairro de barracas de lata e cartão, hoje substituído por habitações sociais de alvenaria.
Depois, foi o trabalho temporário, às vezes precário, na construção civil, recepcionista, segurança, animador cultural, ao mesmo tempo que corria para as aulas nocturnas de Direito na Universidade Lusíada (1996), numa altura em que auferia um salário de 40 contos (200 euros) e a propina era 150 contos. Cursou outras ferramentas como Informática, Análise e Programação em (2001), Licenciatura em Dramaturgia (2006), Técnico de Produção Multimédia (2008).
Homem desempoeirado e de verbo fluente, que dá aulas e consultadoria documental, Armindo Tavares revela uma irreverência que não se conforma com respostas ambíguas. “Para me contrariarem o argumento, têm de dar-me uma explicação alternativa, coerente...”, justifica, admitindo que o inconformismo que o faz denunciar prepotências da polícia, incompetências de funcionários, atitudes de xenofobia ou má educação, o apelidam de “confuzento” (conflituoso), mas em meu entender é apenas uma pessoa que gosta de verdade e justiça e apenas pretende exercer os seus direitos consagrados na Constituição e demais documentos internacionais. Um dia perdeu o seu voo de Lisboa para Cabo Verde, porque ousou contestar uma informação incorrecta...a polícia quis ver-lhe todos os documentos...
Afinal, Armindo Tavares, o menino “de asas cortadas” a cavar a terra, mas que queria voar alto - tradutor para crioulo de obras de Tchekov, Alfred Jarry, Carlo Goldoni e Samoel Beckt, autor de tantas dramaturgias e de outras literaturas como o dicionário de crioulo/português (variante de Santiago) por publicar - confidenciou-me que as dezenas de ensaios que possui, escreveu-os antes de fazer o seu curso de teatro. “Hoje sei o que desconhecia! Aquilo que escrevia... já era teatro!”
otilia.leitao@gmail.com

segunda-feira, setembro 15, 2008

MINDELACT 2008 - ACABOU!


Em termos de programação, de espectáculos, de frenesim, de muito trabalho, do montar e desmontar de luzes, de equiupamentos mil... e sobretudo essa parte mais importante: do chegar para a concentração (a horas, não obstante serem quase todos crioulos...) - criando as condições que completam o momento mágico - do PÚBLICO, que merece um aplauso bem forte pela sua presença constante, generosa, participativa, contagiante!

'Um homem, Uma mulher e um frigorífico', num texto maravilhoso bem ao estilo do Mário Lúcio e com belas interpretações de Raquel e Valdir, teve as honras de fechar mais este Festival. Mais um. E era o décimo quarto. Um presidente da Associação Mindelact feliz, no encerramento, lançava o mote: 'até ao próximo, cuja preparação já começou...' Será o 15º da história desse Festival Internacional de Teatro que traz 'teatre de munde' para o país, para o Mindelo. Um Festival que se mantém teimosamente de pé, graças à força e generosidade de um punhado de jovens amantes do teatro que tudo dão, do seu tempo, do seu esforço, da sua alegria e sobretudo do seu amor... Sem esquecer, é claro, a CMSV, o Ministério da Cultura e todos os mecenas que também foram 'conquistados' ao longo dos anos pela organização. E ontem, no encerramento com a presença do titular da pasta da Cultura, Manuel Veiga quase que prometeu um Auditório/Teatro para Ilha de S.Vicente. Amen.

O 14º Festival Mindelact passou à história. Com um nível de qualidade, na nossa opinião, mais homogénea em relação a anos anteriores. Por outras palavras, uma qualidade a nivelar-se, não havendo grandes discrepâncias em relação ao nível dos espectáculos programados. E aqui convém realçar a nossa participação na Festa do Teatro, com 'Cordão Umbilical'. Era a estreia absoluta, com todo o nervosismo inerente, acrescido do facto de estar nessa nossa montra maior - o Mindelact. Globalmente, correu bem. Belo cenário, deficiências na iluminação, corte d'algumas cenas por causa do tempo, belas interpretações... em suma, boa prestação do nosso ATELIER TEATRAKÁCIA. Mas regressando ao global do Mindelact 2008... o público: o público, aliás a razão de ser de toda essa movimentação, demonstrou satisfação, alegria, fidelidade, generosidade, amor por esta arte (a cénica). Sempre presente (de serviço), e a encher completamente o Auditório do CCM e os vários outros espaços, ao longo dos 11 dias de muito teatro, de 'teatre d'mund na Sóncent'.

sexta-feira, agosto 29, 2008

Maria Clara Machado - a dramaturga-mór do Atelier Teatrakácia

A esta não poderíamos fugir:
Maria Clara Machado – aqui no Atelier Teatrakácia – é um nome ‘fétiche’. Ela é a dramaturga-mor deste grupo, em termos de teatro infantil. Pluft – o fantasminha e A bruxinha que era boa, não nos deixam mentir.
Através do Jornal do Brasil ficámos a saber da boa nova:
Câmara do Rio de Janeiro entrega medalha Pedro Ernesto à Maria Clara Machado
JB Online
RIO - A Câmara Municipal do Rio entrega nesta sexta-feira, às 19h, as medalhas Pedro Ernesto ao Teatro Tablado e post mortem à sua fundadora, Maria Clara Machado, por iniciativa da vereadora Andrea Gouvêa Vieira.
Fundado em 1951 pela mineira Maria Clara Machado, o Tablado é um ícone da cultura carioca. Formou cinco mil atores e revelou grandes talentos, como Andrea Beltrão, Miguel Falabella, Marieta Severo, Cláudia Abreu, Louise Cardoso, Malu Mader, Marcos Palmeira, e muitos outros...
Como palco, o Tablado tem propiciado aos cariocas o que há de melhor na dramaturgia, sobretudo um teatro infantil de altíssima qualidade.
Dama do teatro brasileiro, Maria Clara Machado deixou um legado inestimável de peças infantis que têm encantado gerações, como "O rapto das Cebolinhas", "A Bruxinha que era boa", "O Cavalinho Azul" e "Pluft, o fantasminha".
Amanhã, Pluft, o fantasminha, estará no plenário da Câmara, para assombrar a solenidade. O Cavalinho Azul –fábula dos sonhos- também já confirmou presença na cerimônia. O Tablado era o Cavalinho Azul de Maria Clara Machado.

quinta-feira, agosto 28, 2008

“Um Homem, uma Mulher e um Frigorífico” em estreia no CCP da Praia – antes de rumar para MINDELACT 2008


No Mindelact 2008, a ter lugar já a 4 de Setembro próximo, o espectáculo está previsto para o Encerramento, domingo - 14 de Setembro.

“Um Homem, uma Mulher e um Frigorífico” é uma produção do Projecto fActo, no Festival a representar Santiago / Cabo Verde.

'Vinte e cinco anos. Vinte e cinco longos anos… de casamento. As bodas de prata são o momento propício para questionar um quarto de século de vida em comum. De sonhos, de alegrias, de paixões e frustrações… É o momento da cobrança… '

O texto de Mário Lúcio Sousa roça o absurdo, propõe uma viagem ao universo da loucura.

Com a devida vénia, transcrevemos aqui no Teatrakácia, a informação sobre a estreia absoluta na capital, da peça do Mário Lúcio:

“Um Homem, uma Mulher e um Frigorífico” é título da peça de Mário Lúcio Sousa a ser estreada no Instituto de Camões/Centro Cultural Português (IC/CCP), na Praia, nos próximos dias 4 e 5 de Setembro.
Com encenação de João Paulo Brito e a interpretação de Raquel Monteiro e Valdir Brito, a peça é fiel a uma sinopse que aborda a questão: “É. como é que chegamos a esse ponto?”…Vinte e cinco anos. Vinte e cinco longos anos de casamento. As bodas de prata são o momento propício para questionar um quarto de século de vida em comum. De sonhos, de alegrias, de paixões e frustrações… É o momento da cobrança…”.
O texto de Mário Lúcio aflora o “Absurdo”, propõe uma viagem ao universo da loucura e os restantes elementos, de “FACTO”, embarcam na proposta e o resultado é: Um Homem, uma Mulher e um Frigorífico.
O Projecto de “FACTO”, que concebeu artisticamente este espectáculo, fazem ainda parte Betty Fernandes (direcção de movimento), Mano Preto (cenografia e adereços), Paulo silva (desenho de luz), José Pedro Bettencourt (sonoplastia), Dulce Sequeira (direcção de cena), César Schofield (design gráfico), estando a produção a cargo de Raquel Monteiro.
PC

Da nossa parte, o tradicional 'muuuuita meeeerda!!!', quando até podemos ver essa coincidência da estreia na capital a 4 de Setembro... como uma espécie de convergência e unidade do teatro nacional, ou d'outra forma, uma abertura descentralizada do Festival Internacional de Teatro - Mindelact 2008

terça-feira, agosto 26, 2008

FORMAÇÃO


Formação de CLOWN para formadores

Numa iniciativa da Associação Italiana Stringhe Colorate em colaboração com Espaço Jovem, vai acontecer a partir de hoje, 26 de Agosto, pelas 19:00 horas, no Centro Social do Madeiralzinho.

Trata-se de uma formação para monitores, actores, professores, educadores e outros interessados, numa proposta do artista André Casaca.

É aproveitar, numa terra onde a formação é sempre escassa, sobretudo nessa especialidade. Ainda mais, pelo facto de ser gratuito.
Mas há mais! Dionísio deve estar pr’aqui virado!

Outra formação da mesma iniciativa, mais a parceria da Escola Secundária Jorge Barbosa: Formação de construção e animação de Marionetas para formadores, pelo formador Paolo Cattaneo.
Esta formação está aprazada para iniciar a 1 de Setembro, pelas 18:30, na Escola Secundária Jorge Barbosa. Também sem custos.

Para mais informações – válido para as duas formações - contactar Verónica – 977 38 31.

sexta-feira, agosto 22, 2008

Festa do Teatro de Língua Portuguesa no Piauí


Os nossos rapazes (João Branco e Anselmo Fortes) e raparigas (Bety Gonçalves, Ludmila Évora, Sílvia Lima e Zenaida Alfama) já estão a caminho do Brasil. A equipa do Grupo de Teatro do CCP do Mindelo, actores e técnico envolvidos na peça ‘Mulheres na Laginha’, parte hoje sexta-feira em direcção ao Piauí, para levar o nosso quinhão para a festa do teatro de língua portuguesa – com duas actuações previstas para os dias 26 e 28 corrente.
Na última semana deste quente mês de Agosto, a capital Teresina será palco para espectáculos idos de Cabo Verde, Portugal, Moçambique, Angola, São Tomé e Príncipe e do Brasil, no Festival de Teatro Lusófono;
Zé Celso Martinez Corrêa e Lucélia Santos estão entre os palestrantes convidados.

Um jornalista brasileiro escreve o seguinte, a propósito dessa Festa do Teatro Lusófono:
‘Uma das vantagens mais alardeadas sobre a construção de um aeroporto internacional no litoral do Piauí é que ele tornaria a Europa mais próxima do Brasil. Seis horas de vôo, afirmam os entendidos no assunto. Mas um tradicional grupo de teatro descobriu uma maneira de aproximar Europa, África e o Brasil usando muito menos recursos do que levaria a construção de uma pista de pouso internacional no Estado que tem a menor extensão de litoral do Nordeste. Entre os dias 24 e 31 de agosto, Teresina, a capital do Piauí no Brasil recebe espetáculos vindos de Portugal, Moçambique, Angola, Cabo Verde e São e Príncipe, que se juntam aos brasileiros Bando de Teatro Olodum (Bahia) e ao músico Lirinha, do Cordel do Fogo Encantado (Paraíba) no Festival de Teatro Lusófono – o primeiro festival internacional a acontecer no Estado.
Ousado para os parâmetros das artes cênicas piauienses, o FestLuso vem sendo pensado e produzido há mais de dez anos pelo Grupo Harém de Teatro, trupe famosa por manter-se em cartaz por mais de 15 anos com a peça “Raimunda Pinto Sim, Senhor”, do dramaturgo Francisco Pereira que dedicou a trilogia da qual o texto faz parte à dama do teatro brasileiro Fernanda Montenegro.
O primeiro passo – ou estender de mãos – deu-se por volta de 1998 quando o ator e produtor Francisco Pellé mudou-se temporariamente para Portugal, no intuito de trabalhar com as companhias daquele país e construir uma ponte de parcerias com elas.
“A realização deste festival é o resultado final de um processo que começou com a minha ida para Portugal há dez anos. Em todo esse tempo, o Grupo Harém tem viajado sistematicamente àquele país no intuito de sedimentar essa relação com o teatro de língua portuguesa”, destaca o ator e produtor Francisco Pellé.
Durante esse tempo, o Harém estreitou laços com grupos como Grupo de Teatro do Centro Cultural Português do Mindelo, de Cabo Verde, do Teatro Extremo, de Almada, em Portugal, do Grupo de Teatro de Pesquisa “Serpente”, de Kixingangu, em Angola para citar algumas das companhias estrangeiras que virão ao FestLuso.
Os espetáculos dos oitos grupos – contando com o Harém, que apresenta-se com “Raimunda Pinto Sim, Senhor” – vão ocupar o Theatro 4 de Setembro, casa de espetáculos que fica no centro de Teresina e é a mais tradicional do Estado, e o Teatro Municipal João Paulo II, construído há três anos na periferia da cidade. A programação também conta com oficinas para artistas ministradas por profissionais como a coreógrafa Lenora Lobo, a dramaturga Gisela Cañamero e o diretor Joaquim Paulo Nogueira, esses últimos portugueses.
A riqueza e a diversidade do teatro de língua portuguesa no Festival de Teatro Lusófono atraiu gente famosa como o diretor de teatro José Celso Martinez Corrêa que ligou pessoalmente para Arimatan Martins, diretor do Harém para comunicar sua vinda. Ele aproveita a visita à Teresina para ministrar uma aula show sobre os 50 anos do Teatro Oficina.
Outra presença marcante no FestLuso será a da atriz Lucélia Santos. A artista participa de mesa-redonda sobre o resgate e a preservação da língua portuguesa no mundo. O convite da atriz foi reforçado pelo trabalho que ela vem realizando ao longo dos anos na Ásia, em especial no Timor Leste onde filmou e dirigiu o documentário 'Timor Lorosae - O Massacre que o Mundo Não Viu'.
“O objetivo do Festival Internacional de Teatro Lusófono é a integração entre os grupos teatrais falantes da língua. O critério de escolha dos convidados levou em conta exatamente o trabalho que elas desenvolvem para divulgar a língua portuguesa em todo o mundo”, explica Pellé.
Muuuuuita Meeeeeerda!!!

terça-feira, agosto 19, 2008

Mais opiniões sobre o filme 'Mindelo - Tráz d'horizonte' na sua estreia no Brasil


Vejamos outras leituras críticas de ‘Mindelo – traz d’horizonte’

CINEMA
Retrato poético de Cabo Verde

O segundo longa estrangeiro da mostra competitiva do 36º Festival de Gramado é um documentário sobre Cabo Verde:
Mindelo – Traz d’Horizonte registra em imagens as magníficas paisagens, o povo e a cultura do arquipélago situado no meio do Oceano Atlântico. Concentrando-se na cidade portuária de Mindelo, a segunda maior do país, o diretor e roteirista grego Alexis Tsafas registra o cotidiano da gente cabo-verdiana – fruto da mistura de portugueses e africanos, cuja língua crioula é de uma prosódia melodiosa.
Música, aliás, é a pedra de toque de Mindelo: abrindo mão de narração, comentários ou entrevistas, o filme envereda pelo caminho do documentário poético, embalado pela trilha sonora do compositor, pianista e poeta cabo-verdiano Vasco Martins e pontuado por ritmos característicos como a morna e pelo trabalho de músicos como o compositor Manuel de Novas, o violonista Voginha, a cantora Gabriela Mendes e a mitológica Cesária Évora, a “Diva de Pés Descalços”. Nesse sentido, Mindelo lembra outro belo filme exibido em Gramado:
Suíte Havana, do cubano Fernando Pérez, vencedor do Prêmio Especial do Júri e do Prêmio da Crítica no festival de 2004.
ROGER LERINA
(in http://bl114w.blu114.mail.live.com/mail/InboxLight.aspx?FolderID=00000000-0000-0000-0000-000000000001&InboxSortAscending=False&InboxSortBy=Date&n=1196335413)

E também registamos aqui as palavras do realizador Alexis Tsafas sobre a presença de ‘Mindelo’ no Festival de Cinema de Gramado 2008:

‘Em Brasil tudo foi um sonho. O público gostou e aplaudiu muito. Os melhores críticos dos jornais de São Paulo e do Porto Alegre escreveram boas palavras (já fiz um arquivo com os jornais para mostrar-te). Também os críticos me prometeram apoio para a fundação de um cine clube em Mindelo. Não era fácil um documentário ganhar o prémio porque os outros filmes eram ficções, produções de altos orçamentos e foram filmados em 35mm.
Acabei de ler o artigo da Semana-on-line com algumas referências críticas más. São escritas só em páginas da internet não importantes.
Um crítico, um dos mais respeitáveis do Brasil, o Luis Carlos Merten, gostou o nosso filme e escreveu no jornal O ESTADO DE SÃO PAULO (um jornal importante) que o «…Mindelo já foi um passo à frente do argentino “Por sus próprios ojos”» (É o filme que ganhou muitos prémios).
O Daniel Soares do jornal Correio do Povo, de Porto Alegre escreveu «…o colombiano Perro come perro é o mais cotado a levar o Kikito, além de Mindelo atrás de horizonte de Alexis Tsafas, que foi muito aplaudido na terça.»
Também, entre outros, a presidente da Associação dos Críticos de Cinema do Rio Grande Do Sul, Ivonete Pinto e o crítico da Rede Recorde, Marcos Santuario adoraram o nosso filme.'
Aproveitamos para acrescentar uma carta d'agradecimento da Organização do Festival de Cinema do Gramado, assinada pela Bebel Marques:
Alexis Tsafas, Yannis Fotou e toda equipe do filme MINDELO – atrás de horizonte,
Agradecemos pela participação de vocês, pela fidelidade aos compromissos firmados com o Festival e pelo empenho em tornar o 36º Festival de Cinema de Gramado no evento espetacular que foi em 2008.
Que os filmes apresentados por vocês, independente de terem recebido kikito, tenham um enorme sucesso pelas salas de cinema do Brasil. Afinal, todos são vitoriosos por terem sido selecionados em meio a tantas inscrições que recebemos para esta edição do Festival.
A colaboração de vocês foi ótima. E será inesquecível.
O nosso muito obrigada por terem contribuído de forma tão honrosa para a história do cinema brasileiro!
Parabéns!
Bjs,

Bebel Marques
36º Festival de Cinema de Gramado
Rua José Otávio Mânica, 160 - Santa Teresa
90850-320 - Porto Alegre/RS
(55) 51-3235-1776

Festival de Cinema de Gramado


Teatrakacia, depois de ter anunciado e até certo ponto acompanhado a presença do filme Mindelo - Tráz d'horizonte no 36º Festival de Cinema de Gramado, aproveita para agora também anunciar os vencedores. Pois trata-se de um Festival/Concurso:

O 36º Festival de Cinema de Gramado tem a honra de anunciar os grandes vencedores desta edição do maior festival cinematográfico do país.


Premiação 2008
Longa-Metragem Brasileiro:
Melhor filme de longa-metragem: NOME PROPRIO de Murilo Salles
Melhor Diretor: Domingos Oliveira pelo filme JUVENTUDE
Melhor Ator: Daniel de Oliveira pelo filme A FESTA DA MENINA MORTA
Melhor Atriz: Leandra Leal pelo filme NOME PROPRIO
Melhor Roteiro: Domingos Oliveira pelo filme JUVENTUDE
Melhor Fotografia: Lula Carvalho pelo filme A FESTA DA MENINA MORTA
Prêmio Especial do Júri: A Festa Damenina Morta de Matheus Nachtergaele
Premio de Qualidade Artística: para os Atores Aderbal Freire Filho, Domingos Oliveira e Paulo Jose pelo filme JUVENTUDE
Melhor Diretor de Arte: Pedro Paulo de Souza pelo filme NOME PROPRIO
Melhor Música: Matheus Nachtergale pelo filme A FESTA DA MENINA MORTA
Melhor Montagem: Natara Ney pelo filme JUVENTUDE
Prêmio da Crítica: A Festa Da Menina Morta de Matheus Nachtergale
Melhor filme do Júri Popular: A Festa Da Menina Morta de Matheus Nachtergale
Longa-Metragem Estrangeiro:
Melhor Filme: COCHOCHI de Israel Cardenas e Laura Guzman
Melhor Diretor: Carlos Moreno pelo Filme PERRO COME PERRO
Melhor Ator: Marlon Moreno e Oscar Borda pelo filme PERRO COMOE PERRO
Melhor Atriz: Ana Carabajal pelo filme POR SUS PROPIOS OJOS
Melhor Roteiro: Liliana Paolinelli pelo filme “ POR SUS PROPIOS OJOS
Melhor Fotografia: Juan Carlos Gil pelo filme PERRO COME PERRO
Prêmio Especial do Júri: para POR SUS PROPIOS OJOS
Prêmio de Qualidade Artística: para COCHOCHI
Excelência de linguagem técnica: COCHOCHI de Israel Cardenas e Laura Guzman
Premio da Crítica: Perro come Perro de Carlos Moreno
Melhor Filme do Júri Popular: POR SUS PROPIOS OJOS de Liliana Paolinelli
CURTA METRAGEM
Melhor filme: Areia de Caetano Gotardo
Melhor Diretor: Jaime Lerner pelo filme Subsolo
Melhor Ator: Augusto Madeira pelos filmes Blackout e Noite de Domingo
Melhor Atriz: Malu Galli pelo filme Areia
Melhor Roteiro: César Cabral e Leandro Maciel por Dossiê Rebordosa
Melhor Fotografia: Heloisa Passos por Areia
Premio Especial do Júri: Booker Pittman de Rodrigo Grota
Melhor Diretor de Arte: José de Aguiar pelo filme Booker Pittman
Melhor Música: Booker Pittman pelo filme Booker Pittman
Melhor Montagem: César Cabral e Leandro Maciel pelo filme Dossiê Rê Bordosa
Prêmio da Crítica: : Booker Pittman de Rodrigo Grota
Mostra Gaúcha
Melhor Filme: Um dia como hoje de Eduardo Wannmacher
Melhor Direção: Diego Muller por Cortejo Negro
Melhor Roteiro: Eduardo Wannmacher por Um dia como hoje
Melhor Fotografia: Fernando Vanelli por Cortejo Negro
Melhor Direção de Arte: Rita Faustini por O Sete Trouxas
Melhor Música: Fausto Prado por Subsolo
Melhor Montagem: Fábio Lobanowsky por Um dia como hoje
Melhor Edição de Som: Cristiano Scherer por Rosário dos Navegantes
Melhor Produtor/ Produtor Executivo: Pablo Muller por Cortejo Negro
Melhor Ator: Júlio Andrade por Um dia como hoje
Melhor Atriz: Carolina Sudat por Um dia como hoje
COORDENAÇÃO ASSESSORIA DE IMPRENSA36º FESTIVAL DE CINEMA DE GRAMADO

quarta-feira, agosto 13, 2008

Mindelo - Tráz d'horizonte foi ontem exibido no Festival de Cinema do Gramado

Foto Gustavo Vara/PressPhoto


Chegam-nos informações da nossa participação - com a co-produção Mindelo - Tráz d'horizonte -no mais afamado festival de Cinema do Brasil. Nas longas metragens em competição, ontem à noite, como se vê na foto, o realizador grego Alexis Tsafas (acompanhado do director de fotografia Yanis Fotou) fez a apresentação antes da projecção. Era a primeira exibição numa sala de cinema. Recorde-se que a estreia absoluta, aqui no Mindelo a 5 de Julho passado, aconteceu no Auditório do Centro Cultural do Mindelo, visto que a triste realidade - ausência de salas de cinema - o impôs!

Com a devida vénia, as informações que nos chegam directamente da Coordenação da Assessoria d'imprensa do 36º Festival do Gramado:
Longa estrangeiro “Mindelo” FOI projetado pela primeira vez numa sala de cinema aqui em Gramado
12/08/2008

“Mindelo – Atrás de Horizonte”, o longa do realizador grego Alexis Tsafas, que estreou ontem à noite em Gramado, conta a história de um lugar especial. “Meu avô era capitão de navio de carga e ele sempre me contava sobre um lugar escondido, um lugar mágico perdido no meio do oceano, onde vivia um povo diferente”, explica o realizador.
O lugar era Mindelo, uma pequena cidade portuária na ilha de São Vicente, em Cabo Verde. Alexis Tsafas também se encantou com a paisagem e a cultura do povo. Mais de dois terços da população são crioulos. “A minha intenção com esta produção era mostrar as tradições dos crioulos de Mindelo para todo o mundo. O documentário faz um diálogo com a imagem, quase não há texto. Acho que fica mais fácil entender a situação daquele lugar, apesar de que existem passagens onde o povo fala português e crioulo, que é muito difícil de compreender”, explica o diretor.A língua foi a grande dificuldade de Yannis Fotou, que assina a direção de imagem. “Eu conhecia apenas um pouco da música de Cabo Verde. Alexis me contou algumas coisas, mas o resto foi surpresa”, revela Fotou, que também se surpreendeu com o clima árido da região. O filme levou um ano para ser rodado e foi exibido à população de Mindelo no dia da Independência do País. “Há uma cultura muito grande de teatro em Cabo Verde, com ótimos atores. Em compensação, não existem salas de cinema no país, que tem uma população de 400 mil pessoas”, lamenta o diretor Alexis Tsafas. Ele conta ainda, que quando conseguiram projetar o filme - de forma improvisada – os moradores de Mindelo ficaram encantados. O filme Mindelo – Atrás de Horizonte foi exibido pela primeira vez em uma sala de cinema aqui em Gramado.
COORDENAÇÃO ASSESSORIA DE IMPRENSA36º FESTIVAL DE CINEMA DE GRAMADO
Colectiva de Imprensa do filme Mindelo - Atrás de Horizonte - Roteirista Alexis Tsafas e o director de fotografia Yannis Fotou - Foto Cleiton Thiele/PressPhoto

Por outro lado, isto já hoje quarta-feira, os dois representantes do filme em competição participaram num debate sobre cinema e sobre os conteúdos dos filmes em exibição:

Equipes do estrangeiro Mindelo e dos Curtas participam de debate
13/08/2008
Terminou há pouco as rodadas de debate sobre os filmes exibidos ontem. Cinéfilos, estudantes, atores, diretores e jornalistas discutiram os Curtas Hiato, Blackout, Espalhadas pelo Ar e Noite de Domingo.
Este ano, os curtas ganharam um novo horário. São exibidos às 17 horas em sessões gratuitas. A mudança dividiu opiniões. Uns acreditam que ao deixar de serem apresentados junto com os longas, os curtas perderam visibilidade. Outros consideraram válida a alteração, já que possibilitou o acesso do público jovem, que tem comparecido em peso às projeções.
Também foi abordada a dificuldade de se fazer cinema no Brasil. Para os realizadores, muitos em começo de carreira, a viabilização dos projetos se dá através do apoio de amigos e do estabelecimento de parcerias.
Em seguida foi a vez do estrangeiro Mindelo – Atrás de Horizonte. O cineasta Alexis Tsafas, explicou que admira muito a cultura latino-americana e por isso seu documentário possa ter algumas semelhanças com a estética dos filmes cubanos. O diretor comentou ainda, já realizou um longa em Cuba.
Ao ser questionado se Mindelo passa uma “nostalgia”, Tsafas disse que não. Para ele, a vida em Cabo Verde transcorre muito tranquilamente e a cultura do povo se expressa através da calma e das festas quando cai a noite.
A opção pela linguagem visual também foi muito discutida. O cineasta comentou que as imagens falam mais do que as palavras e que usou a intuição e a sensibilidade para conseguir expressar todos os segmentos da sociedade cabo-verdiana sem narração. Os únicos textos utilizados foram poemas e letras de música.
A próxima rodada de debates acontece quinta-feira, a partir das 10:30 da manhã.
COORDENAÇÃO ASSESSORIA DE IMPRENSA36º FESTIVAL DE CINEMA DE GRAMADO

Até o próximo sábado muitos artistas vão passar pela passarela em direção ao Palácio dos Festivais recebendo o carinho do público que se aglomera para ver seus actores preferidos.

"O Festival faz parte do Patrimônio Histórico e Cultural do Rio Grande do Sul e atrai as atenções do mercado nacional para a cidade de Gramado que retribui com o que tem de melhor: a magia da serra gaúcha, terceiro destino turístico mais desejado do Brasil", afirma o Prefeito Pedro Bertolucci.
Mais tradicional festival de cinema do Brasil, o Festival de Gramado chega a sua 36ª edição apresentando 11 longas em competição, sendo seis nacionais e cinco estrangeiros. Também serão exibidos 12 curtas nacionais e 17 curtas da mostra gaúcha.

Neste ano a organização homenageia o humorista Renato Aragão, o actor gaúcho Walmor Chagas, o cineasta Júlio Bressane e o cubano Julio Garcia Espinosa.

O prefeito Pedro salienta que desde a primeira edição "o crescimento do Festival está intimamente ligado à vocação turística e a hospitalidade da nossa comunidade, activamente envolvida, contribuindo para esta atmosfera calorosa e de intensa integração cultural que tem caracterizado este grande evento".

Gramado transformou-se num palco que traduz as realizações do cinema nacional. Reúne um grande número de filmes e de pessoas que querem falar de cinema, debater e criar a possibilidade de fazer sempre mais e com melhor qualidade. O Festival é hoje um espaço indispensável para a divulgação, discussão, crítica e incentivo ao cinema nacional.

A entrega dos prémios está previsto para o próximo Sábado pelas 21h locais, com o que chamam de Solenidade de Premiação.

sábado, julho 26, 2008

BIOGRAFIA D'UM CRIOL - hoje e amanhã


A reposição da peça de Neu Lopes a partir do mundo musical do trovador Manel d'Novas é já hoje, Sábado 26 de Julho. A 'revista cabo-verdiana' tem, na interpretação, um grupo especial de 'actores de palmo e meio' que foi destacado pelo A Semana, pela pena de TSF, e que nós aqui no Teatrakácia transcrevemos, com a devida vénia.

Os pequenos grandes actores de Biografia Dum Criol

O musical Biografia Dum Criol volta a subir ao palco do Centro Cultural do Mindelo às 21h30 de hoje, sábado 26, e domingo, 27, às 20h30, um mês e meio depois da sua estreia. Além de uma vasta trupe de actores graúdos, interpretam a peça, baseada na obra de Manuel d’ Novas, um punhado de pequenos actores. Praticantes de teatro na escola e descendentes de actores, o grupo garante que já foi mordido pelo bichinho do teatro e quer fazer desta arte o seu hobby preferido e, quem sabe, a sua profissão.

Neto de Manuel d’ Novas e filho de Neu Lopes, autor de Biografia Dum Criol, Wesley Lopes, 10 anos, viu nascer a peça da pena do pai. Não hesitou por isso quando a mãe perguntou-lhe se queria ser actor no musical que homenageia o avô. Disse logo que sim. Agora está dividido. O seu sonho é ser cantor mas, desde que experimentou a interpretação, já não tem tanta certeza. É que o teatro, afirma, “é divertido e não o fazemos só para nós, mas para os outros também”.
Kátia Rodrigues, uma das duas meninas do grupo, tem alma de artista. Aos 13 anos, faz dança e teatro na escola. Mas Biografia Dum Criol, garante, superou todas as suas anteriores experiências artísticas. “Estou a adorar a experiência”, diz a menina que destaca ainda a oportunidade que o musical lhe deu de conhecer melhor a obra de Manuel d’ Novas. “As músicas dele contam histórias muito interessantes sobre o nosso país”.
William Leite, o mais velho entre os cinco actores mirins, caiu de pára-quedas em Biografia Dum Criol. O colega de escola, que tinha sido convidado para participar na peça, desistiu pouco tempo antes da estreia, e William Leite ofereceu-se para ocupar o seu lugar. Com o à-vontade dos seus 14 anos e graças à experiência ganha nas peças de teatro da escola, “a experiência de interpretar uma peça sobre Manuel d’Novas está a ser espectacular”, declara.
Filho da actriz Zenaida Alfama, do Grupo de Teatro do Centro Cultural Português do Mindelo, Cleudir Lima assegura que gosta de integrar o elenco de Biografia Dum Criol: “as roupas que usamos na peça são muito engraçadas, bem diferentes das que usamos hoje em dia”. Mas, aos 13 anos, ainda não sabe se quer continuar a fazer teatro: “é muito cansativo combinar as falas e os gestos”.
Quem não tem dúvidas de que quer fazer teatro a vida toda é Mireille Delgado. No dia em que pensou ter perdido a oportunidade de participar em Biografia Dum Criol, porque supostamente já havia ultrapassado o prazo de inscrição para o casting, quase chorou. Felizmente, enganara-se. Agora, prepara-se para fazer a segunda temporada do musical. Além de divertir-se com as expressões “estranhas” usadas pelos personagens do musical, Mireille Delgado tem uma certeza, agora que subiu a um palco “de verdade” : “quero ser actriz”.
Teresa Sofia Fortes